Toda reforma da amplitude e complexidade como a da previdência tende a mexer muito com a psique humana, pois ao ‘socializar’ o problema, ou seja, trazer todos à mesa para dividir o ônus trazido do passado, o individualismo pesa.
Todos acreditam na reforma, porém na pensão do outro.
O texto apresentado pelo governo é claro, traz uma série de justiças sociais, como a redução da cobrança dos que menos ganham e elevação das alíquotas para os maiores ganhos, em especial o funcionalismo público, também traz cálculos mais claros do que aqueles utilizados hoje, como o fator previdenciário e equaliza a idade mínima aos padrões de vida atuais do país.
Além de uma vitória política da equipe econômica, ao convencer o presidente nos pontos mais polêmicos, a proposta é bem ‘amarrada’, o que dificulta da tal ‘desidratação’, o que ao mesmo tempo dificulta algumas negociações, deixando para o aperfeiçoamento a melhor situação.
Para a oposição, o mote ‘nenhum direito a menos’ significa ignorar o fato de que a situação fiscal é insustentável, de que o ônus vem de boa parte das políticas adotadas nas gestões anteriores e que o contexto global é de revisão da questão fiscal.
Ao mercado, resta aguardar os passos políticos, o que tende a ser fonte de delicada volatilidade nos próximos meses, principalmente se a câmara decidir “valorizar o passe” e manter o texto sob seu holofote por um período longo.
No exterior, o FOMC se mostra mais confuso do que nosso Banco Central quanto ao rumo dos juros.
A ata considera a retirada do termo ‘pacientemente’, porém não indica sequer quando isso pode acontecer.
Também reforça a política atual de manutenção de juros, sem ônus à condução da política monetária e não dá maiores sinais futuros. Em resumo, a inflação mantém seu peso nas decisões futuras.
Atenção hoje aos resultados de Fibria (SA:FIBR3), Gerdau (SA:GGBR4), Natura (SA:NATU3), B3, Suzano (SA:SUZB3), Mag. Luiza e CVC (SA:CVCB3).
No exterior, Kraft Heinz, Telefonica (MC:TEF), Barclays (LON:BARC), Telecom Italia e HP.
Na agenda econômica, atenção ao IPCA-15.
CENÁRIO POLÍTICO
Em meio a todas polêmicas política de um governo inexperiente, a sorte está lançada na reforma da previdência.
Resta ao executivo agora trabalhar de forma o mais republicana possível, por mais que sinta um certo ‘asco’ do modus operandi da política tradicional.
A tentativa maior é evitar a auto-sabotagem e os rompantes observados recentemente.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com indicadores corporativos e econômicos.
Na Ásia, o fechamento foi misto, com a leitura da ata do FOMC.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, queda generalizada, com destaque para a prata.
O petróleo abre em alta, com os cortes da OPEP, mas crescimento econômico mais modesta pesa
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,5%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,7304 / 0,23 %
EUR/USD: US$ 1,13 / 0,071%
USD/JPY : ¥ 110,75 / -0,090%
GBP/USD: US$ 1,31 / 0,138%
Dólar Futuros (1m) : 3715,98 / 0,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,42 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 7,07 % aa (1,14%)
DI - Janeiro 23: 8,18 % aa (1,49%)
DI - Janeiro 25: 8,72 % aa (1,87%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,14% / 96.545 pontos
Dow Jones: 0,24% / 25.954 pontos
Nasdaq: 0,03% / 7.489 pontos
Nikkei: 0,15% / 21.464 pontos
Hang Seng: 0,41% / 28.630 pontos
ASX 200: 0,70% / 6.139 pontos
ABERTURA
DAX: 0,347% / 11441,58 pontos
CAC 40: 0,094% / 5200,84 pontos
FTSE): -0,636% / 7182,61 pontos
Ibovespa Futuros: -0,19% / 97316,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,108% / 2790,00 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,258% / 7091,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,04% / 81,72 ptos
Petróleo WTI: 0,49% / $57,44
Petróleo Brent: 0,24% / $67,24
Ouro: -0,24% / $1.335,17
Minério de Ferro: -0,08% / $88,46
Soja: 0,25% / $16,35
Milho: 1,08% / $374,75
Café: -0,56% / $97,00
Açúcar: -0,45% / $13,38