Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Donald Trump declarou vitória na eleição presidencial de 2024, embora muitas das principais redes de notícias e outros meios de comunicação ainda não o tenham nomeado formalmente como vencedor. Os votos contados indicam que ele ganhou em vários estados importantes do campo de batalha sobre a rival democrata Kamala Harris. Os futuros de ações dos EUA, juntamente com os chamados "Trump trades", que acompanharam de perto as perspectivas de retorno do ex-presidente à Casa Branca, se recuperaram. No Brasil, Banco Central deve elevar a taxa de juros nesta quarta.
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1. Trump reivindica vitória na eleição presidencial de 2024
Donald Trump afirmou que os resultados da eleição presidencial dos EUA lhe dão um "mandato poderoso", ao declarar vitória na eleição disputada na quarta-feira.
Embora a corrida ainda não tenha sido definida em favor do candidato republicano pela maioria das grandes redes e outros veículos de notícias, os resultados indicam que ele está prestes a vencer a rival do Partido Democrata, Kamala Harris.
O sucesso de Trump parece ter sido sustentado por uma forte atuação em uma série de estados-chave do campo de batalha, incluindo Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte.
Enquanto isso, a cobertura da Associated Press e de outras redes regionais mostrou que os republicanos haviam conquistado a maioria no Senado, a câmara alta do Congresso dos EUA, e também estavam no caminho certo para ganhar a Câmara dos Deputados, aumentando a possibilidade de uma varredura republicana nas eleições de 2024.
Esse cenário apresentaria um caminho mais fácil para Trump promulgar grandes mudanças nas políticas, se eleito. Durante a campanha, ele propôs reformas abrangentes em questões como imigração, comércio internacional e impostos.
Os futuros de ações dos EUA subiram na quarta-feira, com os investidores avaliando uma vitória cada vez mais provável de Trump e a possibilidade de o Partido Republicano assumir o controle do Congresso.
Às 7h53 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia subido 2,94%, o S&P 500 futuros havia subido 2,25%, e o Nasdaq 100 futuros havia 1,7%.
As principais médias de Wall Street fecharam em alta com os americanos indo às urnas na terça-feira, com os investidores se preparando para uma possível volatilidade nos mercados acionários nesta semana. A reunião do Federal Reserve, que deverá terminar com uma decisão sobre a taxa de juros na quinta-feira, também esteve em foco (veja abaixo).
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2. Retorno das "Trump Trades"
Juntamente com o aumento dos futuros de ações dos EUA, as chamadas "Trump trades" se recuperaram com a perspectiva de uma vitória de Trump.
O dólar americano estava a caminho de seu maior aumento em um único dia desde março de 2020 em relação a seus outros principais pares de moedas, com o peso mexicano caindo em particular. Bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, também atingiu um pico histórico de US$ 75.060.
Nos últimos meses, esses ativos têm sido frequentemente vistos como representantes das chances do ex-presidente de garantir um segundo mandato de quatro anos na Casa Branca.
Os planos tarifários e de imigração de Trump têm sido vistos como possivelmente inflacionários, o que poderia impulsionar o dólar. Ao mesmo tempo, Trump tornou-se um defensor declarado do setor de criptomoedas, alimentando apostas no Bitcoin.
Em outros lugares, o rendimento do título de referência do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu seu nível mais alto desde o início de julho.
"As negociações de Trump estão em pleno andamento à medida que a contagem das cédulas dos EUA continua", disseram analistas do ING em uma nota na quarta-feira, acrescentando que os mercados também estão "precificando" uma varredura limpa para os republicanos no Congresso.
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3. Reunião do Fed está marcada para começar
As autoridades do Fed devem dar início à sua última reunião de política de dois dias na quarta-feira, com os mercados esperando que o banco central reduza as taxas de juros em um quarto de ponto no final da reunião.
Embora um corte neste mês seja amplamente esperado e outro em dezembro continue sendo uma possibilidade, os investidores reagiram aos resultados das eleições diminuindo suas apostas para novas reduções no próximo ano.
Os contratos futuros vinculados à taxa de juros do Fed agora veem os formuladores de políticas interrompendo os cortes nas taxas depois de apenas mais dois cortes no primeiro semestre de 2025, com os custos dos empréstimos se estabelecendo em 3,75% a 4%. Atualmente, eles estão em uma faixa de 4,75% a 5%.
"Considerando que (pelo menos no papel) a agenda fiscal de Trump é muito expansionista e que as restrições à imigração podem afetar a oferta de trabalhadores, a trajetória de flexibilização do Fed provavelmente será mais gradual do que antes", disseram analistas da Vital Knowledge em uma nota.
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4. Petróleo cai
Os preços do petróleo caíram na quarta-feira, depois que dados do setor apontaram para um aumento nos estoques de petróleo bruto dos EUA, enquanto o dólar subiu com o progresso da eleição de Trump.
Às 7h54, o contrato Brent caiu 1,18%, para US$ 74,64 por barril, enquanto os futuros do petróleo dos EUA (WTI) foram negociados 1,15% mais baixos, a US$ 71,16 por barril.
Os números oficiais dos estoques serão divulgados mais tarde na quarta-feira, mas se a divulgação do API for confirmada, isso estimulará algumas preocupações de que a demanda de combustível dos EUA esteja esfriando, especialmente com a aproximação da temporada de inverno.
Um dólar americano mais forte também torna as commodities denominadas no dólar, como o petróleo, mais caras para os detentores de outras moedas, o que, por sua vez, reduz a demanda.
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5. BCB brasileiro deve elevar os juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) na noite desta quarta-feira, passando de 10,75% para 11,25%, diante de incerteza fiscal e externa.
Na reunião de setembro, o Copom já havia elevado a Selic, mas em 0,25 ponto percentual. Agora, o mercado enxerga uma aceleração dos aumentos, para meio ponto percentual.
“A inflação corrente, como as condicionantes da inflação futura, está na direção errada”, disse o economista Tony Volpon, ex-diretor do BC, ao Investing.com Brasil.
Às 7h54 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 1,67% no pré-mercado.