O fechamento da última sessão para as bolsas de valores mundiais, ainda que fortemente negativo, não comprometeu totalmente o resultado do mês de abril, pois o período já vinha de perdas intensas e constantes.
A última semana do mês parecia reverter parte destas perdas, em especial nas Techs americana, porém a derradeira sessão de abril garantiu que a queda superasse 10% na maior parte dos mercados e parte disso, baseado na perspectiva de que o Fed deva atuar de maneira mais firme com os juros.
Ou seja, parte do fluxo global começa a se alinhar a um cenário mais conservador, que em partes afetou a valorização do Real frente ao dólar, o movimento em commodities de toda a ordem e também, em partes as perspectivas inflacionárias de diversas localidades do mundo.
Daí a importância da semana com as decisões de políticas monetárias na super-quarta, com FOMC e COPOM, onde os juros devem subir em 50 bp e 100 bp respectivamente, completadas pela decisão do BoE, com alta de 25 bp.
Com raras exceções, como o Japão, o restante do mundo sofre tanto com a inflação, como com a perspectiva de que os apertos monetários draguem parte da liquidez dos mercados para a renda fixa, como ocorreu no Brasil, inclusive com estrangeiros este mês.
Localmente, a expectativa de taxa terminal aos 12,75%, a qual desafiamos desde que o Bacen colocou o câmbio e o petróleo como premissas deste cenário, agora é desfiada por boa parte do mercado que como nós, vê a taxa terminal de 2022 em ao menos 13,75%, com uma redução de ritmo e uma provável pausa do COPOM.
O que tende a ajudar o cenário preconizado pela nossa autoridade monetária é exatamente o possível pico inflacionário em maio, onde parte das descompressões de habitação tendem a afetar o índice, assim como transportes e parte dos alimentos.
A menor pressão de commodities no mês tende a ajudar em tal cenário, o qual depende também da China colocar em prática dois pontos importantes: o fim dos lockdowns e cumprir a promessa de ajuda à economia para uma retomada forte.
Nos EUA, assim como na Europa, a premissa não é tão clara, afinal ao se observar a regra de Taylor, ambos estão absurdamente atrás da curva, quando comparado o cenário atual, o que está longe de significar que as autoridades monetárias devam ‘explodir os juros’, pois está mais do que longe do viés promovido até agora.
Semana de agenda pesada, a qual, além das decisões de juros, conta com dados do mercado de trabalho nos EUA, como o Payroll e no Brasil, a série de dados atrasados do Banco Central, além de inflações como o IGP-DI e Fipe e atividade econômica, como a produção industrial.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, divididos entre a retomada após as fortes perdas de abril e dados fracos da economia chinesa.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com PMIs em queda na China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao ouro, cobre e paládio.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com os dados mais fracos na China e aumento de oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,48%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9721 / 0,60 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / -0,199%
Dólar / Yen : ¥ 130,01 / 0,162%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,040%
Dólar Fut. (1 m) : 4986,72 / -0,56 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,03 % aa (0,46%)
DI - Janeiro 24: 12,58 % aa (-0,04%)
DI - Janeiro 26: 11,86 % aa (-0,04%)
DI - Janeiro 27: 11,83 % aa (-0,04%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,8585% / 107.876 pontos
Dow Jones: -2,7691% / 32.977 pontos
Nasdaq: -4,1711% / 12.335 pontos
Nikkei: -0,11% / 26.819 pontos
Hang Seng: 4,01% / 21.089 pontos
ASX 200: -1,18% / 7.347 pontos
ABERTURA
DAX: -0,634% / 14008,74 pontos
CAC 40: -1,384% / 6443,33 pontos
FTSE: 0,471% / 7544,55 pontos
Ibov. Fut.: -2,18% / 108821,00 pontos
S&P Fut.: 0,44% / 4145,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,582% / 12922,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,13% / 128,02 ptos
Petróleo WTI: -3,39% / $101,14
Petróleo Brent: -2,49% / $104,46
Ouro: -0,86% / $1.878,18
Minério de Ferro: -1,24% / $144,95
Soja: -0,80% / $1.693,75
Milho: -0,92% / $810,75
Café: 2,13% / $222,55
Açúcar: -0,42% / $19,15