Ibovespa renova mínima em seis meses com risco fiscal e declínio de commodities

Publicado 17.09.2021, 11:48
Atualizado 17.09.2021, 11:58
© Reuters. Carregamento de soja em Porto Nacional, Tocantins 
 24/3/2018 REUTERS/Roberto Samora

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa engatava a quarta queda consecutiva, trabalhando abaixo dos 112 mil pontos, pressionado pelo cenário doméstico ainda complicado, mas também pelo ambiente externo desfavorável, principalmente a queda de commodities.

Às 11:33, o Ibovespa caía 1,89 %, a 111.641,87 pontos, mínima da sessão até o momento e menor patamar intradia desde 25 de março. Com tal performance, caminhava para a terceira perda semanal seguida, com recuo de mais de 2%.

O volume financeiro somava 9,5 bilhões de reais, com a sessão ainda marcada pelo vencimento de opções sobre ações, que costuma ter entre as séries mais líquidas papéis com peso relevante no Ibovespa.

Para a Genial Investimentos, os ativos no Brasil estão reagindo ao risco de desrespeito ao teto dos gastos, em meio à imprevisibilidade do governo, incerteza sobre o desfecho para a questão dos precatórios e qual será o custo do Auxílio Brasil.

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"Enquanto a dúvida em relação ao respeito ao teto dos gastos estiver pairando sobre a economia brasileira, os investidores irão continuar a precificar um elevado risco fiscal, o que significa preços dos ativos em queda nos mercados."

As negociações na bolsa paulista ainda têm como pano de fundo piora nas perspectivas de crescimento da economia brasileira, inflação elevada e juros maiores, bem como uma crise hídrica.

Em Wall Street, o sinal negativo também prevalecia, com ações de empresas de tecnologia entre as maiores pressões, além de receios sobre possível aumento na tributação de empresas e cautela antes de decisão do Federal Reserve na próxima semana.

DESTAQUES

- VALE ON (SA:VALE3) caía 3,1%, com o tombo dos futuros do minério de ferro na China ofuscando o anúncio de dividendo de 8,1 reais por ação pela mineradora na véspera. Além disso, o UBS cortou a recomendação da Vale para 'venda' com perspectiva de excedente de minério de ferro no mundo.

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- GERDAU PN (SA:GGBR4) registrava queda de 4,9%, em mais uma sessão de perdas do setor, tendo de pano de fundo a queda de preços de matérias-primas de siderurgia, com a China avaliando incluir mais cidades sob seus controles ambientais. USIMINAS PNA (SA:USIM5) caía 4,7% e CSN ON (SA:CSNA3) mostrava um declínio de 3,7%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) recuava 3,5%, afetada pela fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo, mas também a volta de ruídos envolvendo os preços de combustíveis.

- BRADESCO PN (SA:BBDC4) e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) perdiam 1% e 0,9%, respectivamente, também contaminados pelas incertezas no cenário brasileiro. Para o Goldman Sachs, o aumento do IOF decretado pelo governo na véspera não deve afetar significativamente os lucros dos bancos, mas pode ter um pequeno impacto negativo sobre a demanda por serviços financeiros.

- EQUATORIAL ON (SA:EQTL3) subia 0,8%, entre as poucas altas do Ibovespa nesta sessão, com os setores elétrico e de serviços de utilidade pública apresentando um desempenho menos negativo. SABESP ON (SA:SBSP3) avançava 0,6%.

- LOG-IN (SA:LOGN3) ON, que não está no Ibovespa, valorizava-se 8,3%, ampliando os fortes ganhos da quinta-feira. Mais cedo, a empresa disse que o Alaska Investimentos, seu maior acionista, aceitou as condições da oferta, anunciada na véspera, a ser futuramente lançada pela MSC Mediterranean Shipping Company para comprar o controle da empresa.

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