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Resumo: Mercado mais cauteloso frente a derrotas do governo no Congresso

Publicado 19.08.2016, 17:21
© Reuters.  Resumo: Mercado mais cauteloso frente a derrotas do governo no Congresso
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Investing.com - A reunião de emergência da equipe econômica com líderes parlamentares convocada de emergência nesta sexta-feira (19/8) pelo presidente interino Michel Temer revelou que o governo já busca reagir aos temores de novas derrotas no Congresso.

Na quarta-feira, em uma rápida ação da base aliada no Senado, o governo conseguiu evitar a rejeição da medida que busca estender e ampliar a parcela da DRU. A iminente derrota acendeu o alerta no governo, que tenta controlar os partidos que apoiam o governo interino.

Durante a semana, Michel Temer recebeu o presidente do PSDB, Aécio Neves, e líderes do partido, que iniciavam uma ofensiva para enfraquecer o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de olho nas eleições de 2018. Foi acertado que o partido passará a integrar a equipe que desenvolverá as medidas e reformas econômicas, após reclamação dos tucanos que se sentiam à parte da tomada de decisões.

O mercado já começou a antecipar essa dúvida em relação à força do governo – especialmente da equipe econômica – de aprovar medidas impopulares que estão na pauta do Legislativo ou que ainda serão enviadas aos parlamentares. Em todas as vezes que foi testado, o governo teve que ceder para acomodar pressões do Congresso, concedendo reajustes a diversas categorias do funcionalismo, abrindo mão de contrapartidas na negociação da dívida dos estados e recriando ministérios.

O governo também passou a ser mais otimista em relação à 2017, acreditando em um aumento do PIB de 1,6%, acima da mediana das previsões do mercado. O novo número facilitará, no papel, o atingimento da meta fiscal do ano, em um movimento que trouxe cautela ao mercado. Após anos com o governo criando receitas que não seriam cumpridas para acomodar gastos, a alteração das projeções da equipe econômica provocou dúvidas se há uma repetição da estratégia do governo anterior, especialmente, após as derrotas do governo no Congresso.

O medo que o governo interino não consiga entregar a meta fiscal deste ano e de 2017 fez pressão para que o dólar se descolasse parcialmente do exterior e começasse a ensaiar uma valorização após bater na mínima de quase dois anos.

A moeda norte-americana perdeu força no exterior com a ata do Fed indicando que os juros no país deverão demorar ainda mais para subir, apesar do tom mais hawkish de pronunciamento de seus diretores. As apostas de um aumento das taxas de juros em setembro estão em 15% contra 85% de manutenção, segundo o Fed Watch Tool do Investing.com.

Bovespa. O Ibov garantiu sua 10ª semana consecutiva de alta com ganhos de 1,5%, superando os 59 mil pontos. Desde o início do rali, em junho, o índice acumulou alta de 20%, impulsionada pelas ações da Petrobras (SA:PETR4), Vale (SA:VALE5) e siderurgia.

Petrobras. O bom humor do mercado em relação à companhia tem refletido em uma valorização das ações, que alcançam os maiores patamares em mais de um ano, ao encostar nos R$ 13. Na mínima, em fevereiro, o papel preferencial chegou a R$ 4,12. A empresa garantiu a venda de 67% de concessão na Argentina para a YPF e anunciou recordes de produção na Refinaria Abreu e Lima.

Vale. A recuperação de preços do minério de ferro, que encostaram nos US$ 61/t no último pregão da semana, fez com que a companhia avançasse quase 5% na semana. Os ganhos foram limitados por decisões judiciais que suspenderam o acordo com o governo no caso do rompimento da barragem que contaminou o rio Doce e rejeitaram recurso da companhia, mantendo a causa de R$ 20,2 bilhões.

Gerdau (SA:GGBR4). A companhia segue como o grande destaque da bolsa neste mês, acumulando ganhos de 45% nas ações da controladora Metalúrgica Gerdau (SA:GOAU4) e de 33% na Gerdau em um movimento especulativo apoiado no resultado trimestral que apresentou melhorias. A CSN (SA:CSNA3), por outro lado, apresentou o pior desempenho semanal no Ibovespa após um balanço ruim. A companhia deverá vender sua fábrica de latas para uma empresa polonesa.

Eletrobras (SA:ELET3). A estatal lucrou R$ 12,7 bilhões com receitas de indenização de ativos de transmissão e o atual presidente afirmou que vai ajustar os investimentos e reduzir custos. No leilão de Celg-D, não houve pretendentes e o governo decidiu adiar para fazer ajustes na concorrência.

Gol. Pelo segundo trimestre consecutivo, a aérea entregou lucro aos seus acionistas com ganhos com câmbio mais favorável e melhor resultado operacional.

Kroton (SA:KROT3) e Estácio (SA:ESTC3). Os acionistas das duas empresas aprovaram a fusão. A operação será submetida ao Cade.

Commodities

Petróleo. A commodity manteve sua trajetória de alta iniciada na semana passada após a Arábia Saudita acenar com um possível acordo para controlar o mercado. O petróleo saiu das baixas de mais de três meses para alcançar os US$ 50 no Brent e US$ 48 nos EUA.

Minério. Na China, o minério de ferro mantém a valorização e chegou próximo aos US$ 61/t com a forte demanda em um momento de escassez de aço no país.

Açúcar. A Conab prevê produção recorde de açúcar nesta safra, apesar de moagem menor.

Indicadores

Inflação. O IGP-M desacelerou para 0,09% na segunda prévia de agosto. O IGP-10 caiu para 0,27% no mês com queda no atacado. IPC-Fipe recuou para 0,05% na segunda quadrissemana.

Arrecadação. A receita divulgou arrecadação de R$ 107,4 bilhões, no pior julho desde 2010.

PIB. O Japão frustrou os mercados com crescimento de 0% no segundo trimestre, colocando em xeque a política do primeiro-ministro Shinzo Abe. Filipinas cresceu 7%, enquanto o Chile avançou 1,5%, Peru, 3,63%, e a Tailândia, 3,5%.

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