Às vésperas de várias reuniões de bancos centrais pelo mundo, o mercado resolveu assumir uma postura de maior cautela, com “pitadas de pessimismo”, diante de uma nova variante, que se espalha perigosamente, além do aumento no custo dos insumos e a retomada errática das economias.
Na Europa, um fato a alarmar é o encarecimento do gás industrial, em escalada descontrolada, diante do risco de conflito entre Rússia e Ucrânia. Isso significaria o segundo país bloqueando a passagem do gás pelos dutos russos no seu território. Por isso, o custo de energia estar disparando na Europa. Na Alemanha, grande demandante, chegou a subir 11,3% ontem, a 208.
Sobre os eventos, temos o Fed FOMC nesta quarta, com aceleração do tapering, além de reuniões do BCE, Banco da Inglaterra, e no Brasil, ata do Copom (hoje) e Relatório Trimestral de Inflação (quinta-feira). Diante disso, vários mercados fecharam segunda-feira no “vermelho” e o Ibovespa chegou próximo de 109 mil pela manhã, para fechar no dia a 107.383 pontos, em queda de 0,35%. Já no dólar, o movimento de fortalecimento da divisa foi generalizado e incluiu o real. Isso porque a aceleração do tapering e a elevação do juro devem reduzir a liquidez dos mercados, ajustando para cima o dólar. E isso se acelera diante das remessas de fim de ano no Brasil. O Bacen até tenta mitigar isso com ofertas de swap, mas com pouca alteração. Ontem, o dólar terminou perto das máximas, com valorização de 1,07%, a R$ 5,67741.
No mercado de juros, as taxas recuaram pela manhã, na Focus, com as projeções do IPCA parando de piorar, mas terminaram o dia perto das máximas ao longo de toda a curva a termo.
Sobre a nova variante
Todo o cuidado é necessário sobre o ritmo de propagação da nova variante Ômicron. Esta responde por 40% das infecções em Londres, “dobrando a cada dois ou três dias”. Diante disso, recomenda-se que as pessoas recebam doses de reforço porque as pessoas com duas doses ainda estão fragilizadas. No mundo já são 5,3 milhões de pessoas mortas pela Covid. No Reino Unido, já chegaram a 146 mil, no Brasil, passam de 610 mil. Por aqui, o STF autorizou o passaporte vacinal, embora com reação do governo. Bolsonaro é contra esta medida, por achar que o exame PCR já é suficiente, além da tal quarentena de cinco dias, medidas estas muito criticadas pelas dimensões continentais do País e a dificuldade de controlar quem permanecerá em quarentena.
Pesquisa Focus
Uma boa notícia no Brasil é o IPCA parar de piorar nas projeções da pesquisa Focus. Na mediana, este índice do IBGE passou de 10,18% para 10,05% neste ano e para o ano que vem, mantido em 5,02%. Isso deve dar “munição” à estratégia do Bacen, de mais uma elevação de 1,5 ponto percentual na Selic em fevereiro, podendo até ser menos. Em relação ao PIB, as projeções foram reduzidas, de 4,71% para 4,65% em 2021, e para 2022 de 0,51% para 0,50%. A Selic, a 9,25% neste ano, para o que vem foi ajustada a 10,50%, contra 10,25% na anterior.
Agenda do Congresso
É objetivo do Congresso acelerar toda a agenda do ano por estes dias. Temos o Orçamento de 2022, a conclusão da PEC dos precatórios e a votação de 26 vetos presidenciais. Sobre o Orçamento, deve ser votado no dia 20.
Reunião do FOMC Fed
São três cenários traçados no mercado. Um mais dovish, outra hawkish e mais outro, mais hawkish ainda. No primeiro, não temos aceleração de tapering, mantendo a retirada de estímulos em US$ 15 bilhões. Nos outros dois, temos aceleração, com as retiradas a US$ 30 bilhões mensais. Apenas no último, temos a aceleração da elevação do juro em 2022. Para o Brasil, estes três cenários trazem, respectivamente, impactos positivos, neutros e negativos. A hipótese mais provável nos parece ser a última, com o dólar se fortalecendo, real perdendo valor, ações de techs “apanhando”, commodities pressionadas e volatilidade para os emergentes.
MERCADOS
Na Segunda-FEIRA (dia 13), o Ibovespa CORRIGIU, fechando em queda de 0,35%, a 107.783 pontos, no mercado cambial, dólar em ALTA de 1,07%, a R$ 5,6774.
Em novembro, o mercado de ações operou com um volume diário de R$ 31,9 bilhões, recuando 6,7% contra novembro de 2020. Contra outubro o recuo foi de 11,8%. Os maiores volumes vieram do mercado à vista de ações com R$ 30,7 bilhões na média diária, queda anual de 7% E MENSAL de 12,1%. O número de investidores ativos chegou a 4,1 milhões, 20,7% a mais do que em novembro de 2020. Contra outubro crescimento foi de 1,8%. Investidores pessoa física somaram 3,4 milhões, com alta de 29,3% contra novembro de 2020, e 1,9% contra outubro. Em 12 meses, o número de empresas passou de 407 para 459.
Na madrugada do dia 14/12, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em ALTA: DAX (Alemanha) +0,45%, a 15.691 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,70%, a 7.281 pontos; CAC 40 +0,66%, a 6,988 pontos, e EuroStoxx50 +0,62%, a 4.209 pontos.
Na madrugada do dia 14/12, na Ásia (05h11), os mercados operaram em QUEDA: S&P/ASX (Austrália), -0,01%, a 7.378 pontos; Nikkei (Japão) +0,73%, a 28.432 pontos; KOSPI (Coréia), -0,46%, a 2.987 pontos; Shanghai -0,53%, a 3.661, e Hang Seng, -1,53%, a 23.588 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam em ALTA neste dia 14/12 (05h10): Dow Jones, +0,23%, 35.728 pontos; S&P500 +0,26%, 4.680 pontos, e Nasdaq +0,30%, a 16.131 pontos. No VIX S&P500, 20,12 pontos, -2,25%.
No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 0,26%, a 0,6467, US 10Y +0,60%, a 1,433, e US 30Y, +0,12%, a 1,815. No DXY, o dólar +0,17%, a 96,435, e risco país, CDS 5 ANOS, a 219 pontos. Petróleo WTI, a US$ 71,67 (+0,53%) e Petróleo Brent US$ 74,79 (+0,54%). Gás Natural AVANÇANDO 0,53%, a US$ 3,81 e Minério de Ferro, -0,61%, a US$ 650,50.
Na agenda da TERÇA-FEIRA, no Brasil, ATA do Copom.