A ata da última reunião do FOMC deixou claro que o grupo dovish (favorável à manutenção de estímulos e juros baixos) perde força em meio à realidade dos fatos, em que o mercado de trabalho americano apresenta recuperação robusta e a inflação, como visto no CPI de ontem, não é temporária como se imaginava.
Para Powell, defensor junto com a secretária do Tesouro de estímulos contínuos e duradouros, talvez foi a hora de admitir derrota e acatar a maioria dos delegados do Fed ao indicar a necessidade da redução de estímulos e num futuro próximo, a normalização de juros.
Aos investidores, que como citamos em diversas ocasiões são estímulo-dependentes, o processo tende a ocorrer de maneira a reduzir o trauma da retirada e de forma gradual, mesmo que se inicie no próximo mês ou mais tardar, em dezembro.
Ainda assim, a tendência é de ajuste dos mercados, dada a liquidez que o sistema ainda possui, independente das injeções governamentais diárias, portanto, ainda que seja um evento de disrupção, provavelmente não terá os efeitos catastróficos que querem demonstrar alguns temerosos analistas.
Com isso, as atenções ao PPI de hoje também crescem, pois o caráter de inflação ao atacado tem mais a ver com o problema global do choque de oferta e a incapacidade da China e outros países asiáticos de reverter a questão no curto prazo, do que com o consumo, como ocorreu durante a pandemia.
Localmente, o mercado se descolou do exterior com a busca por ações que até recentemente se encontravam descontadas, como bancos digitais, varejistas e setores ligados ao consumo, em partes pelos sinais, ainda iniciais, de arrefecimento da inflação e possibilidade de uma política de aperto não tão severa.
O BC também atuou mais fortemente, de forma a reverter os impactos recentes do câmbio, porém sem retornar o pronto abaixo dos R$ 5,5, enquanto a curva de juros permaneceu praticamente estática.
Começou a temporada de balanços nos EUA, com resultados acima das expectativas dos bancos e da Delta Air Lines Inc (NYSE:DAL), beneficiada pela reabertura econômica em diversas localidades.
Na agenda hoje, o volume do setor de serviços, PPI e pedidos de auxílio desemprego.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelos dados de inflação e balanços corporativos.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos na sua maioria, com dados de preços industriais na China acima das expectativas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre e paládio.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com a expectativa de que os altos preços do gás natural podem levar à mudança para o petróleo.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -4,51%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,5166 / -0,40 %
Euro / Dólar : US$ 1,16 / 0,138%
Dólar / iene: ¥ 113,37 / 0,097%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,425%
Dólar Fut. (1 m) : 5524,85 / -0,35 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 8,58 % aa (0,41%)
DI - Janeiro 23: 9,05 % aa (0,11%)
DI - Janeiro 25: 10,01 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 27: 10,43 % aa (0,10%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: 1,1369% / 113.456 pontos
Dow Jones: -0,0015% / 34.378 pontos
Nasdaq: 0,7308% / 14.572 pontos
Nikkei: 1,46% / 28.551 pontos
Hang Seng: -1,43% / 24.963 pontos
ASX 200: 0,54% / 7.312 pontos
Abertura
DAX: 0,838% / 15377,15 pontos
CAC 40: 0,812% / 6650,95 pontos
FTSE 100: 0,744% / 7194,92 pontos
Ibovespa Futuros.: 1,27% / 114580,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,65% / 4383,25 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,825% / 14876,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 1,14% / 104,45 ptos
Petróleo WTI Futuros 1,21% / $81,32
Petróleo Brent: 1,27% / $84,13
Ouro: 0,15% / $1.799,10
Minério de Ferro: -3,63% / $122,29
Soja: 0,33% / $1.198,50
Milho: 0,34% / $514,25
Café: 1,01% / $211,05
Açúcar: 0,45% / $19,90