Se o trabalho do Copom hoje está difícil, em meio à série de pressões inflacionárias de oferta com baixa aderência à política monetária, o trabalho do Federal Reserve (Fed) está mais desafiador ainda, com dados recentes de atividade econômica bastante dispersos, porém com inflação ao atacado acima das expectativas.
O choque entre o IPP mais forte e as vendas ao varejo mais fracas, na verdade em queda, quando se projetavam expansões para maio se chocam com um cenário que somente se concretiza, na ação ou no discurso, em mais de um ano.
Para o Fed, estar dividido entre a inserção de estímulos, a visão de que a economia ainda depende deles para funcionar plenamente e a inflação que não tem caráter tão transitório quanto se imagina é uma tarefa difícil, pois exatamente parte dos estímulos tem sido a responsável pela pressão de preços.
Já para o nosso Banco Central a situação é também desafiadora, dadas as características da inflação atual, igualmente focada no atacado, mas pela inércia herdada da política de juros do ano passado, em especial devido à instabilidade que tal política trouxe ao câmbio e consequentemente, à inflação.
Nosso BC, antes mesmo do Fed insistiu na tese de uma inflação transitória que não teve aderência à realidade, principalmente enquanto persistirem os choques de oferta e forte demanda por commodities, dois eventos capitaneados em grande parte pela China, a qual agora sofre também os efeitos da pressão de preços acima das expectativas.
Sim, tudo é transitório, inclusive as atuais inflações no Brasil e no mundo.
O problema para a política monetária é que ‘transitório’ informalmente significaria pressões que se dissipam em 2, no máximo 3 meses, ou seja, longe do caso atual, onde a alta nos preços persiste desde o ano passado, com apenas alívios transitórios.
O desafio dos dois BCs é obviamente bastante diferente, o que fica nítido na trajetória das duas políticas monetárias, porém o brasileiro demanda especial cuidado em meio à perspectiva de retomada da atividade econômica recente.
Já se entende que parte dos analistas e do mercado demandam que o caráter estimulativo da taxa seja retirado, sob pena de perdermos a meta de inflação deste e do próximo ano, ameaçando inclusive parte da recuperação vigente.
Este é o difícil equilíbrio que nosso BC deve ter agora, pois “parte dos analistas e do mercado” também exigiu juros abaixo de 2% aa e estavam todos equivocados.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelas reuniões do FOMC e do BC hoje.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos na maioria, com dados no Japão e China abaixo das expectativas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, na contínua perspectiva de melhora da atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,00%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0463 / -0,32 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / -0,025%
Dólar / Iene : ¥ 109,94 / -0,109%
Libra / Dólar : US$ 1,41 / 0,192%
Dólar Futuro. (1 m) : 5051,14 / -0,57 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 6,36 % aa (1,03%)
DI - Janeiro 23: 6,99 % aa (0,36%)
DI - Janeiro 25: 7,97 % aa (-0,38%)
DI - Janeiro 27: 8,40 % aa (-0,94%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0898% / 130.091 pontos
Dow Jones: -0,2745% / 34.299 pontos
Nasdaq: -0,7145% / 14.073 pontos
Nikkei: -0,51% / 29.291 pontos
Hang Seng: -0,70% / 28.437 pontos
ASX 200: 0,09% / 7.386 pontos
ABERTURA
DAX: -0,061% / 15720,01 pontos
CAC 40: 0,123% / 6647,66 pontos
FTSE 100: 0,086% / 7178,66 pontos
Ibovespa Futuros: -0,11% / 130076,00 pontos
S&P 500 Futuros: -0,190% / 4246,60 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,084% / 14045,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,26% / 93,30 ptos
Petróleo WTI: 0,29% / $72,17
Petróleo Brent: 0,26% / $74,11
Ouro: 0,04% / $1.858,90
Minério de ferro: -1,08% / $213,96
Soja: -0,87% / $1.457,00
Milho: 0,04% / $669,75
Café: 0,33% / $151,90
Açúcar: 0,12% / $17,09