Por Peter Nurse e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os grandes bancos continuam a divulgar seus ganhos esta semana, mas também são acompanhados por resultados trimestrais de várias empresas mais voltadas para o consumidor. Os mercados aguardam comentários de uma infinidade de oradores de Bancos Centrais para digerir. O presidente brasileiro retorna de viagem à China e aos Emirados Árabes, mas não sem algumas polêmicas.
Aqui está o que você precisa saber nesta segunda-feira, 17.
CONFIRA: Calendário Econômico do Investing.com
1. A temporada de balanço nos EUA começa a sério
A temporada de ganhos do primeiro trimestre atinge o seu ponto mais alto esta semana, depois que uma série de grandes bancos de Wall Street relataram resultados melhores do que o esperado na sexta-feira.
Vários outros grandes bancos, incluindo o Goldman Sachs (NYSE:GS), Morgan Stanley (NYSE:MS) e Bank of America (NYSE:BAC), têm resultados previstos para os próximos dias, mas o foco agora pode se voltar para a forma como as empresas mais discricionárias de consumo estão se distanciando dada a inflação persistentemente alta e o ciclo agressivo de taxas de juros do Federal Reserve.
Resultados de empresas como Netflix (NASDAQ:NFLX), Tesla (NASDAQ:TSLA), Johnson & Johnson (NYSE:JNJ), Procter & Gamble (NYSE:PG) e AutoNation (NYSE:AN) estão previstos para esta semana, e podem facilmente perturbar o otimismo gerado pelos fortes números bancários de sexta-feira.
Os analistas esperam que os ganhos do S&P 500 tenham diminuído 4,8% no primeiro trimestre em relação ao período de um ano atrás, de acordo com dados da Refinitiv de sexta-feira.
Os futuros dos EUA foram negociados marginalmente mais altos na segunda-feira, com os investidores aguardando a liberação de mais lucros trimestrais, o que deve fornecer fortes pistas sobre a saúde da América corporativa.
Às 8h01 (de Brasília), o contrato Dow futuros subia 0,09%, S&P 500 futuros 0,13%, e Nasdaq 100 futuros acrescentou 0,08%.
Dito isto, as ações se mantiveram resistentes, com o Dow Jones Industrial Average positivo em geral na semana passada pela quarta vez consecutiva, enquanto o S&P 500 e Nasdaq Composite ambos tiveram sua quarta semana de alta em cinco.
2. Os banqueiros centrais falam
Os principais bancos centrais ocidentais - Federal Reserve, Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra - têm grandes decisões políticas a serem tomadas no início do próximo mês, colocando o foco firmemente nos comentários desses formuladores de políticas antes de entrarem em seus períodos tradicionais de silêncio.
A presidente do BCE Christine Lagarde fala em Nova Iorque mais tarde na segunda-feira. Os investidores procuram verificar se Lagarde traz mais detalhes sobre o comentário da sexta-feira de que "as pressões inflacionárias subjacentes permanecem fortes", pois as opiniões estão divididas sobre se o Banco Central da zona do euro aumentará em 25 ou 50 pontos base em maio.
O dirigente do Banco da Inglaterra para a Estabilidade Financeira, Jon Cunliffe, deve falar nesta segunda-feira, apenas alguns dias antes do lançamento da índice de preços ao consumidor do Reino Unido para março.
A inflação subiu inesperadamente para 10,4% em fevereiro, cimentando em grande parte outro aumento da taxa no próximo mês, que seria o décimo segundo aumento consecutivo da taxa do BoE desde dezembro de 2021.
Vários dirigentes do Fed também devem falar nos próximos dias, incluindo o Presidente do Fed de Nova York John Williams, Michelle Bowman, Christopher Waller e Lisa Cook.
3. SpaceX tem como objetivo a lua
A SpaceX de Elon Musk pretende lançar mais tarde na segunda-feira seu novo e ultra potente sistema de foguetes da nave espacial para o espaço pela primeira vez, em mais um potencial passo à frente na ambição da empresa de enviar humanos de volta à lua e finalmente a Marte.
O objetivo do lançamento, se as condições estiverem corretas, é fornecer dados cruciais sobre como o veículo sobe ao espaço e como voará de volta à Terra, tanto com o foguete Super Heavy Booster de estágio inferior quanto com a nave de cruzeiro Starship de estágio superior projetada como componentes reutilizáveis, reduzindo o custo de futuros lançamentos.
O otimismo em torno do projeto SpaceX contrasta vivamente com a decisão da Virgin Orbit de Richard Branson (OTC:VORBQ) de declarar falência no início deste mês, após o negócio de lançamento de satélites ter lutado para garantir financiamento a longo prazo após um lançamento fracassado em janeiro.
O pedido vem menos de dois anos depois que a Virgin Orbit foi a público com uma avaliação de cerca de 3 bilhões de dólares.
4. Os preços do petróleo se mantiveram baixos antes dos dados de crescimento chineses
Os preços do petróleo bruto foram negociados mais baixos na segunda-feira, devolvendo alguns dos ganhos recentes, enquanto os traders aguardam o último dados de crescimento da China, o maior importador mundial de petróleo bruto.
Às 8h02, os futuros do petróleo dos EUA negociaram 0,36% mais baixos para US$82,13 por barril, enquanto o contrato Brent caía de forma similar, para US$86 por barril.
Ambos os indicadores de referência registraram seus quatro ganhos semanais na semana passada, a mais longa série desde meados de 2022, continuando a ser impulsionada pelos cortes de produção anunciados pelos produtores da OPEP+ no início deste mês.
A Agência Internacional de Energia também ajudou o sentimento na semana passada, prevendo uma demanda recorde em 2023, em grande parte baseada na recuperação da economia chinesa após o levantamento de sua política de covid zero.
Com isto em mente, o lançamento do PIB do primeiro trimestre da China no início da terça-feira é visto como fundamental esta semana, pois os traders buscam sinais de recuperação da demanda no segundo maior consumidor mundial de petróleo.
5. Lula firma acordos com China e Emirados Árabes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Brasil após viagem ao Oriente com passagem pela China e Emirados Árabes. As parcerias firmadas com a China giram em torno de R$ 50 bilhões em investimento, enquanto as com o Emirados Árabes totalizariam R$ 12 bilhões – mas o governo não disse a distribuição entre os países.
A comitiva contou com empresários, parlamentares, governadores e sindicalistas que apoiam o governo. Na última sexta-feira, Lula participou de encontro presencial com o presidente chinês Xi Jinping, além de outras autoridades chinesas, em cerimônia completa para receber autoridades internacionais.
O Brasil assinou 15 acordos com a China durante o roteiro, em temas como agropecuária, indústria e ciência, mas a passagem foi marcada por falas polêmicas de Lula. O presidente brasileiro reforçou que a China é a principal parceira comercial do Brasil, mas pontuou que não visa uma parceria apenas no comércio, mas na cultura, desenvolvimento tecnológico e no estabelecimento de uma nova geopolítica mundial. Lula ainda visitou a gigante da tecnologia Huawei e afirmou que “ninguém vai impedir aproximação entre Brasil e China”, após a pressão dos Estados Unidos para que o governo não permitisse a participação da companhia no leilão 5G do Brasil.
No retorno ao país, Lula ainda passou nos Emirados Árabes, recebido pelo xeique Mohammed bin Zayed al-Nahyan, no final de semana. A comitiva também foi recebida com honras no palácio local, antes da assinatura de memorandos para reforçar os laços. A parceria contempla investimento de um fundo árabe para produção de combustíveis renováveis no estado da Bahia.
Hoje, o Itamaraty e Lula ainda recebem o chanceler da Rússia, ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.
Às 8h02, o ETF EWZ (NYSE:EWZ)recuava 0,92% no pré-mercado.
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