Calendário Econômico: Inflação no Brasil, EUA dá tom em semana de balanços na B3
Roberto Campos Neto, presidente do BACEN, mais dovish, deu uma “esvaziada” no mercado, ao não emitir sinais de que vá acelerar o ritmo de ajuste da Selic no Copom de dezembro, não dando muita ênfase ao centro da meta inflacionária no ano que vem, embora reconhecendo a “desancoragem” de expectativas. Isso derrubou o juro futuro curto, embora o dólar tenha “operado de lado” nesta quarta-feira, e a bolsa de valores em segundo dia de alta, depois de uma semana no negativo.
Sobre a PEC dos precatórios, o CCJ marcou a votação para o dia 30 de novembro e o relator da MP do Auxílio Brasil deve retirar a indexação do INPC, em troca de apoio de proposta.
Falando da ata do Fomc, não chegou a alterar a dinâmica do mercado local, enfatizando a necessidade de flexibilidade na redução das compras de ativos.
PEC dos Precatórios
Fernando Bezerra, relator, acredita que aprova esta PEC na CCJ na próxima terça-feira. Os senadores, no entanto, não têm tanto esta certeza. O reajuste do auxílio Brasil pelo INPC parece que foi arquivado. Por outro lado, o Auxílio Brasil foi mantido como permanente, embora sem haver recursos para o seu financiamento a longo prazo. Se confirmado, isso pode significar o desrespeitar da LRF.
Nos EUA
Na ata do FOMC, saber, ao certo, qual o ritmo ideal do tapering não parece ter sido “consensual” entre os membros. A Ata do FOMC, desta quarta-feira, reiterou o que foi dito no comunicado e na coletiva de Jerome Powell depois da reunião de 3 de novembro. Havia uma divisão entre os diretores regionais sobre se deveriam acelerar o ritmo de redução em novembro (hoje em US$ 15 bilhões), mas outros ainda preferirem esperar novos dados para a tomada desta decisão (eventualmente em dezembro). O diagnóstico oficial mudou para uma inflação com a “expectativa” de ser transitória, revelando preocupação maior que a sinalizada antes. Isso deve reforçar a precificação do mercado de alta de juros de forma antecipada: não mais na virada do terceiro para o quarto trimestre, mas entre o segundo e o terceiro (entre junho e julho).
INDICADORES
No Brasil
Arrecadação federal em outubro somou R$ 178,74 bilhões, no ano acumulando R$ 1,52 trilhão. Alta real foi de 4,9% contra o mesmo mês do ano passado, avançando 18,4% contra setembro e 20,0% no ano.
Nos EUA
PIB do terceiro trimestre, na segunda leitura, cresceu num ritmo anualizado 2,1%, contra previsão de 2,2%.
Pedidos de seguro de seguro desemprego recuaram ao menor nível desde 1968. Foram a 199 mil, recuando 71 mil na semana. (previsão 260 mil).
O índice de preço PCE de outubro foi a 0,6% no mensal, contra o prévio de 0,4%, e 5,0% no anual, contra 4,4% no prévio. O núcleo mensal foi a 0,4%, dentro do esperado (prévio 0,2%), e anual, a 4,1% (prévio 0,2% e 3,7%, respectivamente). No terceiro trimestre, o PCE foi a 5,3% e o núcleo a 4,5% contra o anterior.
Pedidos de bens duráveis caíram 0,5% em outubro contra setembro. (previsão +0,2%). Núcleo subiu 0,5%, dentro do previsto.
Índice de Michigan da Percepção do Consumidor de novembro foi a 67,4 pontos, contra projeção de 66,8, no prévio a 71,7. Na leitura final foi a 63,5, contra projeção de 63,0 e prévia de 67,9.
A renda pessoal mensal de outubro cresceu 0,5%, contra projeção de 0,2%, no prévio recuando 1,0%, e o consumo pessoal 0,7%, contra prévio de 0,3%.
As vendas de casas novas de outubro avançaram 0,4%, a 745 mil, contra projeção de 800 mil e prévia de 742 mil.
Estoques no atacado subiram 2,2% em outubro contra setembro.
Mercados
Esta quarta-feira (dia 23), mais um pregão com muita volatilidade, o Ibovespa deu outra respirada ao final, subindo 0,83%, a 104.514 pontos, no mercado cambial, o dólar ganhando força, diante da perspectiva de antecipação do juro nos EUA, e depreciação da lira turca. Ao fim do dia, subiu 0,25%, a R$ 5,594.
Na madrugada do dia 25/11, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em alta: DAX (Alemanha) avançando 0,40%, a 15.942 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,17%, a 7.298 pontos; CAC 40 +0,48%, a 7.298 pontos, e EuroStoxx50 +0,53%, a 4.298 pontos.
Na Europa, o euro tem enfrentado pressão de venda nas negociações, sendo que o anúncio da coalizão na Alemanha enfrenta o desafio de anunciar ou não lockdown no país. Na coalizão do novo primeiro ministro Olaf Sholz, são três partidos a “costurarem”, SPD, Verdes e FDP, no que chamam de “acordo semáforo”, por cada um representar uma cor, vermelho, verde e amarelo, respectivamente.
Carga potencial da doença de Covid-19 será “muito alta” em dezembro a janeiro, a menos que medidas urgentes sejam adotadas, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. Segundo eles, há grupos populacionais e faixas etárias com cobertura vacinal abaixo do esperado. Isso pode ser visto com clareza na tabela a seguir, com os países que não avançaram muito na vacinação como os mais afetados.
Na madrugada do dia 25/11, na Ásia (05h11), os mercados operaram mistos: S&P/ASX (Austrália), +0,11%, a 7.407 pontos; Nikkei (Japão) +0,67%, a 29.499 pontos; KOSPI (Coréia), -0,47%, a 2.980 pontos; Shanghai Composite -0,24%, a 3.584, e Hang Seng, +0,18%, a 24.730 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, no mercado futuro, operavam em alta neste dia 25/11 (05h10): Dow Jones, +0,36%, 35.876 pontos; S&P 500, +0,31%, a 4.713 pontos, e Nasdaq +0,32%, a 16.420 pontos. No VIX S&P500, 20,12 pontos, -1,12%. No mercado de Treasuries, US 2Y recuando 0,05%, a 0,6437, US 10Y -0,08%, a 1,643 e US 30Y, -0,16%, a 1,968. No DXY, o dólar -0,18%, a 96,965, e risco país, CDS 5 ANOS, a 244,9 pontos. Petróleo WTI, a US$ 78,16 (-0,29%) e Petróleo Brent US$ 82,14 (-0,13%). Gás Natural avançando 0,55%, a US$ 5,10 e Minério de Ferro, +1,83%, a US$ 611,50.
Na agenda desta quinta-feira (25), no Brasil, atenção para o IPCA-15 de novembro, ainda pressionado, Sondagem de Construção de novembro da FGV, Setor Externo de outubro, do BACEN e Caged de outubro. No exterior, o PIB do terceiro trimestre na Alemanha, e a ata do BCE.