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Calendário Econômico - Fique por dentro de 5 assuntos relevantes da semana

Publicado 01.11.2020, 09:32
Atualizado 01.11.2020, 10:56
© Reuters
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Por Noreen Burke e Leandro Manzoni

Investing.com - Os mercados estarão cheios de riscos para os investidores à medida que uma semana movimentada e aguardada se inicia, com uma eleição presidencial importante nos EUA, a última reunião do Federal Reserve e o relatório de empregos do governo para outubro.

O potencial de um resultado atrasado ou contestado para a eleição de terça-feira é a maior fonte de incerteza que os mercados enfrentam. A temporada de balanços também continuará com dezenas de empresas reportando e o Banco da Inglaterra pode liberar mais estímulos, para apoiar uma economia devastada pelo coronavírus e Brexit.

No Brasil, a semana terá divulgação de PMIs, ata do Copom e IPCA de outubro. Além da continuação da temporada de balanços das empresas listadas na B3, com xx empresas divulgando seus resultados do terceiro trimestre entre terça (3) e sexta-feira (6).

Aqui está o que você precisa saber para começar sua semana.

  1. Eleição presidencial dos EUA

O evento principal será o dia das eleições nos EUA na terça-feira. Está marcada para ser uma das eleições presidenciais mais significativas da história do país. A campanha eleitoral foi particularmente preocupante devido ao coronavírus e ao foco nas consequências imediatas em meio a temores de que um período sem uma imagem clara do resultado possa perturbar os mercados.

LEIA MAIS: Vitória de Trump sem tumultos é melhor resultado para mercado de ações, diz JPMorgan

O presidente Donald Trump, que está atrás do desafiante democrata Joe Biden nas pesquisas, reclamou de um sistema de votação "fraudado" e se recusou a se comprometer com uma transição pacífica de poder se perder.

O presidente minimizou o vírus, enquanto o país registrou mais de 9 milhões de casos, com cerca de 230.000 mortos.

Muita coisa dependerá também do resultado da votação dos deputados e senadores no Congresso. Se as pesquisas estiverem corretas e Biden vencer em uma "onda azul" com os democratas garantindo as duas Casas do Congresso, isso reforçaria a perspectiva de estímulo fiscal rápido e em grande escala.

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  1. Volatilidade e temporada de balanços

Os três principais índices de Wall Street registraram sua pior semana desde março da semana passada, arrastados por uma queda nas ações de pesos pesados ​​da tecnologia após seus resultados trimestrais, com um aumento recorde nos casos de coronavírus e nervosismo sobre a eleição presidencial adicionando ao clima pessimista. Esta semana, o horário de negociações em Wall Street muda para os investidores brasileiros, com o fim do horário de verão nos EUA, com a abertura às 11h30 e fechamento às 18h00.

O índice de volatilidade VIX, o "medidor do medo" de Wall Street, encerrou a semana perto de uma máxima de fechamento de mais de 4 meses e a volatilidade do mercado parece provavelmente permanecer elevada na próxima semana.

Enquanto isso, a temporada de balanços do terceiro trimestre já passou da metade do caminho em Wall Street, e dezenas de outras empresas devem relatar durante a semana, incluindo Clorox (NYSE:CLX), PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34), Mondelez International (NASDAQ:MDLZ) (SA:MDLZ34), Estee Lauder (NYSE:EL) (SA:ELCI34), Fox (NASDAQ:FOX), Bayer (OTC:BAYRY), Sysco (NYSE:SYY) (SA:S1YY34), Qualcomm (NASDAQ:QCOM) (SA:QCOM34), Expedia (NASDAQ:EXPE) (SA:EXGR34), Hilton Worldwide (NYSE:HLT) (SA:H1LT34), Bristol-Myers Squibb (NYSE:BMY) (SA:BMYB34) e AstraZeneca (NYSE:AZN).

No Brasil, a temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre continua com força na semana que vem, mais curta por feriado na segunda-feira. Entre os nomes que devem publicar seus resultados estão IRB Brasil (SA:IRBR3), BB Seguridade (SA:BBSE3), Itaú Unibanco (SA:ITUB4), Tim, Gol (SA:GOLL4), Azul (SA:AZUL4), Banco do Brasil (SA:BBAS3), JHSF (SA:JHSF3) e Lojas Renner (SA:LREN3).

SAIBA MAIS: IRB Brasil, Itaú, Gol e Azul continuam temporada de balanços na semana que vem

  1. Reunião do Fed e ata do Copom

Os dirigentes do Fed começarão sua próxima reunião um dia depois do normal na quarta-feira (4) por causa da eleição. Eles vão entregar sua decisão política monetária na quinta-feira, às 16h00 (horário de Brasília), seguida pela conferência de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, 30 minutos depois.

As autoridades devem adiar o anúncio de medidas de estímulo adicionais, mas podem manter aberta a possibilidade de ajustar o programa de compra de títulos em uma data posterior, possivelmente já em dezembro. Os dirigentes também devem reiterar que a política fiscal é uma ferramenta mais eficaz no momento, em meio a uma recuperação desigual da recessão induzida pelo coronavírus.

Antes do Fed, na terça-feira, o Banco Central do Brasil divulga a ata da última reunião do Copom, realizada na última semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, por unanimidade, a taxa básica de juros em 2% ao ano.

O comunicado manteve a “prescrição futura”” (foward guidance), mantendo o trecho “o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno", para indicar possibilidade de novo corte. No entanto, O BC "ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções".

VEJA TAMBÉM: Petróleo busca sustentação acima de US$30; perspectiva de alta do ouro com eleição

  1. Relatório de empregos nos EUA, IPCA e PMIs no Brasil

Espera-se que o relatórios de emprego de outubro, a ser divugado na sexta-feira, mostre outro pequeno declínio na taxa de desemprego e a folha de pagamento provavelmente mostre uma nova perda de ímpeto na criação de empregos no setor privado, enquanto o encerramento do Censo é definido para resultar em um entrave do emprego público.

Antes disso, o relatório de quinta-feira pedidos iniciais por seguro-desemprego também será observado de perto. Embora as reivindicações de benefícios tenham caído de um recorde de 6,867 milhões em março, elas permanecem acima do pico semanal de 665.000 visto durante a Grande Recessão de 2007-09.

Cerca de 22,7 milhões de americanos estavam recebendo seguro-desemprego no início de outubro, embora muitos tenham esgotado sua elegibilidade para auxílio estatal.

Já o índice oficial de inflação brasileiro de outubro, o IPCA, será divulgado na sexta-feira. Os economistas estão atentos com a aceleração de preços, especialmente o dos alimentos.

O sinal de alerta mais recente foi com o IPCA-15 de outubro, com alta de 0,94% em relação ao mês anterior e de 3,52% no acumulado de 12 meses, acima da expectativa de 0,81% e 3,40%, respectivamente. Enquanto o IGP-M, índice que reajusta os aluguéis, apresenta aceleração mais significativa em 2020, com o índice de outubro apresentando alta de 3,23% e de 20,93% nos últimos 12 meses.

Na avaliação do Banco Central, a inflação está vindo acima da expectativa devido “alta nos preços dos alimentos e de bens industriais, consequência da depreciação persistente do Real, da elevação de preço das commodities e dos programas de transferência de renda.”, de acordo com último comunicado. No entanto, a autoridade monetária “mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção”.

Também estão na prateleira de indicadores econômicos brasileiros nesta semana os PMIs e a produção industrial. Terça-feira será divulgado o PMI industrial, enquanto os PMIs de serviços e composto serão divulgados na quinta-feira. Já a produção industrial de setembro será divulgada na quarta-feira pelo IBGE, com expectativa de crescimento mensal de 3,4% e queda anual de 2,2%.

  1. Reunião do Banco da Inglaterra

Na quinta-feira, o BoE deve aumentar as compras de títulos em 100 bilhões de libras para apoiar a economia por meio de outra onda de coronavírus e Brexit. Isso elevaria a meta de compra de ativos do banco central para 845 bilhões de libras, quase o dobro do nível no início do ano.

Também se espera que os formuladores de políticas reduzam as previsões de crescimento para 2020 e 2021 e indiquem que a recuperação provavelmente demorará mais do que as previsões anteriores.

O banco central provavelmente evitará questões sobre se as taxas de juros poderiam ser reduzidas abaixo de zero, enquanto se aguarda uma revisão do impacto que as taxas negativas teriam na lucratividade do setor bancário.

- Com informações de Reuters

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