Duas decisões de juros na semana, dois efeitos reversos.
O COPOM e sua sinalização dovish gera um cenário de certa apreensão no Brasil, porém com perspectivas mais positivas.
A apreensão vem da possibilidade cada vez mais concreta de um corte de juros, aprofundando ainda mais o recorde de menor taxa nominal da história.
Ao contrário do que se disse anteriormente, o cenário de novos cortes seria resultante da ausência das reformas e do impacto negativo na confiança e na atividade econômica que isso pode gerar, mantendo elevado o hiato do produto.
Por outro lado, a elevação da confiança resultante das reformas em andamento alteraria os indicadores econômicos ao ponto da atividade se refletir nos preços e demandando assim uma intervenção do Banco Central através do aperto monetário.
Na Europa a situação é mais difícil, pois os constantes e longevos estímulos de taxa zero tem demonstrado resultados limitados na reação da economia e a retirada gradual dos alívios quantitativos em dezembro trazem dúvidas quanto ao timing necessário para que isso não se torne um fardo.
Há uma clara inconsistência na mensagem do BCE e nos indicadores econômicos, pois claramente ainda existe a necessidade de estímulos renovados na região, em especial entre os países mais atingidos pelo repique da crise de 2008.
Ainda que ocorra a retirada dos estímulos via alívio, uma elevação de juros na Zona do Euro está bem longe de ocorrer.
CENÁRIO POLÍTICO
Em meio à ausência de explicações mais críveis sobre o assessor de Flávio Bolsonaro, a notícia da possível extradição de Cesari Battisti é vista como uma possível vitória da retórica anti-esquerda vigente no país.
Terrorista condenado em seu país, Battisti gozava de ampla liberdade no Brasil com anuência dos governos anteriores e parte do judiciário, o que para muitos era a representação de como os mandatos anteriores lidavam com a questão legal, até mesmo em nível internacional.
Pouco interessa quem seja o artífice da deportação, Temer ou Bolsonaro, a realidade é que somente com a vitória recente, tal evento se faz possível.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com indicadores chineses abaixo das expectativas.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com os dados da China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, a queda é generalizada, com destaque para a platina.
O petróleo abre em queda, com crescimento global desafiador.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 8%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8906 / 0,95 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,625%
Dólar / Yen : ¥ 113,53 / -0,088%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,443%
Dólar Fut. (1 m) : 3881,71 / 0,83 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 6,44 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 6,62 % aa (-1,49%)
DI - Janeiro 21: 7,58 % aa (-2,19%)
DI - Janeiro 25: 9,52 % aa (-1,65%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,99% / 87.838 pontos
Dow Jones: 0,29% / 24.597 pontos
Nasdaq: -0,39% / 7.070 pontos
Nikkei: -2,02% / 21.375 pontos
Hang Seng: -1,62% / 26.095 pontos
ASX 200: -1,05% / 5.602 pontos
ABERTURA
DAX: -1,464% / 10764,72 pontos
CAC 40: -1,252% / 4835,63 pontos
FTSE: -1,245% / 6791,90 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 88655,00 pontos
S&P Fut.: 0,000% / 2645,60 pontos
Nasdaq Fut.: -1,326% / 6662,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,89% / 81,76 ptos
Petróleo WTI: -0,29% / $52,43
Petróleo Brent:-0,21% / $61,32
Ouro: -0,24% / $1.239,03
Minério de Ferro: 0,66% / $67,26
Soja: -1,19% / $16,62
Milho: -0,20% / $375,50
Café: 1,07% / $98,80
Açúcar: -0,39% / $12,69