Um misto de pressão global no dólar, com altas expressivas, se aproximando dos 97,9 pontos, com a maior força dos EUA, apesar do cenário de guerra comercial, com o alerta da Vale (SA:VALE3) ao risco de ruptura da barragem de Barão de Cocais nos próximos dias e a tensão política local foram o desenho necessário para as perdas dos ativos ontem.
Neste contexto, além de perder mais um dia da recuperação global das bolsas de valores, o mercado brasileiro também deixa de dar atenção ao recuo dos índices inflacionários, que no atual contexto de contração econômica, é sim uma boa notícia, ainda que a ausência de pressão de consumo esteja entre os fatores determinantes para tal movimento.
Deste modo, as atenções tanto dos formuladores de política monetária, quanto dos investidores volta-se, novamente, nos avanços da reforma da previdência em nível local e os desenvolvimentos da guerra comercial no exterior, repetindo a literal monotonia das influências recentes.
O problema de tal contexto contaminado por externalidade, é que a situação econômica também começa a ser bombardeada pelos pessimistas de curto prazo, que iniciam a campanha de, por exemplo, duvidar dos efeitos da aprovação da reforma da previdência.
Não que os fatores recentes não sejam suficientemente ruins para alterações de perspectivas, porém, a contaminação das perspectivas começa a ganhar corpo, na ausência de alguns avanços, em especial políticos, até como citado ontem por Campos Neto, na comissão mista do orçamento.
Se considerarmos as possibilidades de eventos negativos, poderíamos citar a falta de solução para guerra comercial entre China e EUA, com elevação de custos de produção de empresas americanas, por conta dos maiores impostos; a situação da economia alemã perdendo força; o problema de crédito na China e na Itália; o recrudescimento da situação entre Irã e EUA, com a possível volta do enriquecimento de urânio; o retorno de governos populistas em alguns países da América do Sul; só para citar alguns.
Ainda assim, o restante do mercado ‘segue a vida’, mostrando que o elemento central no Brasil, no fim, é realmente a reforma da previdência. Com isso, sua aprovação tende a ser um fator de grande diferenciação nas perspectivas da atividade econômica, apesar do pessimismo atual.
CENÁRIO POLÍTICO
Denúncias contra Flávio Bolsonaro (algumas requentadas); Ausência de uma solução no trato com o legislativo; falta de coesão da base governamental; paralisações, ainda que tomadas pela oposição; Maia assumindo o comando das reformas; MPs importantes caducando.
Demorou para o presidente voltar para casa, demorou muito.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com tensões renovadas da guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, ainda pelo anúncio contra a Huawei.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata.
O petróleo abre em alta, com tensões no Oriente Médio.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6,7%
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0455 / 1,08 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,045%
Dólar / Yen : ¥ 109,65 / -0,182%
Libra / Dólar : US$ 1,28 / -0,336%
Dólar Fut. (1 m) : 4041,50 / 1,20 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,43 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,92 % aa (1,17%)
DI - Janeiro 23: 8,12 % aa (1,50%)
DI - Janeiro 25: 8,72 % aa (1,28%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,75% / 90.024 pontos
Dow Jones: 0,84% / 25.863 pontos
Nasdaq: 0,97% / 7.898 pontos
Nikkei: 0,89% / 21.250 pontos
Hang Seng: -1,16% / 27.946 pontos
ASX 200: 0,59% / 6.365 pontos
ABERTURA
DAX: -0,880% / 12202,08 pontos
CAC 40: -0,479% / 5422,02 pontos
FTSE: -0,252% / 7335,00 pontos
Ibov. Fut.: -1,51% / 90327,00 pontos
S&P Fut.: -0,420% / 2866,50 pontos
Nasdaq Fut.: -0,609% / 7554,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,03% / 80,31 ptos
Petróleo WTI: 1,02% / $63,51
Petróleo Brent:0,66% / $73,10
Ouro: -0,11% / $1.285,25
Minério de Ferro: 1,38% / $96,13
Soja: 0,40% / $14,90
Milho: 1,19% / $383,50
Café: 0,11% / $90,00
Açúcar: -0,68% / $11,67