A decisão de juros por parte do FOMC ontem não trouxe nenhuma novidade substancial em termos de comunicado, muito semelhante ao observado na reunião anterior.
Porém, após a manutenção dos juros, o discurso do chairman Jerome Powell trouxe esclarecimentos importantes, principalmente quanto ao futuro das constantes injeções de liquidez por parte da autoridade monetária americana.
O prazo do fim está determinado para o fim do segundo semestre deste ano, com reduções graduais das operações de recompras de títulos, conhecidas como REPO.
Obviamente, para os que acreditam na total fragilidade dos mercados atuais, a retirada gradual dos REPO soa como um grave problema, principalmente de liquidez.
Ao mesmo tempo, as críticas quanto ao uso indiscriminado deste instrumento tendem a se dissipar, afinal a redução do balance sheet do Fed sempre foi vista com bons olhos, um sinal de melhor saúde do sistema.
O problema é entender se a saúde do sistema está realmente boa, o que justifica parte da reação do mercado ontem à retirada.
Como não poderia se furtar, Powell cita a questão do Coronavírus na China e os possíveis efeitos nos índices de atividade econômica no início deste ano, porém, como o restante de todos nós, o informacional do Fed depende de um caráter extremamente subjetivo neste momento, passível de toda ordem de especulações.
A China está sendo sincera em seus números sobre a doença? Quanto tempo vai durar? Qual o impacto no PIB chinês? E no Global? Pode se tornar uma pandemia? Em quanto tempo? Existe cura?
Nitidamente, a quantidade de perguntas ainda supera as respostas. Com isso, o foco do mercado está em grande parte sintonizado com a propagação da doença, com a Comissão Nacional de Saúde da China confirmando que o número de mortos atingiu 170, com casos confirmados do vírus ultrapassando 7.700.
Deste modo, o foco do Fed em reduzir o balanço soa estranho, ou seja, como se estivesse sendo feito no momento errado, dadas as incertezas. Todavia, uma coisa é certa, a retirada de liquidez é a ação mais correta neste momento, antes que se torne incontornável.
Atenção hoje à decisão de juros no Reino Unido, ao PIB americano, PCE e ao IGP-M no Brasil.
Atenção aos balanços de Samsung, Amazon (NASDAQ:AMZN), Visa, Verizon, Coca-Cola, Shell, Eli Lilly, Accenture, Diageo (LON:DGE), Unilever (LON:ULVR), Volvo, Marsh & McLennan, Sherwin-Williams e Nintendo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com o mercado assustado novamente com a questão do vírus.
Na Ásia, dia negativo, com Fed e piora nos números do Coronavírus.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas, destaque prata.
O petróleo abre em queda, com temores de atividade mais fraca.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 7,20%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,226 / 0,85 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,036%
Dólar / Yen : ¥ 108,93 / 0,083%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,031%
Dólar Fut. (1 m) : 4220,77 / 0,47 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 22: 4,94 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 23: 5,49 % aa (-0,18%)
DI - Janeiro 25: 6,18 % aa (-0,48%)
DI - Janeiro 27: 6,58 % aa (-0,30%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,9394% / 115.385 pontos
Dow Jones: 0,0404% / 28.734 pontos
Nasdaq: 0,0591% / 9.275 pontos
Nikkei: -1,72% / 22.978 pontos
Hang Seng: -2,62% / 26.449 pontos
ASX 200: -0,33% / 7.008 pontos
ABERTURA
DAX: -0,916% / 13222,76 pontos
CAC 40: -1,221% / 5882,21 pontos
FTSE: -0,721% / 7429,59 pontos
Ibov. Fut.: -1,14% / 115451,00 pontos
S&P Fut.: -0,642% / 3251,40 pontos
Nasdaq Fut.: -0,580% / 9045,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,29% / 75,64 ptos
Petróleo WTI: -1,76% / $52,41
Petróleo Brent: -1,94% / $58,60
Ouro: 0,19% / $1.579,91
Minério de Ferro: -0,28% / $93,34
Soja: -0,22% /$ 891
Milho: -0,33% / $383,00