A desculpa dos mercados ontem para o incremento na volatilidade foi o anúncio da Apple (NASDAQ:AAPL) da redução de contratações e de gastos na empresa, o que não afetará os atuais empregados e pode melhorar o resultado.
Ainda assim, foi visto como um sinal ruim por parte dos investidores e o que se desenhava para um dia positivo nas bolsas internacionais, levou os ativos a novamente “dançarem cada um à sua própria música”.
O caso mais curioso é a pressão do mercado de juros futuros, em um dia de baixa liquidez e num cenário de descompressão de inflação, a desculpa para renovar as tensões nos vértices mais longos vem do “fiscal”.
Como o governo deixou solta uma serie de aparas na PEC e nas aprovações recentes e na ausência de pressões que justifiquem ao Banco Central elevações mais intensas de juros, parte do mercado busca novamente tomar as rédeas e exigir juros mais elevados, como ocorreu no passado.
Ou seja, o Bacen tentou sinalizar uma vez que daria uma pausa nos juros e foi interpelado pelo Fed mais Hawk, portanto decidiu avançar o processo um pouco mais e agora, quando poderia sinalizar novamente a tal pausa, o mercado quer mais prêmio e vai exigir isso do BC pressionando as curvas de juros.
Se fizer como no passado recente, a autoridade monetária perderá o limite da taxa, que se encontra em zona fortemente contracionista e os danos à economia real, limitados neste momento, podem ser mais pesados do que o atual contexto suporta.
No exterior, a inflação continua a ser o fiel da balança no movimento dos Bancos Centrais, onde a zona do Euro bate mais um recorde de alta com o CPI aos 0,8% em junho, levando a taxa anual aos recordes 8,6% e o núcleo aos 3,7%.
Porém, ao contrário de nosso Bacen, o BCE sequer se rende à realidade e continua o processo de normalização de juros e retirada de estímulos a passos lentos e sem pressa, como se esperasse que a situação global se resolva antes de agir.
O mercado de construção civil, que sofre na China por uma série de fatores, pode sofrer nos EUA, o qual bate novos recordes de preços, semelhantes ao período de subprime e no Reino Unido, o qual tem ajudado no crescimento econômico, fora daquilo que tem ocorrido no continente europeu.
Neste contexto, chama a atenção os dados do mercado imobiliário nos EUA hoje.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por balanços de J&J e Novartis, antes da abertura e Netflix (NASDAQ:NFLX), após o fechamento.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, puxados pela volatilidade em NY e pelo Banco Central australiano indicar que a taxa atual está “muito abaixo da neutra”.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, quedas no cobre, minério de ferro e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e alta em Nova York, após a alta recente.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,61%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4367 / 0,53 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 1,016%
Dólar / Yen : ¥ 137,61 / -0,376%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 0,494%
Dólar Fut. (1 m) : 5437,52 / 0,35 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,12 % aa (0,09%)
DI - Janeiro 24: 13,96 % aa (1,45%)
DI - Janeiro 26: 13,20 % aa (1,93%)
DI - Janeiro 27: 13,21 % aa (2,05%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,3782% / 96.916 pontos
Dow Jones: -0,6892% / 31.073 pontos
Nasdaq: -0,8066% / 11.360 pontos
Nikkei: 0,65% / 26.962 pontos
Hang Seng: -0,89% / 20.661 pontos
ASX 200: -0,56% / 6.650 pontos
ABERTURA
DAX: 0,136% / 12977,49 pontos
CAC 40: 0,034% / 6093,98 pontos
FTSE: 0,130% / 7232,61 pontos
Ibov. Fut.: 0,16% / 97735,00 pontos
S&P Fut.: 0,89% / 3868 pontos
Nasdaq Fut.: 0,897% / 12013,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,77% / 116,24 ptos
Petróleo WTI: -0,56% / $102,03
Petróleo Brent: -0,67% / $105,56
Ouro: 0,29% / $1.714,14
Minério de Ferro: -3,83% / $96,85
Soja: -1,09% / $1.481,00
Milho: -2,04% / $599,75
Café: 7,56% / $219,10
Açúcar: -0,88% / $19,24