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ABERTURA: Ibov futuro cai seguindo exterior; dólar tem leve alta

Publicado 02.03.2020, 09:04
Atualizado 02.03.2020, 09:36
© Reuters.  ABERTURA: Ibovespa futuro tem perdas seguindo bolsas do exterior
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Por Gabriel Codas

Investing.com - Nos primeiros negócios desta segunda-feira, o índice Ibovespa Futuros segue a tendência dos índices futuros americanos e europeus e cai 0,07% aos 104.085 pontos às 09h50, com o dólar comercial avançando 0,53% a R$ 4,4976.

Após iniciar o dia em forte alta, os futuros de Nova York estão operando com forte queda. Os contratos futuros de Dow 30 caem 212 pontos, ou 0,84%, enquanto os contratos futuros do S&P 500 desabam 1,12%. Já o Nasdaq 100 futuro tinha perdas de 0,57%. As bolsas europeias seguem a aversão ao risco presente nos EUA, com o índice de referência STOXX 600 perdendo 1,26%.

O pessimismo presente nos EUA e na Europa é devido à falta de comunicação coordenada dos Bancos Centrais ante o temor de recessão global com a aceleração do surto de coronavírus para fora da China. O sentimento era diferente do final das negociações de sexta-feira e durante o pregão na Ásia, onde as bolsas fecharam em alta com destaque para forte vaice Shanghai Comlorização do índposite em mais de 3%.

O ensaio de otimismo era justamente pela perspectiva de corte de juros dos investidores embasada no comunicado do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira a tarde: de que a autoridade monetária vai utilizar de todo o seu arsenal para proteger a economia dos EUA de eventuais impactos negativos por conta do coronavírus. Mesmo com os PMIs que mostram a forte contração econômica chinesa em fevereiro não tiraram essa perspectiva. Mas, a falta de comunicação entre os BCs trouxe a aversão ao risco no sentimento dos investidores.

No Brasil, os investidores seguem atentos à continuação da temporada de balanços e monitoram a relação conturbada entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso. Além disso, nesta semana sairá o resultado do PIB da economia brasileira em 2019.

- Cenário Interno

Coronavírus

O número de casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil aumentou em 45 de sábado para este domingo, a um total de 252, informou o Ministério da Saúde neste domingo ao atualizar os dados em seu site.

Não houve alteração no número de infecções confirmadas, que segue em dois.

São Paulo é o Estado com maior quantidade de casos suspeitos (136), seguido por Rio Grande do Sul (27), Rio de Janeiro (19) e Minas Gerais (17).

No sábado, o ministério confirmou o segundo caso no Brasil, depois de na quarta registrar o primeiro. Os dois pacientes residem no Estado de São Paulo e voltaram de viagem da Itália —país europeu mais atingido pelo surto, com 888 casos confirmados e 21 mortes.

- Cenário Externo

Coronavírus EUA

Autoridades do governo Trump tentaram neste domingo acalmar o pânico do mercado de que o coronavírus poderia causar uma recessão global, dizendo que houve exagero na reação pública e que as bolsas de valores se recuperariam devido à força subjacente da economia dos EUA.

O índice S&P 500 tombou 11,5% na semana passada, à medida que o novo vírus semelhante à gripe acelerava para além das fronteiras da China, a pior queda semanal desde a crise financeira global de 2008.

“O mercado de ações, que sofreu algumas quedas esta semana, voltará”, disse o vice-presidente Mike Pence, que lidera a resposta do governo ao vírus, ao “Meet the Press” da NBC.

Coronavírus OCDE

O surto de coronavírus está afundando a economia mundial em sua pior recessão desde a crise financeira global, alertou nesta segunda-feira a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), pedindo a governos e bancos centrais que lutem para evitar uma queda ainda mais profunda.

A economia global deve crescer apenas 2,4% este ano, o nível mais baixo desde 2009 e ante expectativa de 2,9% em novembro, disse a OCDE em uma atualização de suas perspectivas.

A organização projetou que a economia global pode se recuperar com um crescimento de 3,3% em 2021, assumindo que a epidemia atinja o pico na China no primeiro trimestre deste ano e outros surtos sejam contidos.

Entretanto, se o vírus se espalhar pela Ásia, Europa e América do Norte, o crescimento global pode cair para 1,5% este ano, alertou a OCDE.

“A principal mensagem para esse cenário de recuo é de que ele colocará muitos países em recessão, motivo pelo qual pedimos que medidas urgentes sejam adotadas nas áreas afetadas o mais rápido possível”, disse à Reuters a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.

Itália

A Itália vai colocar em prática nesta semana medidas no valor de 3,6 bilhões de euros para ajudar a economia a suportar o maior surto de coronavírus da Europa, disse o ministro da Economia, Roberto Gualtieri, neste domingo.

Em entrevista ao jornal La Repubblica, Gualtieri disse que isso equivale a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e se soma a um pacote de ajuda no valor de 900 milhões de euros anunciado na sexta-feira para as áreas mais afetadas.

Gualtieri disse que o novo projeto incluiria créditos tributários para empresas que reportassem uma queda de 25% nas receitas, reduções de impostos e financiamentos adicionais para o serviço de saúde.

“Quero tranquilizar os italianos de que estamos bem cientes dos problemas e perigos”, disse Gualtieri, acrescentando que, se necessária ajuda adicional, ela terá que vir em nível europeu.

China

As fábricas da China sofreram um golpe devastador em fevereiro uma vez que a epidemia de coronavírus provocou a mais forte contração na atividade já registrada, mostrou nesta segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit

O PMI de indústria caiu para 40,3 no mês passado, menor nível desde que a pesquisa começou em 2004, contra 51,1 em janeiro e bem abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.

A leitura também ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de 45,7 e pior do que no ápice da crise financeira de 2008/09, destacando os efeitos das restrições de viagens e medidas de saúde pública para conter o surto.

O resultado, que se foca principalmente em empresas pequenas e orientadas para exportação, foi sustentado por uma pesquisa oficial também fraca divulgada no sábado, que mostrou a maior contração já registrada.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei somou 0,95%, a 21.344 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG somou 0,62%, a 26.291 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC saltou 3,15%, a 2.970 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 3,29%, a 4.069 pontos.

Os mercados europeus operam sem uma definição clara de ritmo na parte da manhã, com o DAX, de Frankfurt, cedendo 1,06% aos 11.768 pontos, como FTSE, de Londres, somando 0,02% aos 6.581 pontos. Já em Paris, o CAC perde 0,98% aos 5.257 pontos.

COMMODITIES

A jornada desta segunda-feira foi marcada por um movimento de forte valorização dos preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian, na China. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento para maio deste ano, somou 5,83% para 563,00 iuanes por tonelada, o que representa um ganho de 36 iuanes em relação aos 617,00 de liquidação da sessão anterior.

No caso do vergalhão de aço, a abertura da semana também teve ganhos nos valores das cotações dos papéis futuros, transacionados na bolsa de mercadorias da cidade de Xangai, também na China. O contrato de maior liquidez, com entrega para maio de 2020, somou 68 iuanes para 3.422 iuanes por tonelada. O segundo em volume, de outubro, avançou 57 iuanes para 3.473 iuanes por tonelada.

No mesmo sentido, os preços do petróleo buscam recuperação. O barril do tipo Brent, de Londres, soma 1,49%, ou US$ 0,78, US$ 50,41. Já o WTI, referência nos EUA, avança 1,21%, ou US$ 0,54, a US$ 45,28.

MERCADO CORPORATIVO

- Energia Elétrica

As contas de luz seguirão com bandeira tarifária verde em março, aliviando os consumidores de cobrança adicional, em meio a projeções de chuvas intensas que devem contribuir para recuperar significativamente o nível dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia no país.

O mecanismo tarifário, definido mensalmente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), eleva os custos da energia quando sai do patamar verde para o amarelo ou o vermelho, o que acontece de acordo com a oferta de geração no sistema.

Segundo a agência reguladora, a manutenção da bandeira verde, que já vigorou em fevereiro, acontece devido à previsão de “condição hidrológica favorável” no próximo mês.

As chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste e do Nordeste, que concentram os principais reservatórios, estão estimadas em março em 117% e 80% da média histórica para o mês, respectivamente, apontou nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

- Biodiesel

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) homologou os resultados do 71º Leilão de Biodiesel nesta sexta-feira, em passo que oficializa a exigência de mistura de 12% de biodiesel no diesel comercial que começa a chegar aos postos a partir de domingo, afirmou a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Até então, o diesel comercial tinha uma mistura de 11% de biodiesel.

Durante a maior parte de 2019, o mix do combustível renovável no fóssil do Brasil foi de 10%, com o aumento de 1 ponto precentual ocorrendo a partir de setembro.

“O resultado do L71 (71º Leilão de Biodiesel) é um passo importante que confirma a segurança do cronograma de aumento da mistura do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para que gradativamente a mistura de biodiesel atinja os 15% até 2023”, disse em nota o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral.

- Hidrelétricas

As hidrelétricas, principal fonte de geração de energia do Brasil, devem receber chuvas intensas em março, o que contribuirá para recuperar reservatórios, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em relatório semanal nesta sexta-feira.

O Sudeste e o Nordeste, que concentram os maiores reservatórios, deverão ver precipitações equivalentes a 117% e 80% da média histórica para o mês, parte do chamado “período úmido” na região das usinas, que vai de novembro a abril.

O órgão do setor elétrico projetou também um avanço de 6,4% na carga de energia do sistema no próximo mês quando na comparação com mesmo período do ano anterior.

A Reuters publicou mais cedo nesta sexta-feira que analistas projetavam chuvas no Sudeste em março acima de 110% da média histórica, contra 102% em fevereiro e 74% em janeiro.

- Eneva/AES Tietê

A elétrica Eneva (SA:ENEV3) enviou à geradora AES Tietê (SA:TIET11), da norte-americana AES, uma proposta de combinação de negócios entre as companhias que resultaria na criação de uma "gigante no setor de geração" no Brasil, informaram as empresas em comunicados nesta segunda-feira.

A transação, que ainda será analisada pela AES Tietê (SA:TIET11), seria implementada por meio da incorporação das ações da companhia pela Eneva (SA:ENEV3), em estrutura que contemplaria a entrega de ações da Eneva aos acionistas da AES Tietê e pagamento de uma parcela em dinheiro de 2,75 bilhões de reais.

Os acionistas da AES Tietê (SA:TIET11) receberiam no negócio um total de 91,9 milhões de ações da Eneva (SA:ENEV3), equivalentes a 22,58% do capital social da companhia, em relação de troca que segundo a empresa representa prêmio de 13,3% sobre o preço de fechamento das ações da AES Tietê no pregão anterior à oferta.

Isso equivaleria a 0,0461 ações ordinárias da Eneva (SA:ENEV3) para cada ação ordinária ou preferencial da AES Tietê (SA:TIET11), ou 0,2305 por unit da AES Tietê, mais os recursos em dinheiro. Os papéis da Eneva fecharam a 42,75 reais cada na sexta-feira, enquanto as units da AES Tietê encerraram a 15,21 reais cada.

A AES Tietê (SA:TIET11) disse que analisará a oferta "de forma detalhada, mantendo o mercado informado sobre eventuais desdobramentos".

Já a Eneva (SA:ENEV3) defendeu em comunicado que a operação criaria uma empresa com "sólido portfólio de ativos, recursos complementares e potencial de se beneficiar se significativas sinergias operacionais e financeiras".

Hypera (SA:HYPE3)

A Hypera Pharma (SA:HYPE3) fechou acordo com a Takeda Pharmaceutical International para a aquisição de portfólio de 18 medicamentos isentos de prescrição (OTC) e de prescrição na América Latina por 825 milhões de dólares, segundo fato relevante da companhia brasileira nesta segunda-feira.

O portfólio inclui produtos em áreas terapêuticas como cardiologia, diabetes, endocrinologia, gastrenterologia, sistema respiratório e clínica geral, além de marcas como Neosaldina e Dramin. O conjunto de medicamentos teve receita líquida de cerca de 900 milhões de reais --83% no Brasil e 15% no México--, em 2019, segundo a Hypera (SA:HYPE3).

A Hypera (SA:HYPE3) disse que já assegurou com bancos linhas de crédito de 3,5 bilhões de reais para financiar a transação e afirmou que a conclusão da aquisição deve ocorrer até o final deste ano, sujeita a determinadas condições, incluindo aprovação dos órgãos antitruste e dos acionistas.

A aprovação da transação não dará aos acionistas o direito de retirada da companhia.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

O presidente da República volta à Brasília nesta segunda-feira, onde se reúne com Luiz Eduardo Ramos, Ministro-Chefe da Secretaria de Governo e, em seguida, com Hamilton Mourão, Vice-Presidente da República. Ainda pela manhã, se encontra com Yossi Shelley, Embaixador de Israel e com Antônio Barra Torres, Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Na parte da tarde, tem reunião com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública).

- Paulo Guedes

- Reunião-geral de secretários do Ministério da Economia;

- Almoço com os secretários especiais;

- Reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro;

- Reunião com o secretário especial da Receita Federal, José Tostes;

- Reunião semanal com o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues;

- Reunião semanal com o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Caros Da Costa.

*Com Reuters

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