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Por Noreen Burke e Leandro Manzoni
Investing.com - Após a semana com flexibilização do teto de gastos para acomodar recursos para novos programas sociais do governo, a atenção dos mercado se volta para a reunião do Copom. Além disso, volatilidade pode ser intensificada com a aceleração da temporada de balanços das empresas listadas na B3.
Nos EUA, essa semana terá o anúncio de resultados de várias gigantes da tecnologia, além de alguns dados econômicos importantes, como a prévia do PIB dos EUA no terceiro trimestre na quinta-feira. Do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu realiza a sua reunião de política monetária num contexto de persistentes pressões inflacionárias.
A Evergrande conseguiu mais uma semana para lidar com a iminente crise da dívida, lançando uma sombra sobre a segunda maior economia do mundo, enquanto a montanha-russa do Bitcoin segue seu percurso.
Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana.
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O Ibovespa encerrou a semana com a maior queda semanal desde março de 2020, quando se iniciou a crise do coronavírus. O principal índice acionário teve uma baixa acumulada de 7,28%, enquanto o dólar atingiu a máxima de R$ 5,75 no pregão de sexta-feira, fechando a semana com alta acumulada de 3,16% a R$ 5,6273.
A reprecificação dos ativos brasileiros com elevação do prêmio de risco ocorre após o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitir a flexibilização do teto de gastos para destinar recursos para o novo programa social do governo, o Auxílio Brasil. O valor do programa será de R$ 400, sendo R$ 300 cobertos pelo teto e R$ 100 fora dele, o que corresponde a R$ 30 bilhões.
Além disso, a PEC dos Precatórios incorporou a antecipação da revisão do teto de gastos de 2026 para este ano ao propor a mudança do período de ajuste do teto a partir do IPCA. Hoje, o reajuste ocorre a partir a inflação acumulada de julho do anterior a junho do ano vigente. A proposta é que o reajuste ocorra a partir do ano-calendário, ou seja, de janeiro a dezembro. Com isso, libera R$ 35 bilhões de gastos para o governo.
Nesta semana, o Copom inicia a reunião de dois dias de política monetária sob pressão. O comitê havia antecipado no comunicado da última reunião a elevação de 100 pontos-base da taxa básica de juros em outubro, de 6,25% para 7,25%, magnitude que ainda está na expectativa do mercado. Porém, o Copom sempre condicionou o ritmo de alta da taxa em um patamar um pouco acima do neutro, entre outras variáveis, à manutenção e avanço da agenda liberal e de reforma fiscal.
Com a flexibilização do teto, aumentaram as apostas de elevação da Selic em 125 pontos-base, para 7,5%. Há ainda projeções de alta de 1,5 ponto percentual, para 7,75%. Inclusive, a pressão de aceleração de aperto monetário veio do próprio Guedes, que destacou a necessidade de o Banco Central ficar de olho na inflação e "não poder ficar atrás da curva de juros".
A semana também promete a divulgação de outros dados econômicos relevantes para a decisão do Copom nesta semana. Além do Boletim Focus na segunda-feira, a terça-feira será conhecido o IPCA-15 de outubro, com projeção de desaceleração de alta mensal, de 1,14% em setembro para 0,98% de acordo com as projeções. Na quarta-feira, será a vez do Índice de Preço ao Produtor (IPP) e da taxa de desemprego. Na quinta-feira, o IGP-M de outubro será divulgado. Por fim, na sexta-feira, serão conhecidos os dados relacionados à política fiscal: dívida pública e balanço orçamentário.
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Quatro das cinco ações do grupo FAANG estão programadas para divulgar seu resultados durante a semana - o Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34) tem data de divulgação agendada para a segunda-feira, seguido pela Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34), controladora do Google na terça-feira, enquanto Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) e Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34) divulgam seus resultados na quinta-feira.
O crescimento estelar e o grande peso das ações FAANG sobre o S&P 500 faz com que esses ativos tenham um impacto desproporcional sobre o mercado de capitais como um todo, alavancando os mercados para cima há mais de uma década.
CONFIRA: Calendário de balanços do Investing.com
Fortes anúncios de resultados podem ajudar as ações de tecnologia a ampliarem o predomínio que estabeleceram diante sobre as ações de valor num cabo de guerra do mercado, com os investidores em ações enfrentando um dilema entre uma forte recuperação econômica e uma elevação dos preços das commodities de um lado, e o aumento dos rendimentos do Tesouro e da inflação do outro.
No Brasil, a temporada de balanço ganha tração após a Hypera iniciar a divulgação das empresas mais relevantes na última sexta-feira, após o fechamento do mercado. A segunda começa com Tim (SA:TIMS3), Neoenergia (SA:NEOE3), EDP (SA:ENBR3) Brasil, Ecorodovias (SA:ECOR3) e Smiles (SA:SMLS3). Nos dias seguintes, terão os bancos Inter e Santander (SA:SANB11), a mineradora Vale (SA:VALE3), a siderúrgica Usiminas (SA:USIM5) e a estatal Petrobras (SA:PETR4).
LEIA MAIS: Petrobras, Vale, Santander e Inter divulgam resultados do 3T21 na próxima semana
Espera-se que os dados de quinta-feira mostrem a extensão dos obstáculos que atingiram a economia norte-americana no terceiro trimestre. Os economistas preveem que o crescimento do PIB desacelerou para 2,8%, contra 6,7% nos três meses anteriores.
O impactos da variante delta, junto com o aumento dos preços, problemas nas cadeias de fornecimento e a escassez de mão de obra contribuíram para o crescimento menos dinâmico, mas esses efeitos devem se dissipar no quarto trimestre.
Outros dados econômicos a se observar ao longo da semana incluem os relatórios sobre encomendas de bens duráveis na quarta-feira, pedidos iniciais de auxílio-desemprego na quinta-feira e renda pessoal e despesas na sexta-feira. Os dados de sexta-feira incluem o índice central de preços PCE, que se especula ser a métrica de inflação favorita do Federal Reserve.
Os dados econômicos serão observados de perto, já que serão anunciados pouco antes da reunião de novembro do Federal Reserve, na semana seguinte, na qual se espera que o banco central anuncie planos para começar a reduzir suas compras de ativos, um primeiro passo importante no sentido de um eventual aumentos das taxas de juros.
No outro lado do Atlântico, o BCE realizará a sua próxima reunião de política monetária na quinta-feira, em meio a tensões entre os dirigentes a respeito da provável duração do aumento da inflação na zona do euro e se o banco deve ou não ajustar sua política monetária em função deste fato.
Na sua última reunião, em setembro, os dirigentes adiaram a decisão sobre as compras de títulos para dezembro, mas desde então a inflação na zona do euro subiu para o nível mais alto em 13 anos, entre gargalos na oferta e aumento dos preços da energia.
É provável que o Federal Reserve inicie o tapering em novembro e o Banco da Inglaterra já indicou que os aumentos das taxas de juros virão em breve, de modo que a pergunta é: o BCE vai acompanhar esse movimento?
A coletiva de imprensa após reunião na quinta-feira, com a chefe do BCE, Christine Lagarde, provavelmente dará aos investidores pistas quanto à decisão de dezembro.
A Reuters publicou no domingo que a chinesa Evergrande (OTC:EGRNY) retomou os trabalhos em mais de 10 projetos em seis cidades, incluindo Shenzhen.
A notícia veio após a empresa parecer ter evitado um calote na semana passada, quando efetuou um pagamento de cupom de títulos de última hora, mas ainda não há relatos sobre o progresso de uma reestruturação abrangente da enorme pilha de dívidas da companhia.
A segunda maior incorporadora imobiliária da China está atolada numa crise de dívidas, com mais de US$ 300 bilhões em obrigações.
A crise na Evergrande se alastrou por todo o setor imobiliário chinês, que segundo os economistas representa cerca de 30% da economia, levando a uma série de anúncios de calote, rebaixamentos de rating e queda de títulos corporativos.
ANÁLISE-Investidores ficaram sem seu "grande finale" da Evergrande... por ora
O Bitcoin atingiu sua máxima histórica de US$ 67.016 na quarta-feira, ultrapassando o recorde de abril impulsionado pelas apostas de que os primeiros ETFs (exchange traded funds) da criptomoeda abririam caminho para que mais dinheiro fosse destinado aos ativos digitais.
Os novos ETFs acompanham os futuros do Bitcoin em vez do preço à vista.
A nova máxima ocorreu depois de a maior moeda digital do mundo ter enfrentado dificuldades nos últimos meses, com um breve mergulho abaixo dos US$ 30 mil após a China começar a reprimir as moedas digitais.
CONFIRA: Cotação de mais de 5 mil criptomoedas
Os defensores da Bitcoin acreditam que o início dos ETFs proporcionará um suporte para os preços. Outros avaliam a moeda digital como uma proteção contra a inflação, defendendo que isso é um fator mais importante no rali do criptoativo, embora os céticos afirmem que na verdade é um sintoma.
De qualquer forma, a volatilidade do Bitcoin deve continuar.
- Com informações de Reuters
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