O embate dos juros no mundo ganha força com os discursos de membros do FOMC já citando abertamente um corte nas próximas reuniões, de forma a mitigar os possíveis efeitos de uma contração econômica causada pela guerra comercial entre EUA e China.
Ainda assim, o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed foi mais cauteloso, ao indicar que a política monetária responderá de acordo com a necessidade do contexto, mas não citou nominalmente o corte de juros, como outros membros do FOMC tem feito.
Tais declarações elevaram o apetite pelo prêmio de maior risco, após dias de perdas consecutivas devido aos desenvolvimentos negativos da guerra comercial, que recebeu um leve alívio, com os chineses dizendo que os acordos devem ser resolvidos “em conversas” (e não nos tweets).
Localmente, o mercado acompanhou em partes o ânimo internacional, porém a bolsa brasileira já suscita uma correção dos ativos e teve menor ímpeto que as altas no exterior, que superaram 2% em todas as bolsas americanas.
O mercado de juros futuros continua com a pressão baixista com fechamento nas curvas, seguindo uma série de indicadores econômicos mais fracos, como a produção industrial abaixo das expectativas ontem.
Mesmo assim, o Banco Central continua firme na busca de cumprir o mandato único de meta de inflação e como as expectativas continuam ancoradas, a autoridade monetária não sinaliza nenhum movimento no curto prazo.
Nem mesmo possíveis deflações que podem ocorrer nos próximos meses serão suficientes para alterar tal contexto, que, repetimos, necessita de uma sinalização mais concreta de aprovação das reformas, em especial da previdência.
A partir deste ponto, sim, a autoridade monetária terá a segurança necessária para alterar qualquer coisa.
Até lá, juros estáveis.
CENÁRIO POLÍTICO
Animado com o ritmo das votações no congresso, o presidente Bolsonaro resolveu trazer à tona o projeto de mudanças no código de trânsito, com aumento do tempo de vencimento da CNH, da pontuação e outros pontos, como o polêmico fim das multas pela ausência de cadeira de bebê.
O problema de tal ímpeto é esquecer as prioridades da casa, que são a reforma da previdência e sua relatoria, na qual deveria haver um maior nível de pressão (positiva) do governo e os avanços das MPs importantes que estavam prestes a “caducar” e os recursos para o cumprimento da regra de ouro.
O resto, no fim, é besteira e o presidente deveria saber.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, os sinais de cortes de juros pelo Fed.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, após o forte rally de Wall Street.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao paládio.
O petróleo abre em queda, na perspectiva pelos estoques americanos.
O índice VIX de volatilidade abre em queda de -1,5%
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,857 / -0,76 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,098%
Dólar / Yen : ¥ 108,28 / 0,120%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,110%
Dólar Fut. (1 m) : 3862,75 / -1,15 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 6,17 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,38 % aa (-0,93%)
DI - Janeiro 23: 7,30 % aa (-1,48%)
DI - Janeiro 25: 7,84 % aa (-1,88%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,37% / 97.380 pontos
Dow Jones: 2,06% / 25.332 pontos
Nasdaq: 2,65% / 7.527 pontos
Nikkei: 1,80% / 20.776 pontos
Hang Seng: 0,50% / 26.895 pontos
ASX 200: 0,41% / 6.359 pontos
ABERTURA
DAX: 0,479% / 12028,51 pontos
CAC 40: 0,608% / 5300,30 pontos
FTSE: 0,601% / 7257,63 pontos
Ibov. Fut.: 0,47% / 97535,00 pontos
S&P Fut.: 0,610% / 2822,00 pontos
Nasdaq Fut.: 0,742% / 7232,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,29% / 77,48 ptos
Petróleo WTI: -0,75% / $53,08
Petróleo Brent:0,00% / $61,97
Ouro: 0,94% / $1.338,01
Minério de Ferro: 2,19% / $98,39
Soja: 0,19% / $15,51
Milho: -1,70% / $418,00
Café: -0,38% / $105,20
Açúcar: 0,08% / $12,43