Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - O Ibovespa Futuros abriu em em alta, avançando 0,35% perto das 09h11, com o exterior subindo moderadamente à espera do desenvolvimento do pedido de impeachment contra o presidente Donald Trump na Câmara americana e de olho na evolução da distribuição da vacina e dos casos de coronavírus pelo mundo. O anúncio da saída da Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34) do Brasil pesa no sentimento local, com risco de efeito em cadeia para a produção automotiva no país e aumento do desemprego em regiões já fortemente afetadas pela pandemia.
O Dow Jones Futuros, o S&P 500 Futuros e o Nasdaq 100 Futuros avançavam 0,22%, 0,25% e 0,34%, respectivamente, após os índices à vista fecharem em queda na véspera.
Na sexta-feira, o relatório Payroll apontou para uma destruição de 140 mil empregos em dezembro nos EUA, contra a expectativa de criação de 70 mil. Isso deve adicionar mais pressão aos congressistas americanos e ao presidente eleito Joe Biden para a articulação de outros pacotes de estímulo econômico. Biden declarou que pretende passar mais uma conta de ajuda na casa dos “trilhões de dólares”.
Na Europa, as bolsas operavam em leve alta, com o DAX, principal índice alemão, subindo 0,03% e o STOXX 600 com leve recuo de 0,03%. O FTSE 100, principal do Reino Unido, caía 0,73%. A revista alemã Bild reportou que a chanceler alemã Angela Merkel teria dito em reunião interna com membros do governo que o lockdown do país pode durar até meados de abril por conta das novas variantes mais infecciosas do vírus.
O mercado acionário da China se recuperou nesta terça-feira do maior recuo em três semanas na sessão anterior, e o índice de blue-chips Shanghai Shenzhen CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou na máxima em quase 13 anos, a 2,85%. enquanto o Shanghai Composite subiu 2,18%.
O setor de aviação esteve entre os maiores vencedores depois que o regulador da aviação civil disse, em reunião anual nesta terça-feira, que o tráfego de passageiros vai recuperar 90% do nível pré-Covid-19 como parte de seu objetivo para 2021.
Entre as commodities, os preços do petróleo subiam com expectativas de redução da oferta a partir de fevereiro, seguindo a queda na demanda por conta do crescente número de casos de coronavírus. Os investidores ficam de olho na divulgação dos estoques de petróleo pela American Petroleum Institute, às 18h30, horário de Brasília.
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Pela manhã, o Petróleo Brent Futuros subia 1,58%, a US$ 56,54 o barril, enquanto o Petróleo WTI Futuros avançava 1,49%, a US$ 52,98.
Agenda do dia
O presidente Jair Bolsonaro tem reuniões separadas com o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, com o deputado Sanderson, do PSL, com o ministro Pedro Cesar Souza, da Secretaria-Geral da Presidência, e com o senador Confúcio Moura, do MDB, que é presidente da Comissão Mista Parlamentar da Covid-19.
À tarde, ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participam de cerimônia de comemoração dos 100 anos da Caixa Econômica.
Guedes também tem reuniões com secretários da pasta, enquanto Campos Neto participa do encontro de banqueiros centrais de mercados emergentes, promovido pelo Banco de Compensações Internacionais. Ele ainda almoça com Jorge Oliveira, ministro do Tribunal de Contas da União, e dá palestra na 25ª Conferência Latino-Americana do Santander (SA:SANB11), fechada à imprensa.
Na agenda de indicadores, mais cedo a Itália reportou um recuo mensal de 6,9% nas vendas do varejo de novembro, contra o avanço de 0,5% da leitura passada.
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A governadora do Federal Reserve, Lael Brainard, e o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, discursam pela manhã, pouco antes da divulgação dos dados de emprego JOLTs dos EUA, que podem dar mais um panorama dos efeitos do coronavírus nas vagas americanas no final do ano passado.
Os presidentes do Fed de Dallas, Robert Kaplan, e do Fed de Cleveland, Loretta Mester, também falam à tarde.
Notícias do dia
IPCA - O IBGE divulgou os dados do IPCA de dezembro, com avanço de 1,35% ante expectativa de alta de 1,21% na base mensal. Já o IPCA anual subiu 4,52% contra projeção de 4,38% dos economistas de mercado. O resultado ficou acima da meta de inflação de 4%, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas divulgou uma aceleração de 1,89% do IGP-M na primeira prévia de janeiro, de 1,28% na primeira prévia de dezembro.
Fábricas - A melhoria do ambiente de negócios e o avanço das reformas estruturais são necessários para reduzir o custo de manter empresas no país, informou o Ministério da Economia. Em nota, a pasta lamentou a decisão da montadora Ford de encerrar a produção no Brasil e destacou que a saída do país contrasta com a recuperação na indústria nos últimos meses.
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Energia - O risco de racionamento de eletricidade no Brasil em 2021 é praticamente nulo, mesmo se considerado um possível aumento de demanda com a recuperação da economia após a crise do coronavírus, projetou a consultoria especializada PSR em relatório nesta segunda-feira.
Notícias corporativas
JBS (SA:JBSS3) - A Pilgrim's Pride, controlada pela JBS, e a Tyson Foods anunciaram nesta segunda-feira acordo para encerramento de processo em que um grupo de compradores de carne de frango acusava ambas de violarem a lei de defesa da concorrência dos EUA ao inflarem os preços dos produtos.
Gol (SA:GOLL4) - Após a atualização aos investidores de dezembro e as prévias dos resultados do quarto trimestre divulgados pela Gol na última sexta-feira (8), o BTG Pactual (SA:BPAC11) manteve sua recomendação de Compra para a ação da companhia aérea, com preço-alvo de R$ 31.
Banco do Brasil (SA:BBAS3) - A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil cobrou a revisão das medidas anunciadas nesta segunda-feira, de fechamento de agências e desligamento de 5 mil funcionários no plano de reestruturação. Em carta encaminhada nesta segunda ao presidente do BB, André Guilherme Brandão, a ANABB diz que as medidas transmitem uma percepção de "cortina de fumaça" para encobrir intenções privatistas em torno do BB.
Ford - A decisão da Ford de encerrar a produção no Brasil afeta diretamente 5,3 mil pessoas empregadas pela montadora nas três fábricas que estão sendo desativadas.
--Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil