No mundo as expectativas se voltam para a decisão do Fed ao fim do dia, com os investidores aguardando o que será dito por Jerome Powell na sua coletiva. O tom do seu discurso é visto como importante por guiar os mercados nestes tempos de Covid e ameaça de guerra no Leste da Europa.
Na semana que vem teremos o Copom se reunindo, em debate mais um ajuste da taxa Selic, hoje em 9,25%. Hoje sai o IPCA-15 e uma sinalização mais clara sobre como evolui a inflação neste momento.
Sobre o discurso de Powell o que vale será seu tom mais “hawkish” no esforço de estabilizar as expectativas de inflação. Importante, porém, será evitar contaminar muito o mercado de ações norte-americano, muito volátil por estes dias. As expectativas indicam o fim do programa de compra de ativos entre fevereiro e março e três ou quatro aumentos do Fed Funds, o que pode levar a uma correção ainda maior do mercado.
Geopolítica no radar
Um conflito entre Rússia e Ucrânia acontecendo, deve ter um impacto forte sobre a inflação global, a se manter em alta por mais tempo. Esta é a previsão do FMI. Os preços de petróleo, gás natural e custo de energia se manteriam mais elevados por um longo tempo. A União Europeia, por exemplo, se divide entre que ações específicas a adotar contra a Rússia. O grande receio aqui é o fornecimento do gás russo para os europeus. Neste contexto, em resposta, os EUA já estão se mobilizando com os fornecedores de gás natural para gerenciar o fluxo para a Europa.
Indicadores do FMI
No seu relatório de inverno, o FMI reduziu suas projeções de crescimento em 2022 para a América Latina, citando “a combinação de inflação, política monetária mais apertada e estimativa de crescimento mais fraco para os EUA”.
Tanto o México como o Brasil tiveram suas projeções “cortadas” em 1,2 ponto percentual, respectivamente, para 2,8% e 0,3%. Já a estimativa da região foi cortada em 0,6 ponto percentual, a 2,4%.
Na estimativa de crescimento global para 2022 ficou em 4,4% em 2022, antes em 4,9%. Para o PIB dos EUA, foi a 4,0%, contra 5,2% na projeção anterior.
Uma boa notícia
Nesta terça-feira o conselho de ministros da OCDE “oficializou” um convite ao Brasil para se tornar membro. Trata-se de um longo processo, a ser concluído num prazo de dois a três anos. Paulo Guedes, no entanto, quer apressar isso, fazer o “fast track” e terminar antes das eleições presidenciais. Outros países do continente também estão nesta fila (Peru e Argentina).
Segundo Paulo Guedes, “eles reconhecem a nossa importância”. Sem dúvida. Estamos entre as maiores economias do mundo, membros do G-20 e dos BRICS, somos um mercado consumidor estratégico para o mundo e grande exportador de commodities, agrícolas e minerais, em especial, para a China. Somos o “celeiro do mundo”. Não dá para desprezar, mesmo com o populismo dos governantes que passam por Brasília.
O Brasil já cumpriu 103 requisitos dos 251 necessários para ingressar na OCDE. Outros 70 estão em avaliação pela organização. Em 2021 dois entraves foram superados: aprovação da lei cambial e redução do IOF em operações de câmbio.
IOF em redução gradual
Uma das condições para ingressar na OCDE será a redução do IOF. Por isso, o presidente devendo assinar um decreto agora em março. Previsão é de redução gradual até 2029. Nos empréstimos com prazo médio de 180 dias, o IOF deve ser zerado em 2022; e para os cartões, esta redução começa em 2023 e acaba em 2027.
PT não vê necessidade
E o PT vai se “revelando”. Não que não o fizesse antes. Só os ingênuos, incautos. ou movidos por outros interesses, ainda acreditam na sua “retórica social democrata”. Depois de “ameaçar” com uma CPI contra Sergio Moro, na sua atuação na consultoria Alvarez & Marsal, seus dirigentes decidiram que “não era necessária”. Com certeza, porque, além de não conseguirem “provar nada” contra o juiz da Lava Jato, estariam dando palanque ao juiz, que iria “esmiuçar”, em detalhes, como foram as movimentações da LAVA JATO. Seria, portanto, um “tiro no pé” do partido dos trabalhadores.
INDICADORES
No Brasil
Arrecadação federal subiu 17,36% em 2021, a R$ 1,878 trilhão, melhor desempenho anual da série desde 1995. Em dezembro, a arrecadação foi a R$ 193,9 bilhões, alta real de 10,76% sobre o mesmo mês do ano anterior, e 22.34% sobre novembro. Foi isso, aliás, a sustentar as contas públicas em 2021, decisivo para seu bom desempenho. Resultado foi possível pela retomada da economia e a lucratividade das empresas. O destaque ficou com o aumento expressivo dos tributos sobre lucros e rendimentos das empresas e também o IRPF. Janeiro deve manter este ritmo de crescimento das receitas federais.
O Índice de Confiança dos Consumidores (ICC) da FGV recuou 1,4 ponto em janeiro, a 74,1 pontos. Em médias móveis trimestrais cedeu 0,7 ponto, para 74,8, após estabilidade no mês anterior.
Nos EUA
O Índice de Confiança Conference Board caiu a 113,8 em janeiro, depois de ir a 115,8 em dezembro. Consenso era de 111,7.
Na Alemanha
Índice de sentimento das empresas avançou em janeiro, depois de seis meses de queda. Foi a 95,7 pontos, contra 94,8 em dezembro.
MERCADOS
No Brasil, o Ibovespa fechou o pregão do dia 25 em FORTE ALTA de 2,10%, a 110.203 pontos, AJUDADO pelas ações das commodities e dos bancos. Já o dólar encerrou o dia desvalorizando 1,29%, a R$ 5,436. No futuro do dia 26, no IBOV, +2,16%, a 108.830 pontos; no mercado de Treasuries, BR 2Y RECUANDO 5,48%, a 10,97; BR 5Y +0,00%, a 11,27; e BR 10Y, -0,43%, a 11,09.
Na madrugada do dia 26/01, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em ALTA: DAX (Alemanha) +1,40%, a 15.335 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +1,24%, a 7.462 pontos; CAC 40 +1,26%, a 6.924 pontos, e EuroStoxx50 +1,31%, a 4.131 pontos.
Na madrugada do dia 26/01, na Ásia (05h11), os mercados operaram em QUEDA: S&P/ASX (Austrália), -2,49%, a 6.961 pontos; Nikkei (Japão) -0,44%, a 27.011 pontos; KOSPI (Coréia), -0,41%, a 2.709 pontos; Shanghai +0,66%, a 3.455, e Hang Seng, -0,13%, a 24.211 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM ALTA neste dia 26/01 (05h10): Dow Jones, +0,11%, 34.223 pontos; S&P500 +0,20%, 4.357 pontos, e Nasdaq +1,00%, a 14.291 pontos. No VIX S&P500, 27,30 pontos, EM RECUO DE 3,07%.
No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 0,81%, a 1,0353, US 10Y -0,50%, a 1,7760, e US 30Y, -0,37%, a 2,1220. No DXY, o dólar +0,10%, a 96,02, e risco país, CDS 5 ANOS, a 222,1 pontos. Petróleo WTI, a US$ 85,84 (+0,28%) e Petróleo Brent US$ 87,53 (+0,40%); Gás Natural +3,61%, a US$ 4,02.
Agenda desta quarta-feira a decisão do Fed e o discurso de Jerome Powell. No Brasil, destaque para o IPCA-15 de janeiro.