Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os futuros de ações dos EUA apontam para uma queda nesta quarta-feira, após um início de 2024, em sua maior parte, pessimista na sessão anterior. Os mercados estão agora aguardando a publicação da ata da reunião de política do Federal Reserve de dezembro e, com ela, possíveis pistas sobre a trajetória da taxa de juros do banco central nos próximos meses.
As vendas de carros da Tesla fabricados na China dispararam em dezembro, mas a gigante dos veículos elétricos de Elon Musk ainda está lutando contra a concorrência acirrada no país. No Brasil, a Presidência sancionou o orçamento com vetos, mas manteve a meta de zerar o déficit fiscal neste ano.
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1. Futuros americanos em queda, enquanto rendimentos do Tesouro dos EUA sobem
Os futuros das ações dos EUA caíram na quarta-feira, com os investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião de política do Federal Reserve.
Às 8h (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,16%, o S&P 500 futuros perdia 0,16%, e o Nasdaq 100 futuros havia 0,33%.
O índice de referência S&P 500 e o índice de alta tecnologia Nasdaq Composite perderam terreno no primeiro dia de negociação de 2024, em parte devido às esperanças cada vez menores de que o Fed realizará cortes nas taxas de juros no início deste ano. Enquanto isso, o índice de 30 ações Dow Jones Industrial Average ganhou pouco menos de 0,1%.
Em ações individuais, as ações da Apple (NASDAQ:AAPL) caíram cerca de 4% depois que analistas do Barclays (LON:BARC) rebaixaram a classificação da fabricante do iPhone, citando a fraca demanda por hardware e preocupações com a receita de sua divisão de serviços. A Nvidia (NASDAQ:NVDA), a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e a Microsoft (NASDAQ:MSFT) - que, juntamente com a Apple, fazem parte do chamado grupo das Sete Magníficas empresas de tecnologia que ajudaram a impulsionar um 2023 estelar para as ações - também caíram.
"A impressionante recuperação no final do ano desapareceu um pouco, apesar dos ventos favoráveis sazonais, mas esperamos que a perda de impulso de curto prazo seja modesta", disseram analistas da Fairlead Strategies em uma nota aos clientes.
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Um aumento nos rendimentos do Tesouro dos EUA também prejudicou as ações na terça-feira, em um possível sinal de que a empolgação dos mercados com a perspectiva de cortes nas taxas do Fed no início deste ano pode estar diminuindo.
O rendimento da nota de referência de 10 anos - um indicador importante das estimativas de longo prazo para os custos de empréstimos - atingiu brevemente o ponto mais alto em mais de duas semanas, enquanto o rendimento de 2 anos, sensível à taxa de juros, também subiu. Normalmente, os preços caem quando os rendimentos aumentam.
No final de 2023, o Título do Tesouro de 10-anos estava abaixo de 3,9% após uma forte alta no final do ano, impulsionada pelas expectativas de cortes antecipados nas taxas de juros do Fed e um chamado "pouso suave" da economia dos EUA. Nesse cenário, a campanha agressiva de aumento das taxas do Fed consegue esfriar a inflação sem provocar um colapso na economia em geral.
Impulsionado pelo salto nos rendimentos do Tesouro, o índice dólar, que acompanha o dólar em relação a uma cesta de seus pares de moedas, teve seu melhor desempenho diário desde março de 2023.
2. Ata do Fed à frente
Os investidores agora estão voltando sua atenção para a ata da reunião de dezembro do Fed, que deve ser divulgada nesta quarta-feira. A forma como as autoridades veem a evolução dos custos de empréstimos nos próximos meses pode influenciar a permanência das apostas recentes de que o banco central dos EUA começará em breve a reduzir as taxas de juros de um máximo de mais de duas décadas.
Em dezembro, o Fed deixou as taxas inalteradas em uma faixa de 5,25% a 5,50%, mas sinalizou que seu ciclo de aperto sem precedentes, com o objetivo de controlar a inflação elevada, pode ter chegado ao seu ponto máximo. As novas previsões dos formuladores de políticas também sugeriram que eles podem reduzir as taxas em 75 pontos-base este ano, uma perspectiva mais dovish do que as projeções anteriores.
A especulação sobre possíveis reduções nas taxas alimentou um aumento nas ações no final do ano, embora muitas autoridades tenham tentado moderar esse entusiasmo desde então. A ata pode fornecer ainda mais informações sobre o pensamento do Fed.
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3. Vendas de EVs da Tesla fabricados na China aumentam em dezembro
As vendas de veículos elétricos (EVs) da Tesla (NASDAQ:TSLA) fabricados na China aumentaram 68,7% em uma base anual no mês passado, mostraram novos dados da Associação de Carros de Passageiros da China na quarta-feira, embora a montadora norte-americana ainda enfrente intensa concorrência no país.
O total de dezembro, que inclui as exportações, elevou o volume anual de vendas da Tesla na China para 947.742 - pouco mais da metade das entregas globais da empresa.
A fábrica da Tesla em Xangai é seu maior centro de produção, abastecendo a China e outros países como Nova Zelândia e Austrália. O grupo delineou planos para expandir sua capacidade de veículos elétricos na fábrica, mas a medida ainda precisa receber aprovação regulatória de Pequim.
Os números mais recentes da CPCA foram divulgados depois que a BYD (SZ:002594) da China desbancou a Tesla como a maior fabricante de veículos elétricos do mundo no início desta semana. A BYD, que oferece opções somente de bateria e híbridas, entregou 341.043 carros de passageiros em dezembro, um aumento de 45% em relação ao ano anterior.
4. Petróleo cai antes de dados dos EUA
Os preços do petróleo recuaram na quarta-feira, antes da divulgação de dados cruciais sobre os estoques semanais dos EUA, o maior consumidor do mundo.
Às 8h (de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA foram negociados 0,68% mais baixos, a US$ 69,9, por barril, enquanto o contrato do Brent caiu 0,51%, para US$ 75,50 por barril.
Os estoques de petróleo bruto dos EUA do grupo industrial American Petroleum Institute devem ser divulgados na quarta-feira, um dia depois do normal, devido ao feriado de Ano Novo na segunda-feira. Os dados oficiais serão publicados na quinta-feira.
Os preços de referência do petróleo subiram acentuadamente no início da semana, depois que ataques a embarcações no Mar Vermelho por rebeldes Houthi aumentaram as preocupações sobre possíveis interrupções no fornecimento nessa região importante.
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5. Manutenção da meta fiscal de déficit zero no Brasil em 2024
Com a sanção da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prevê regras para o orçamento do governo, propostas como a de zerar o déficit fiscal em 2024 foram mantidas, apesar dos 34 vetos ao texto original. Economistas e analistas de mercado, no entanto, enxergam a meta com certo ceticismo.
“Talvez seja um resultado ali entre 0,5% e 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de déficit. Mas nós sabemos que o governo está bastante empenhado na busca por essa zeragem do déficit primário”, aponta Rodolfo Margato, economista da XP (BVMF:XPBR31). Confira entrevista completa.
Enquanto isso, o calendário para pagamento de emendas parlamentares para deputados e senadores ficou de fora. Ainda que a matéria tenha previsto que as emendas individuais deveriam ser empenhadas em até 30 dias, a presidência preferiu manter a atuação atual, após liberação dos ministérios. Apesar das críticas de Lula antes das eleições, seu governo superou os gastos do ex-presidente Jair Bolsonaro com as emendas, até então chamadas por Lula de orçamento secreto, com pagamento de em torno de R$22 bilhões no ano passado.
Às 8h02 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,58% no pré-mercado.