Todavia, porém, contudo, no entanto, podendo ser que sim, ou não.
Este é o mais breve resumo do comunicado da última decisão do COPOM, o qual cumpriu com os 75 bp contratados na reunião anterior e aproveitou para contratar mais 75 bp para a próxima, num movimento considerado surpreendente para os que imaginavam que o comunicado manteria um tom hawkish (de alta de juros), mas não se comprometia com os próximos movimentos.
A decisão consegui ser hawkish, com pitadas de dúvida, mas deixando claro que o passado ultradovish (de juros em queda) ainda se mostra presente na mente dos formuladores de política monetária, principalmente ao manter uma ‘normalização parcial descompromissada’.
Do passado, talvez a lição tirada seja - que mais que frequentemente citamos aqui - que o descolamento dos juros locais de um país emergente de seus pares internacionais em um momento de crise de cauda gorda gera excessiva volatilidade cambial e, numa economia fechada, mas altamente dependente de itens dolarizados, isso se traduz como inflação de difícil controle.
Eis que, agora, o COPOM talvez tenha se decidido a dar um sinal forte de curto prazo, contratando uma elevação mais pesada de juros de forma a dar continuidade à valorização do Real frente ao dólar, dando competitividade ao carry trade e assim, mantendo e atraindo o investidor estrangeiro ao Brasil.
Ao mesmo tempo, o passado dove deixa claro que sinais como a falta de compromisso com a normalização parcial e tal movimento poderia também se traduzir com um impacto mais forte de curto prazo, porém juros mais modestos na ponta final. Bate agora, segura mais para frente.
Por este prisma, teríamos uma autoridade monetária dovish, com disfarce de hawkish, um “lobo em pele de cordeiro” às avessas.
Vamos aguardar a ata, pois certamente será a mais interessante em anos.
Na agenda macroeconômica, custos de mão de obra, cortes de vagas e pedidos de auxílio desemprego nos EUA e decisão de juros no Reino Unido e Turquia.
Na agenda corporativa, Volkswagen (DE:VOWG), AB InBev (DE:ABI) (SA:ABUD34), Enel (MI:ENEI), Nintendo (T:7974), Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34), ING (NYSE:ING), Motorola (NYSE:MSI) (SA:M1SI34), CBS (NASDAQ:CBSH), Société Générale (PA:SOGN), Kellog (NYSE:K) (SA:K1EL34), B3 (SA:B3SA3), AES (SA:AESB3), AIG (NYSE:AIG), ArcelorMittal (AS:MT) (SA:ARMT34), Continental (NYSE:CLR) e localmente Camil (SA:CAML3), Ambev (SA:ABEV3), Azul (SA:AZUL4), Banco do Brasil (SA:BBAS3), B2W (SA:BTOW3), JHSF (SA:JHSF3), Lojas Americanas (SA:LAME4) e B3.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com dados econômicos europeus mais fortes e após recordes nas bolsas americanas.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, na expectativa pelo payroll amanhã.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam sem rumo em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, com destaque à disparada do minério de ferro, após a elevação do tom das conversas entre China e Australia.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, após mercado bater novas altas
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,40%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3551 / -1,61 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / 0,383%
Dólar / Yen : ¥ 109,12 / -0,064%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / 0,115%
Dólar Fut. (1 m) : 5371,67 / -1,40 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,75 % aa (1,77%)
DI - Janeiro 23: 6,50 % aa (-0,61%)
DI - Janeiro 25: 7,95 % aa (-1,24%)
DI - Janeiro 27: 8,56 % aa (-1,15%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,5737% / 119.564 pontos
Dow Jones: 0,2851% / 34.230 pontos
Nasdaq: -0,3746% / 13.582 pontos
Nikkei: 1,80% / 29.331 pontos
Hang Seng: 0,77% / 28.637 pontos
ASX 200: -0,48% / 7.062 pontos
ABERTURA
DAX: 0,046% / 15177,77 pontos
CAC 40: -0,017% / 6338,40 pontos
FTSE: 0,149% / 7049,81 pontos
Ibov. Fut.: 1,71% / 119979,00 pontos
S&P Fut.: 0,156% / 4166,40 pontos
Nasdaq Fut.: 0,145% / 13532,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,36% / 92,56 ptos
Petróleo WTI: -0,40% / $65,51
Petróleo Brent: -0,42% / $68,89
Ouro: 0,37% / $1.791,41
Minério de Ferro: 3,29% / $190,41
Soja: 1,07% / $1.599,00
Milho: 0,73% / $758,75
Café: 0,34% / $149,00
Açúcar: 1,37% / $17,74