O tom de estabilidade que permeia a maioria dos mercados internacionais no início desta semana inibe o Ibovespa de tentar sustentar os 121 mil pontos do início dos negócios nesta segunda-feira, 26,, após o ganho de 0,97%, aos 120.530,06 pontos na sexta-feira. A despeito disso, a expectativa de apresentação da proposta do texto da reforma tributária hoje e de um balanço positivo da Vale depois do fechamento do pregão trazem alívio, enquanto governo se preparara para enfrentar a CPI da Covid-19.
A indefinição dos índices futuros de Nova York e a moderada elevação das bolsas europeias se contrapõem ao declínio em torno de 1,5% do petróleo no exterior e valorização de 3,94% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao hoje, a US$ 193,58 a tonelada.
Além disso, os investidores locais e também do exterior adotam certa parcimônia à espera da agenda de eventos e de indicadores desta semana que têm condições de influenciar os negócios, com destaque para a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e da participação do presidente do país, Joe Biden, em sessão conjunta no Congresso, quando poderá tocar em pontos como a sua ideia de taxar impostos dos mais ricos e o pacote de trilhões de dólares de infraestrutura.
"A agenda está lotada de eventos com capacidade para mexer com os mercados. Há reuniões do Fed e do BoJ (banco central) do Japão, os resultados das big techs americanas começa hoje com o balanço da Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) relativo ao primeiro trimestre. Apesar da estimativa de que não devem indicarem que não mudarão suas políticas, sempre atraem as atenções. Tem ainda PIB dos EUA", cita o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em análise enviada a clientes e à imprensa.
Ainda que não são esperadas alterações na condução das políticas monetárias, especialmente nos EUA, o estrategista-chefe da Davos Investimentos, Mauro Morelli, reforça o cuidado em relação a esses eventos. "Ninguém imagina que o Fed mudará ou indicar o juro ou o programa de recompra títulos, mas tem sempre que acompanhar o documento e as palavras do presidente Jerome Powell depois da decisão quarta, olhar cada vírgula. Ultimamente, tem provocado volatilidade aos mercados", diz.
Da mesma forma, Morelli recomenda atenção ao agravamento da pandemia de covid-19 na Índia, um dos maiores produtores de imunizante do planeta e um dos países que mais demandam petróleo. Segundo ele, preocupa por alguns motivos: "tem uma população gigantesca e os números envolvendo a doença têm chance de serem catastróficos; há possibilidade de surgimento de novas cepas e dificuldade de produzir mais vacinas e é um dos maiores produtores do mundo", afirma.
Às 10h40 desta segunda, o Ibovespa subia 0,32%, aos 120.898,86 pontos, após mínima aos 121.185 pontos e máxima aos 121.615 pontos.
Dentre as maiores valorizações do índice, estão os papéis do Bradesco (SA:BBDC4), com ganho superior a 2%, após o banco aprovar um novo programa de recompra de até 97.190.795 ações. A maior alta, contudo, é CVC ON (SA:CVCB3), com quase 3%. A companhia fechou a aquisição dos 39,94% restantes do capital das empresas Biblos e Avantrip, ambas sediadas na Argentina.
Além disso, Gol (SA:GOLL4) PN subia em torno de 2%, diante da expectativa do mercado com o balanço do primeiro trimestre depois do fechamento da B3 (SA:B3SA3). O maior ganho, contudo, é Hering (SA:HGTX3) ON, com quase 34% de alta. A empresa informou hoje que chegou a um acordo com o Grupo Soma (SA:SOMA3), controladora das marcas Animale e Farm, entre outras, para combinação de negócios.
Para unir os negócios com a varejista multimarca, a Hering vai receber R$ 1,5 bilhão, mais uma contrapartida em ações. Na negociação, cada ação da Hering valerá 1,625107 de ação da Soma (mais uma parcela em R$ 9,630957). No total, estima-se que a operação ficará entre R$ 5 bilhões e R$ 5,1 bilhões. Já no campo das commodities, Vale ON (SA:VALE3) tinha alta de 1,18%, enquanto Petrobras (SA:PETR4), de 0,68% (PN) e de 0,26% (ON), apesar da queda do petróleo.