EUA sinalizam publicação de documento da Seção 301 sobre Brasil no diário oficial desta sexta
Dia de taxa de desemprego de julho, pela PNAD Contínua, envio de Orçamento ao Congresso, dados fiscais consolidados e novas tensões com a crise hídrica e a agenda fiscal no Congresso. Em paralelo, mercado segue em expectativa sobre as manifestações de 7 de setembro, na agenda do presidente, a “liberdade de expressão” e o “voto impresso”. Nos EUA, saiu o último avião para o resgaste de civis e militares neste “atoleiro” que se tornou o Afeganistão.
Sobre as “bandeiras” do presidente Bolsonaro, importante salientar que liberdade exige também responsabilidade. Embora concordando, em parte, com a tese do voto impresso, é relevante também justificar tal ato. Há provas de fraude nas eleições anteriores? Achamos que dá para continuar com voto eletrônico, desde que havendo a capacidade de emissão de um “comprovante”, a ser depositado numa urna e dado para o eleitor. Nada contra, neste caso, mas defender que as pessoas usem fuzis, não ser relevante um prato de feijão, não merece maiores comentários. Uma pessoa com fome e uma arma na mão é capaz de tudo. Mais um discurso irresponsável, sem pé nem cabeça, deste presidente.
No Congresso
Paulo Guedes deve enviar a versão final do Orçamento de 2022 sem especificar como serão negociados os precatórios e de onde sairão recursos para tal, assim como para a nova versão do Bolsa Família, o Auxílio Brasil. Muito se comenta que o auxílio emergencial deve ser estendido por mais um mês ou dois, enquanto permanecer este impasse sobre a fonte de recursos do Orçamento para bancar este programa, a ser definido em R$ 300 por pessoa.
Sobre o parecer da reforma administrativa, do relator Arthur Maia, sua divulgação deve ficar para hoje ou amanhã. Segundo ele, “sempre aparecem umas pontinhas a ajustar”.
Falando da reforma tributária (do Imposto de Renda), os presidentes da Câmara e do Senado, Artur Lira e Rodrigo Pacheco “tentam costurar” algo para avançar nesta pauta. Um ponto é a negociação de um Refis para as dívidas tributárias, além, também, da redução da alíquota a ser cobrada sobre dividendos, prevista no projeto em 20%. Hoje os dividendos são isentos desta cobrança de IR, mas algo deve ser cobrado, visto que o Brasil é um dos únicos países do mundo onde não existe esta cobrança. Uma ideia é reduzir a alíquota de 20% a 15%. Mas isso representará menos recursos para o Auxílio Brasil, puxadinho do presidente pensando nas eleições.
No Senado, já se discute uma terceira fase, a unificação dos impostos federais, estaduais e municipais sobre o consumo, na ideia de um imposto único, um IVA. Guedes topa, desde que tenha apoio dos estados e municípios.
Manifesto da Fiesp
Estava para sair um manifesto da Fiesp, pregando “harmonia entre os poderes”. Dizia que o Brasil precisa de “serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias”.
Acabou, no entanto, adiado por decisão do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Lembremos que este manifesto partiu da Febraban, inclusive, levando a CEF e o BB (SA:BBAS3) a se desligarem da entidade.
Deve ficar para depois do 7 de setembro, dependendo do que acontecer. A verdade é que vai se “esvaziando” estas manifestações e com elas, as bravatas do presidente. A impressão que se tem é que tudo que ele apregoou até agora só serviu para uma coisa, esgarçar sua relação com os poderes e o centrão, perder apoio, e cansar a sociedade.
Indicadores
Pelo governo central, o déficit primário veio menor do que o esperado, assim como a dívida pública. O déficit veio em R$ 19,89 bilhões. Aguardemos hoje os dados consolidados, mais somando à arrecadação federal, são bons números a mostrar que o quadro fiscal não é tão trágico assim.
O IGP-M de agosto registrou alta de 0,66%, contra 0,78% em julho. No ano, o índice da FGV acumula 16,75% e em 12 meses, 31,12%.
Pela Focus, a previsão de IPCA foi a 7,27% para este ano, em 2022 passando de 3,81% para 3,95%.
Mercados
Nos EUA, Jerome Powell, do Fed, em Jackson Hole, na semana passada, deu mais ênfase ao gradualismo, mesmo não descartando o “desmonte” da política monetária, pelo tapering, ainda neste ano. No Afeganistão, ontem foi dia do último avião americano a decolar do aeroporto de Kabul, levando os últimos cidadãos envolvidos com as operações dos EUA.
No Brasil, no dia 30, no fechamento, a moeda norte-americana recuou 0,15%, cotada a R$ 5,1189. Já o Ibovespa voltou a recuar, ignorando a alta em NY: recuou 0,78%, a 119.739 mil pontos. A semana promete.
Nesta madrugada, na Ásia (22h35), os mercados operavam MISTOS. Nikkei recuando 0,11%, a 27.760 pontos; Kospi, na Coréia do Sul, -0,24%, a 3.136 pontos; Shanghai Composite, -0,15%, a 3.523 pontos, e Hang Seng, -0,53%, a 25.404 pontos.
Nos EUA, as bolsas de NY fecharam dia 30 em suave alta (22h35). O Dow Jones avançou 0,06%, a 35.373 pontos, o S&P 500, +0,05%, a 4.527 pontos, e o Nasdaq -0,03%, a 15.599 pontos. No mercado de treasuries, os US 2Y recuando 0,84%, a 0,2013, os US 10Y -0,95%, a 1,272 e os US 30Y, -0,74%, a 1,885. No DXY, o dólar recuava 0,07%, a 92,642. Petróleo WTI , a US$ 68,86 (-0,51%) e Petróleo Brent US$ 71,88 (-0,36%).
Na agenda de hoje, destaque para a PNAD Contínua, quando saberemos a quanto anda o número de informais, e como a taxa se comporta. Atenção também para os dados fiscais consolidados de julho e o Indicador de Incerteza da Economia e de Confiança Empresarial da FGV. Nos EUA, destaque para a confiança do Consumidor de agosto e o índice S&P Case Shiller de preços residenciais. Na Zona do Euro, a prévia da inflação ao consumidor de agosto e o desemprego na Alemanha.