Por Jesse Cohen e Leandro Manzoni
Investing.com - As bolsas de valores dos EUA apresentam ganhos nesta quinta-feira (2), com os principais índices de Wall Street tendo uma leve recuperação após o início do segundo trimestre no vermelho.
Às 15h30, o índice Dow Jones subia 0,34%, enquanto o S&P 500 tinha alta de 0,40% e Nasdaq operava com leve queda de 0,19%. No Brasil, o Ibovespa hoje seguia a mesma tendência, após o tombo na véspera. O principal índice acionário brasileiro ganhava 0,83% a 71.551 pontos, após chegar a subir mais de 3% durante o horário do almoço.
Se as ações despencaram na quarta-feira após uma declaração de Trump, os ganhos nesta quinta-feira, por outro lado, foram incentivados pelo presidente dos EUA. Os investidores ficaram assustados com a coletiva de imprensa do presidente dos EUA, Donald Trump, na noite de terça-feira, na qual ele alertou os americanos sobre um "doloroso" período de duas semanas por vir no combate ao coronavírus, mesmo com medidas estritas de distanciamento social.
O surto de coronavírus continua a causar estragos nos mercados globais e acende o radar de cautela dos investidores. Mas, nesta quinta-feira, um tweet de Trump diminuiu a aversão ao risco do mercado.
Trump disse que a Arábia Saudita e a Rússia reduzirão a produção de petróleo em cerca de 10 milhões de barris, em um esforço para aumentar os preços, o que fez com que o petróleo saltasse mais de 25%. Trump tuitou que, depois de conversar com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, que conversou com o presidente russo Vladimir Putin, soube que os dois concordaram em esfriar sua guerra de preços e cortar a produção, o que ajudaria o setor de energia dos EUA.
“Acabei de falar com meu amigo MBS (príncipe herdeiro) da Arábia Saudita, que falou com o presidente Putin da Rússia, e eu espero que eles cortem aproximadamente 10 milhões de barris, talvez muito mais, o que, se acontecer, seria ÓTIMO para a indústria de petróleo e gás! ” Trump tuitou.
Coronavírus sustenta bear market
Declarações como a de hoje de Trump são um balão de ensaio para que os mercados tenham um alívio ante uma perspectiva de recessão à vista como efeito das medidas para conter a pandemia de coronavírus. E o quadro da doença não é animador, mesmo com a adoção de "distanciamento social" para evitar aglomeração de pessoas e, assim, disseminar mais rapidamente o vírus, sufocando os sistemas de saúde.
Os consultores médicos da Casa Branca agora preveem que, mesmo que os americanos sigam ordens sem precedentes de ficar em casa, entre 100 mil e 240 mil pessoas poderiam morrer da doença respiratória.
"Dias difíceis estão à frente para nossa nação", disse Trump na terça-feira.
"Vamos ter algumas semanas, começando agora, mas especialmente daqui a alguns dias, que serão horríveis".
A pandemia mostrou poucos sinais de enfraquecimento, com mais de 215.000 casos confirmados nos Estados Unidos, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
O número de mortos também continua a subir, tendo o vírus tirado a vida de mais de 5.000 pessoas.
Quase metade de todos os casos nos EUA vem de Nova York, onde cerca de 83.000 pessoas foram infectadas.
Globalmente, agora existem quase um milhão de casos confirmados, com o total de mortes se aproximando de 50.000.
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- Com contribuição da Reuters