Se na semana que passou não faltaram elementos para chamar a atenção do mercado financeiro, com uma agenda pesada em nível micro e macroeconômico, a atual repete a dose, com indicadores de enorme relevância em diversos sentidos.
A decisão do COPOM é uma das mais importantes dos últimos anos, pois em meio à descompressão local e global da inflação, redução expressiva dos custos fiscais com os dividendos da Petrobrás e redução local de impostos sobre consumo, não há elementos que justifiquem a continuidade do ciclo de aperto monetário.
Na nossa opinião, a situação clamaria inclusive por uma manutenção já nesta reunião, ou seja, sem a prometida elevação entre 25 e 50 bp, mais precificada pelo mercado como 50 bp, onde a dosimetria do COPOM é de suma importância.
O ponto ainda mais sensível de pressão inflacionaria no curto prazo continua a ser o câmbio, onde o Real continua descontado contra o dólar, ainda que o movimento não se limite ao mercado brasileiro e sim é um movimento global.
Na dúvida sobre os próximos movimentos do Fed, grandes investidores internacionais nos últimos meses se encastelaram no caixa, à espera de uma posição um tanto mais concreta e com isso, se desfizeram globalmente de diversas posições importantes em emergentes, o Brasil incluso.
Com os últimos dados econômicos nos EUA apontando para uma recessão técnica, o fiel da balança do retorno do investidor global ao risco depende bastante do resultado do mercado de trabalho americano, especialmente o Payroll, após um PCE pressionado no resultado do PIB na semana anterior.
É neste sentido que a coleção correta de dados pode influenciar em como o dólar pode voltar para cá, sendo mais um ponto positivo na descompressão inflacionária e garantindo ao COPOM uma manutenção segura da taxa por um período, que se for operado da maneira correta, deverá ser indicado como longo, de forma a garantir um bom diferencial contra a taxa americana.
A semana se completa com a decisão de juros do BoE, o qual ainda opera sob um ritmo bastante comedido de aperto monetário, onde o Reino Unido se desponta na Europa com uma série bastante positiva de indicadores, em especial do mercado imobiliário.
Na agenda corporativa, atenção a MarcoPolo, Movida (BVMF:MOVI3), Tim (BVMF:TIMS3) e PetroRio (BVMF:PRIO3).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, após PMIs ruins na Europa, vendas ao varejo fracas na Alemanha e semana de agenda pesada.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, apesar dos temores dos danos que a visita de Nancy Pelosi, líder da câmara dos EUA poderia causar.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e exceto cobre.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com oferta apertada à medida que as atenções se voltam para reunião da OPEP +.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,50%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1729 / -0,21 %
Euro / Dólar : US$ 1,03 / 0,382%
Dólar / Yen : ¥ 131,98 / -0,915%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / 0,633%
Dólar Fut. (1 m) : 5224,18 / 0,04 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,80 % aa (-1,43%)
DI - Janeiro 24: 13,34 % aa (-1,19%)
DI - Janeiro 26: 12,59 % aa (-1,18%)
DI - Janeiro 27: 12,61 % aa (-1,18%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5537% / 103.165 pontos
Dow Jones: 0,9699% / 32.845 pontos
Nasdaq: 1,8754% / 12.391 pontos
Nikkei: 0,69% / 27.993 pontos
Hang Seng: 0,05% / 20.166 pontos
ASX 200: 0,69% / 6.993 pontos
ABERTURA
DAX: 0,410% / 13539,29 pontos
CAC 40: 0,436% / 6476,64 pontos
FTSE: 0,530% / 7462,75 pontos
Ibov. Fut.: 0,49% / 103789,00 pontos
S&P Fut.: -0,19% / 4125,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,189% / 12942,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,28% / 120,27 ptos
Petróleo WTI: -1,78% / $96,86
Petróleo Brent: -1,26% / $102,66
Ouro: 0,39% / $1.773,51
Minério de Ferro: -0,34% / $114,60
Soja: -1,05% / $1.619,75
Milho: -1,87% / $605,25
Café: -0,48% / $216,05
Açúcar: -0,40% / $17,46