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BCE e BoE: Duas Leituras

Publicado 04.02.2022, 08:50
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Depois do comunicado do Copom, deixando no ar a possibilidade de reduzir na intensidade dos ajustes da Selic na 

reunião de março, não mais em 1,5 ponto percentual, o mercado de ativos deu uma esstressada, no mercado futuro de juro com as taxas curtas e médias em queda e o dólar, em primeira alta, despois de quatro quedas.  

No mundo, o BCE manteve sua taxa de juros e sua estratégia de compra de ativos, mas a inflação mais elevada, impactada pela energia, deve demandar uma nova leitura. A resposta de Christine Lagarde, sobre o momento atual do “velho continente”, abre uma janela de que deve ser mais dura daqui para frente. Os yelds dos treasuries  europeus deram uma disparada ontem, assim como os treasuries americanos. Já o BoE atuou como previsto,  aumentando sua taxa em 0,25 ponto percentual, a 0,5%.  

Por aqui, o mercado parece estar com a “biruta doida”, por não saber para onde fugir diante das declarações  totalmente irresponsáveis do candidato Lula da Silva. Disse ele ontem que não estava preocupado com os  acionistas da Petrobras (SA:PETR4), mas sim com as famílias que morrem de fome, e que não iria manter os preços dos  combustíveis atrelados ao dólar.  

A Petrobras é uma empresa aberta, listada como na bolsa de valores. Precisa dar satisfação aos seus acionistas minoritários e grandes. Deve atuar dentro dos preceitos da CVM, mantendo elevado nível de “governança”.  

Não cabe aqui um candidato político falar estas bobagens. Aliás, acharia por bem lembrar ao Lula da Silva que o seu primeiro mandato só foi bem sucedido, porque atuou sobre os preceitos desta mesma “boa governança”, depois da “Carta aos Brasileiros”. Na ocasião tinha Antônio Pallocci no Ministério da Economia e Henrique Meirelles, em “mão firme”, controlando o leme do Banco Central. Foram estes dois a manterem o alicerce do tripé (lembram-se?), câmbio flutuante, resultado fiscal e sistema de metas do Bacen, e, portanto, principais fiadores da boa  governabilidade no primeiro mandato do PT.  

Se não fosse isso...  

BoE: MAIS AGRESSIVO

O Banco Central do Reino Unido, BoE, optou por elevar a taxas de juros, com quatro funcionários votando por um aumento maior. A taxa básica foi a 0,5%. Preocupação é de que a inflação possa chegar a 7,0% neste ano.  

Tal medida elevou a taxa de empréstimo de referência de 0,25% para 0,5%, inaugurando uma nova era em que o BoE deve começar a se desfazer de 895 bilhões de libras (US$ 1,2 trilhão) em títulos acumulados na última década.  

A libra subiu junto com os rendimentos dos títulos do governo. Os traders avançaram com as apostas de aumento das taxas,  prevendo que os custos de empréstimos atingiriam 1% em maio.  

O BOE vai parar imediatamente de reinvestir os rendimentos de gilts expirados, permitindo que mais de 200 bilhões de libras vazem até 2025. Ele anunciou planos para descarregar todo o estoque de 20 bilhões de libras de títulos corporativos até o final de 2023. “É provável que algum aperto mais modesto seja apropriado nos próximos meses” se a economia evoluir como o BOE espera,  acrescentou o comitê de definição de taxas.  

Em suma. O banco central do Reino Unido está liderando o aperto global da política monetária, à medida que as instituições se movem para enfrentar uma rápida aceleração dos preços depois dos picos pandêmicos. Espera-se que o Fed libere seu próprio ciclo de aperto rápido este ano, a partir de março e tem havido especulações de que pode incluir um aumento de 50 pontos-base nesta reunião.  

PS- Quatro assessores se demitiram do gabinete do primeiro ministro Boris Johnson. Ele deve ser o próximo.  

BCE: MAIS CAUTELOSO

Pelas declarações de Christine Lagarde, o BCE deve aderir à saída gradual de estímulos à medida que as apostas nas subidas da inflação aparecem no radar. Disse no Conselho do BCE, “que desacelerará a compra de títulos em 2022 e encerrará totalmente as compras de ativos antes de aumentar os custos dos empréstimos”.  

A posição do BCE também sinaliza que os formuladores de políticas em Frankfurt estão mantendo suas armas na redução da inflação elevada assim que os custos de energia e os problemas na cadeia de suprimentos diminuirem. Os preços subiram 5,1% no mês passado – mais que o dobro da meta de 2%.  

Mesmo com a presidente Christine Lagarde insistindo que um aumento de juros é improvável neste ano, os mercados monetários estão cada vez mais céticos. Eles prevêem um aumento de 10 pontos-base do BCE até setembro, adiantado para julho. Veem quase 30 pontos-base de aperto até o final do ano. O euro caiu e os títulos alemães reduziram as perdas após a decisão.  

Sobre a pandemia

Na Europa, a boa condução contra a pandemia leva as autoridades e a OMS a diagnosticar que o continente deve voltar ao normal em breve. No Brasil, governadores querem um lockdown de uma semana para depois ir retornando. Ontem, foram superadas as mil mortes, 1.041 em 24 horas. 

INDICADORES

PMI Global Composto

Caiu a 51,4 em janeiro, de 54,3 em dezembro. Já o PMI Global de Serviços recuou a 51,3 em janeiro, de 54,7 em dezembro.  

Na Zona do Euro

PMI Composto caiu a 52,3 em janeiro, contra 53,3 em dezembro, abaixo da prévia. Este número ficou ligeiramente abaixo da leitura preliminar de janeiro (52,4).  

Na Alemanha

PMI Serviços avançou a 52,2 em janeiro, contra 48,7 em dezembro, abaixo da prévia. Este número ficou ligeiramente abaixo da leitura preliminar de janeiro (52,4).  

MERCADOS

No Brasil, o Ibovespa de mais uma corrigida nesta quinta-feira (03) em queda de 0,18%, a 111.695 pontos, acompanhando o tombo na bolsa de NY. Já o dólar fechou em alta de 0,41%, a R$ 5,297.  

Nos futuros do dia 03 de fevereiro, o Ibov RECUAVA 0,37%, a 111.904 pontos e o dólar a R$ 5,284 (+0,43%). No mercado de  Treasuries, BR 2Y RECUANDO 5,34%, a 10,93, BR 5Y -0,28%, a 10,61, e BR 10Y, -0,38%, a 10,61.  

Na madrugada do dia 04/02, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em ALTA: DAX (Alemanha) +0,08%, a 15.380 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,74%, a 7.584 pontos; CAC 40 +0,70%, a 7.054 pontos, e EuroStoxx50 +0,45%, a 4.159 pontos. 

Na madrugada do dia 04/02, na Ásia (05h12), os mercados operaram MISTAS: S&P/ASX (Austrália), +0,60%, a 7.120 pontos; Nikkei (Japão) +0,73%, a 27.439 pontos; KOSPI (Coréia), +1,57%, a 2.750 pontos; Shanghai -0,97%, a 3.361, e Hang Seng, +1,07%, a 23.802 pontos (Semana de feriado na China, Ano do Tigre).  

Nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam em ALTA neste dia 04/02 (05h10): Dow Jones, +0,48%, 35.140 pontos; S&P500 +1,00%, 4.513 pontos, e Nasdaq +1,85%, a 14.769 pontos. No VIX S&P500, 24,08 pontos, EM QUEDA FORTE DE 6,41%.  

No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 2,12%, a 1,2173, US 10Y +0,71%, a 1,8400, e US 30Y, +0,18%, a 2,1490. No DXY, o dólar -0,02%, a 95,36, e risco país, CDS 5 ANOS, a 211,6 pontos. Petróleo WTI, a US$ 90,91 (+0,71%) e Petróleo Brent US$ 91,66 (+0,60%); Gás Natural +0,70%, a US$ 4,92.  

Agenda desta sexta-feira, destaque para o payroll de janeiro, indicador de geração de empregos não agrícolas na economia norte americana. 

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