De um comunicado sucinto a uma ata mais completa, o mercado destilou mais uma vez o sinal pouco hawkish do FOMC e, deste modo, abriu espaço para a continuidade da ‘festa da liquidez’.
Este é o resumo da ata da última reunião do FOMC, em que foi citado que o comitê tem ‘paciência’ com a inflação, dado seu caráter, repetido alguma vezes, transitório, e a visão de que a recuperação da economia ainda necessita de maior solidez do que a observada neste momento.
Em resumo, continua intacto o processo de liquidez, apesar de alguns membros reiterarem a necessidade de redução do ritmo de compra de ativos, algo repetido em ocasiões anteriores.
Para o mercado estímulo-dependente, o importante é que não haja o crescimento do número de membros indicando tal premissa, o que aparentemente não aconteceu até agora.
A discussão de política monetária se estende ao Brasil, pois o ruído político pode minar os ganhos importantes da valorização cambial recente, a qual foi vista de forma bastante intensa na última medida do IPA-DI e pode se refletir em partes no IPCA de hoje.
Este possui uma série de contaminações da continuidade dos preços de combustíveis, energia e alimentos, mas também registra, ainda que inferior à medição anterior, pressões na inflação adjacente.
Serviços continuam pressionados pela retomada gradual da atividade econômica e do processo mais acelerado de imunização, em especial nos estados industriais, e a questão climática ainda pesa, dado o clima frio e seco de inverno.
O item habitação (energia elétrica) tem a pressão capturada como um todo, com a mudança para bandeira vermelha 2 anunciada pela ANEEL e com perspectivas negativas para os próximos meses, com o aumento de 52%, dadas as recentes estiagens.
Ainda assim, a valorização do Real frente ao dólar, em especial com estabilidade cambial, evitou que o movimento de repasses fosse excepcionalmente maior no período, apesar da pressão em transportes ainda elevada, dado o petróleo se fixando acima dos US$ 70 o barril.
Vamos agora aguardar os efeitos dos movimentos recentes do câmbio.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em meio ao sentimento mais cauteloso e preocupação com a recuperação global.
Em Ásia-Pacífico, mercados em queda, com temores do aumento das regulações das autoridades chinesas sob as techs.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operando negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ouro e prata (defensivas).
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com a falta de clareza dos rumos da produção da Opep+.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 30,74%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,232 / 0,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,348%
Dólar / Yen : ¥ 109,84 / -0,615%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,058%
Dólar Fut. (1 m) : 5245,25 / 0,62 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,75 % aa (1,05%)
DI - Janeiro 23: 7,22 % aa (-0,76%)
DI - Janeiro 25: 8,24 % aa (-1,32%)
DI - Janeiro 27: 8,67 % aa (-1,14%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,5379% / 127.019 pontos
Dow Jones: 0,3020% / 34.682 pontos
Nasdaq: 0,0097% / 14.665 pontos
Nikkei: -0,88% / 28.118 pontos
Hang Seng: -2,89% / 27.153 pontos
ASX 200: 0,20% / 7.341 pontos
ABERTURA
DAX: -1,703% / 15425,41 pontos
CAC 40: -2,219% / 6382,89 pontos
FTSE: -1,693% / 7029,96 pontos
Ibov. Fut.: 1,63% / 127565,00 pontos
S&P Fut.: -0,940% / 4308,80 pontos
Nasdaq Fut.: -1,047% / 14578,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,52% / 91,99 ptos
Petróleo WTI: -0,73% / $71,37
Petróleo Brent: -0,57% / $72,97
Ouro: 0,42% / $1.808,96
Minério de Ferro: -1,10% / $218,11
Soja: 1,67% / $1.386,50
Milho: 0,77% / $657,50
Café: 1,25% / $149,75
Açúcar: 0,34% / $17,71