Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com -- Os futuros das ações norte-americanas operavam perto da estabilidade nesta terça-feira, 29, antes de uma série de balanços corporativos importantes.
A Alphabet, proprietária do Google, será o destaque dos resultados do dia, com os investidores interessados em ver como o crescimento do seu principal segmento de negócios, o de buscas, está progredindo em um momento de aumento da concorrência.
Ainda no mundo corporativo, a Ford declarou que precisa "acelerar" os cortes de custos, já que a montadora norte-americana sinalizou que agora espera que a receita de todo o ano fique na extremidade inferior de sua faixa de orientação anterior.
Aqui, no Brasil, destaque para dados de produção e vendas da Petrobras.
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1. Futuros operam perto da estabilidade antes de números da Alphabet
Os futuros das ações norte-americanas foram silenciados nesta terça-feira, com os investidores avaliando um novo lote de lucros corporativos e se preparando para os relatórios trimestrais de grandes empresas de tecnologia.
Às 7h50 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia caído 0,05%, o S&P 500 futuros ganhava 0,02%, e o Nasdaq 100 futuros subia 0,14%.
As principais médias encerraram a sessão anterior em alta, com os investidores se preparando para a semana movimentada em que cerca de 169 S&P 500 empresas divulgarão seus últimos retornos - incluindo os números do chamado grupo "Magnificent Seven" de gigantes do setor de tecnologia, como a Alphabet e a Meta Platforms (NASDAQ:META), controladora do Facebook.
Os mercados também estavam de olho nos últimos dias frenéticos de campanha antes da importantíssima eleição presidencial de 5 de novembro nos EUA. Atualmente, Donald Trump está sendo cotado para ganhar um segundo mandato de quatro anos na Casa Branca, embora as pesquisas continuem apertadas.
Enquanto isso, os temores sobre um possível colapso no fornecimento de energia foram um pouco amenizados depois que a resposta de Israel a um ataque de mísseis iranianos no início do mês evitou refinarias de petróleo e alvos nucleares.
Os números da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) devem ser a manchete da agenda de lucros na terça-feira e dar início a uma série de retornos de outras grandes empresas de tecnologia no final desta semana.
Os analistas esperam que o crescimento da unidade principal da empresa, o Google Search, e de outras receitas relacionadas, diminua para 11,6% no terceiro trimestre, em comparação com um aumento de 13,8% no período anterior de três meses, de acordo com dados da Visible Alpha citados pela Reuters.
Essa desaceleração sinalizaria que o domínio do Google sobre o mercado de publicidade digital pode estar enfrentando uma concorrência cada vez maior de rivais como a gigante do comércio eletrônico Amazon (NASDAQ:AMZN) e a plataforma de vídeos curtos TikTok. A ascensão de chatbots de inteligência artificial, como o ChatGPT da OpenAI, também ameaçou tirar os gastos com publicidade do Google, enquanto os órgãos reguladores federais estão agora considerando abertamente a possibilidade de desmembrar a divisão devido a preocupações de que ela tenha um "monopólio ilegal" em consultas on-line.
No entanto, o negócio de computação em nuvem do Google deve se expandir em seu ritmo mais rápido em sete trimestres, refletindo a crescente demanda pelo serviço, à medida que mais empresas gastam pesadamente para construir grandes modelos de linguagem e incorporar a IA em suas operações. Qualquer comentário do Google sobre suas próprias ambições de IA provavelmente também estará em foco.
As ações da Alphabet caíram cerca de 9% nos três meses encerrados em setembro, mas continuam subindo mais de 20% até agora neste ano.
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2. A Ford prevê lucros anuais no limite inferior da orientação anterior
As ações da Ford Motor (NYSE:F) afundaram nas negociações do pré-mercado depois que a montadora norte-americana disse que sua receita para o ano inteiro ficaria na extremidade inferior da faixa de guidance anunciada anteriormente.
A Ford agora espera que o lucro ajustado antes de juros e impostos, ou EBIT, chegue a US$ 10 bilhões em 2024 - uma estimativa no limite inferior de sua perspectiva anterior de US$ 10 bilhões a US$ 12 bilhões.
Em uma conversa com analistas, o diretor financeiro John Lawler também sugeriu que a empresa precisaria "acelerar" seus planos de corte de custos para fechar uma "lacuna" de US$ 2 bilhões em despesas com seus concorrentes.
"Precisamos continuar a fazer [...] progresso nos custos de materiais, nossos custos de fabricação, custos estruturais gerais, bem como reduzir [...] os custos de garantia", disse Lawler.
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3. Onda de balanços corporativos no mundo
Fora dos EUA, os investidores estão de olho nos lucros de uma série de grandes empresas. O Banco Santander (BVMF:SANB11) da Espanha (BME:SAN) divulgou um lucro líquido recorde no terceiro trimestre, uma vez que o desempenho do terceiro maior banco da zona do euro foi impulsionado por seu serviço de varejo e por medidas de controle de custos. Mas o Santander UK, que normalmente divulga seus resultados separadamente, atrasou a divulgação de seus lucros devido a uma decisão judicial de Londres sobre corretores de financiamento de automóveis.
O HSBC, credor focado na Ásia, registrou um lucro no terceiro trimestre mais forte do que o esperado, em meio à força sustentada de sua unidade de gestão de patrimônio, enquanto uma série de medidas recentes de corte de custos e reestruturação deu frutos. O banco também anunciou uma recompra de US$ 3 bilhões.
Em outro lugar, a BP (NYSE:BP) registrou sua menor receita trimestral desde a pandemia da covid-19, devido à queda nos preços do petróleo e às margens mornas de refino. Mas a grande empresa de energia listada na FTSE 100 ainda disse que recompraria mais US$ 1,75 bilhão em ações, mantendo a promessa de recomprar US$ 7 bilhões em ações este ano.
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4. Petróleo se estabiliza após quedas acentuadas
Os preços do petróleo se estabilizaram após as perdas acentuadas da sessão anterior, com a situação tensa no Oriente Médio sendo a principal força motriz.
Às 7h57, o contrato Brent subiu 1,10%, para US$ 71,78 por barril, enquanto os futuros do petróleo dos EUA (WTI) foram negociados 1,13% mais altos, a US$ 68,14 por barril.
Ajudou o tom a notícia de segunda-feira de que os EUA estavam buscando até 3 milhões de barris de petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo para entrega até maio do próximo ano.
5. Produção de petróleo da Petrobras recua no terceiro trimestre
A Petrobras (BVMF:PETR4) divulgou ontem seu relatório de produção e vendas, com queda de 8,2% na produção de petróleo no Brasil no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
A diminuição ocorre devido a paradas para manutenção e declínio em campos maduros, de acordo com a companhia. Assim, os resultados no pré-sal teriam sido compensados por mais paradas para manutenção.
A produção total própria de óleo, LNG e gás natural chegou a 2.689 Mboed no terceiro trimestre deste ano, em linha com os três meses anteriores, mas queda anual de 6,6%, segundo prévia operacional.
Foram produzidos 2,129 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no país no durante o período, contra 2,318 milhões de bpd em igual intervalo de 2023.
Às 7h58 (de Brasília), as American Depositary Receipts (NYSE:PBR) subiam 0,07% no pré-mercado.
(A Reuters contribuiu com a reportagem).