Notícia ruim, notícia boa?
O resultado das vendas ao varejo ontem no Brasil, substancialmente abaixo das projeções dos analistas demonstraria que os efeitos mais pesados da política monetária podem já estar surgindo na economia.
De praxe, a expectativa entre a decisão de juros e sua eficácia na economia real é de 6 a 9 meses, ou seja, a elevação de março de 2% para 2,75% ao ano estaria trazendo seus primeiros efeitos agora.
Obviamente, as curvas de juros e os custos de empréstimos não seguem a mesma tendência dos juros oficiais e antecipam as perspectivas indicadas pela economia, política e externalidades, portanto, os efeitos podem se antecipar à teoria econômica.
Ainda assim, se este for o caso de um primeiro efeito mais conciso e, digamos, pesado da política monetária, o cenário para atividade econômica estaria severamente afetado pelo ciclo severo de apertos que se seguiram até a taxa atual, que saiu de 2% para 7,75% somente este ano.
A perspectiva para os próximos meses então seria de contínuo desalento da atividade, o que poria em cheque a perspectiva de continuidade da política monetária, ao ponto de se rever a assunção de novas elevações pesadas para conter a inflação.
Eis o grande ponto, pois tudo que citamos acima vem de teses e teorias econômicas, para explicar o que acontece no Brasil neste momento, algo inclusive a se observar hoje nos dados do setor de serviços, estes muito menos responsivos à elevação de juros, do que as vendas no varejo.
Todavia, a realidade é embebida por questões mais complexas, como o problema de choque de oferta, o peso da elevação do custo da gasolina, a forte volatilidade e o peso da inflação na percepção de consumo e este último ponto talvez seja o pior, pois se a teoria está certa, a inflação cumpriu o papel de afastar os consumidores e não a elevação de juros.
Para piorar a situação, a política monetária tem se mostrado limitada tanto para ancoragem das expectativas de inflação, como para debelar a escalada de custos que não tem alívio no curto e médio prazo, portanto, nem o BC vai parar de subir juros por causa destes números de varejo e nem esta inflação responderá a tais altas.
Intrigante isso tudo, não?!?
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, ignorando em parte os dados inflacionários mais fortes nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados em positivos, subindo com a força das compras no varejo asiático com o 11.11.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e prata.
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, com o dólar mais alto na semana.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,51%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,4045 / -1,70 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,079%
Dólar / Iene: ¥ 114,05 / -0,026%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / 0,165%
Dólar Fut. (1 m) : 5422,09 / -1,62 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 11,08 % aa (-1,47%)
DI - Janeiro 23: 11,96 % aa (-1,97%)
DI - Janeiro 25: 11,79 % aa (-0,34%)
DI - Janeiro 27: 11,69 % aa (0,17%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: 1,5356% / 107.595 pontos
Dow Jones: -0,4399% / 35.921 pontos
Nasdaq: 0,5221% / 15.704 pontos
Nikkei: 1,13% / 29.610 pontos
Hang Seng: 0,32% / 25.328 pontos
ASX 200: 0,83% / 7.443 pontos
Abertura
DAX: 0,086% / 16096,86 pontos
CAC 40: 0,248% / 7077,08 pontos
FTSE: -0,536% / 7344,60 pontos
Ibovespa Futuros.: 1,55% / 108236,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,10% / 4647,5 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,148% / 16049,00 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,58% / 102,74 ptos
Petróleo WTI: -1,32% / $80,40
Petróleo Brent: -1,46% / $81,82
Ouro: -0,49% / $1.850,29
Minério de Ferro: -1,95% / $93,63
Soja: 0,73% / $1.212,25
Milho: 0,57% / $571,75
Café: -0,36% / $210,65
Açúcar: -0,50% / $20,06