Retrocesso Americano Pode Custar Caro Para Emergentes

Numa palestra ontem no BC em São Paulo, Bill Dudley, presidente do Fed de NY discorreu sobre os benefícios da globalização e da liberalização do comércio internacional, endereçando principalmente os efeitos nos empregos e possíveis políticas para mitigar os problemas oriundos deste processo, como robotização da produção, eliminação de postos de trabalho e recolocação de trabalhadores.

Na linha oposta deste discurso liberalizando, moderno em termos econômicos e de qualidade vemos o presidente americano Donald Trump propor a taxação de minério de ferro e alumínio, num movimento protecionista retrogrado, para salvar uma indústria a muito perdida.

A reação global ao primeiro, infelizmente podem ser mais, anúncio de protecionismo não poderia ser pior, principalmente entre os mercados emergentes.

A proposta de Trump, além de retrograda, é fiscalmente irresponsável, pois demandará recursos de grande monta do governo, numa indústria altamente dependente de capital.

O próximo passo de Trump deve ser a taxação de e-mails para salvar os correios; de carros elétricos para salvar os bondes a cavalo; e de companhias de iluminação pública, para salvar os acendedores de lamparina.

CENÁRIO POLÍTICO

Depois de ouvir que o presidente Temer sofreu uma tentativa de golpe, perpetrada pela Globo e por Janot, na tentativa de se manter no poder por mais um mandato, não se pode esperar do ex-presidente lula mais nenhuma novidade.

A tentativa é óbvia de enfraquecer a operação Lava-Jato, porém a mesma não depende exclusivamente da figura da procuradoria e a troca por Raquel Dodge tanto reduz tal sinalização, como reforça a continuidade da operação, apesar das tentativas chapa-branca de eliminá-la.

Com a decisão ontem no plenário do STJ sobre a ficha-limpa, o contexto do ex-presidente candidato se torna cada vez mais turvo.

CENÁRIO DE MERCADO

A abertura na Europa é de perdas, com os futuros NY abrem em queda, após a proposta de taxação de minério de ferro e alumínio por Trump.

Na Ásia, o fechamento foi com perdas, seguindo o fechamento das bolsas americanas e europeias.

O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam em queda em todos os vencimentos observados.

Entre as commodities metálicas, a queda é generalizada, não seguidas pelos defensivos ouro e prata.

O petróleo abre em queda em todas as praças, com o forte aumento dos estoques internacionais e o dólar em alta.

O índice VIX de volatilidade abre em alta acima de 5,8%.

CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,2515 / 0,12 %
Euro / Dólar : US$ 1,23 / 0,139%
Dólar / Yen : ¥ 105,63 / -0,574%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / 0,029%
Dólar Fut. (1 m) : 3274,41 / 0,72 %

JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 19: 6,57 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 7,55 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 22: 8,97 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 25: 9,65 % aa (0,10%)

BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,03% / 85.378 pontos
Dow Jones: -1,68% / 24.609 pontos
Nasdaq: -1,27% / 7.181 pontos

Nikkei: -2,50% / 21.182 pontos
Hang Seng: -1,48% / 30.583 pontos
ASX 200: -0,74% / 5.929 pontos

ABERTURA
DAX: -2,036% / 11942,78 pontos
CAC 40: -1,734% / 5171,30 pontos
FTSE: -0,739% / 7122,61 pontos

Ibov. Fut.: -0,19% / 86171,00 pontos
S&P Fut.: -0,414% / 2667,10 pontos
Nasdaq Fut.: -0,492% / 6727,50 pontos

COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,11% / 88,31 ptos

Petróleo WTI: -0,34% / $60,78
Petróleo Brent:-0,31% / $63,63

Ouro: 0,06% / $1.317,86
Minério de Ferro: -2,42% / $76,52

Soja: 0,99% / $19,31
Milho: 0,26% / $379,75
Café: -0,73% / $121,55
Açúcar: 0,00% / $13,71