Após uma semana de importantes decisões de juros que, ainda não surpreendentemente, afetaram os mercados em nível global, as atenções retornam aos indicadores econômicos e especialmente, o mercado de trabalho nos EUA.
É necessário recordarmos que o ADP Employment do mês anterior frustrou as expectativas e registrou crescimento de 142.000 vagas, daí o atual projetava 150.000 e registrou os impressionantes 296.000 postos de trabalho criados.
Já o Payroll seguiu a linha contrária, ou seja, a expectativa para março era de um crescimento em torno de 180.000, porém registrou 236.000 e reverteu todo o cenário que o ADP criou, de perspectiva de pausa no ciclo de aperto monetário.
Como já citamos aqui diversas e diversas vezes, o período de coleta dos dois indicadores se diferencia por quase duas semanas, com o ADP capturando dados “mais frescos”, ou seja, à frente do Payroll, o fazendo, portanto, um indicador antecedente importante.
Neste caso, portanto, seria correto se esperar que o Payroll se mantenha dentro das expectativas e registre, após a alta de 236.000, uma “contração” para 185.000, com desemprego saindo de 3,5% para 3,6%.
Se isto não ocorrer, será o claro sinal de que a atividade econômica observada pelo mercado de trabalho está em um estado visivelmente superior àquele preconizado pelas autoridades e daí, longe do ideal para a condução dos juros.
Os indicadores trimestrais de produtividade em queda de -2,7%, com a elevação do custo de mão de obra de 6,3%, se combinados com o desemprego em qualquer faixa próxima à atual nos EUA significa que, apesar de tudo o que ocorre nos juros, no sistema bancário, no crédito, os EUA continua com a economia forte como nunca.
Obviamente, os desafios impostos pela leniência das autoridades monetárias no passado, o excesso de liquidez imposto ao mundo por uma década e sua explosão em níveis ainda maiores por dois anos pode levar à releitura de uma série de paradigmas macroeconômicos, especialmente àqueles ligados à inflação.
Ainda assim, os instrumentos de controle não podem ser desprezados agora.
Agradeço a todos a audiência aqui e entrarei num hiato de informações do mercado financeiro.
Até uma próxima.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo Payroll nos EUA e após os fortes resultados da Apple (NASDAQ:AAPL).
Em Ásia-Pacífico, mercados sem rumo, sem as praças chinesa e japonesa, também na expectativa por dados do mercado de trabalho americano.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com destaque ao ouro e cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, porém, ainda deve fechar a semana em queda, após uma série de sessões negativas.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -4,63%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,9837 / -0,22 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,154%
Dólar / Yen : ¥ 134,19 / -0,075%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / 0,310%
Dólar Fut. (1 m) : 5019,00 / 0,01 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,21 % aa (-0,23%)
DI - Janeiro 25: 11,76 % aa (-1,04%)
DI - Janeiro 26: 11,42 % aa (-1,41%)
DI - Janeiro 27: 11,49 % aa (-1,40%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,3706% / 102.174 pontos
Dow Jones: -0,8574% / 33.128 pontos
Nasdaq: -0,4900% / 11.966 pontos
Nikkei: 0,12% / 29.158 pontos
Hang Seng: 0,50% / 20.049 pontos
ASX 200: 0,37% / 7.220 pontos
ABERTURA
DAX: 0,812% / 15862,02 pontos
CAC 40: 0,449% / 7373,75 pontos
FTSE: 0,425% / 7735,38 pontos
Ibov. Fut.: 0,40% / 103580,00 pontos
S&P Fut.: 0,58% / 4099,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,608% / 13124,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,60% / 102,26 ptos
Petróleo WTI: 2,19% / $70,06
Petróleo Brent: 2,17% / $74,07
Ouro: -0,58% / $2.038,66
Minério de Ferro: -0,59% / $98,85
Soja: 0,24% / $1.452,00
Milho: 0,23% / $648,00
Café: -1,48% / $186,40
Açúcar: 0,55% / $25,66