Como citamos constantemente, o presidente americano Donald Trump tem sido, desde sua posse, uma das maiores fontes globais de volatilidade nos ativos e a situação usualmente parece terminar em impasse, ou seja, sem claras resoluções no curto prazo.
Alternando alvos, passando desde a União Europeia, Nafta e países asiáticos, em especial a China, Trump só não voltou sua artilharia ainda para a América do Sul e leste europeu, talvez por falta de expressividade em termos comerciais destes parceiros (Chile que se cuide).
Ao imputar o fim das tarifações ao fim da imigração ilegal, Trump parece saber do nível absurdo de suas demandas e se converte a cada semana em um ‘cisne negro’, tão preconizado pelo mercado financeiro.
Une-se a tal contexto de incertezas a guerra tecnológica com a China, disfarçada de comercial e o cenário para volatilidade está completo.
A China já sente os impactos dos eventos mais recentes, como observado ontem no PMI industrial, rompendo para baixa a linha de estabilidade, demonstrando agora uma contração no setor, após uma pretensa recuperação em março.
O que se poderia comemorar em relação ao PIB americano, com uma revisão menos intensa do que se projetava, com melhora do consumo e redução das pressões de preços, a serem confirmadas hoje pelos dados desagregados se convertem hoje na possível confirmação do provérbio ‘venda em maio e se mande’.
Localmente, o calendário reserva dados relevantes, como o desemprego, com possibilidade de melhora do indicador, dada a criação expressiva de vagas em abril e os dados do setor público consolidado, após um superávit do governo central abaixo das expectativas médias dos analistas (Real: R$ 6,5 bi; Infinity: R$ 6,8 bi).
Pouco deve ser o efeito dos indicadores econômicos, dada a perspectiva bastante negativa da abertura dos negócios nos mercados futuros.
Ao Brasil, resta torcer para o Ibov se manter ao menos positivo no mês e maio e ‘quebrar a maldição’.
CENÁRIO POLÍTICO
As manifestações de ontem levaram mais a declarações, muitas vezes de forma constrangedora, do ministro da Educação, do que a magnitudes próximas às vistas anteriormente.
A origem dos protestos, o contingenciamento de verbas da educação, parece não fazer muito mais parte das demandas, dada a presença maciça de opositores do governo, mais preocupados no ‘contra’, do que com os problemas originais.
Com isso, o esvaziamento foi certo e a repercussão reduzida, dada a 'invasão' de pautas da oposição, afastando bastante os estudantes.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, em mais um capítulo da guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi misto, com a contração da atividade industrial chinesa.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção à prata e ao ouro.
O petróleo abre em queda, com a guerra comercial.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 12%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,982 / 0,19 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / 0,162%
Dólar / Yen : ¥ 108,84 / -0,712%
Libra / Dólar : US$ 1,26 / -0,270%
Dólar Fut. (1 m) : 3967,43 / -0,40 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,34 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,56 % aa (-0,61%)
DI - Janeiro 23: 7,62 % aa (-0,52%)
DI - Janeiro 25: 8,19 % aa (-0,36%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,92% / 97.457 pontos
Dow Jones: 0,17% / 25.170 pontos
Nasdaq: 0,27% / 7.568 pontos
Nikkei: -1,63% / 20.601 pontos
Hang Seng: -0,79% / 26.901 pontos
ASX 200: 0,07% / 6.397 pontos
ABERTURA
DAX: -1,788% / 11689,29 pontos
CAC 40: -1,473% / 5171,57 pontos
FTSE: -1,027% / 7144,04 pontos
Ibov. Fut.: 0,98% / 97664,00 pontos
S&P Fut.: -1,111% / 2759,40 pontos
Nasdaq Fut.: -1,409% / 7153,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,75% / 78,51 ptos
Petróleo WTI: -1,96% / $55,48
Petróleo Brent:-2,93% / $64,91
Ouro: 0,63% / $1.296,81
Minério de Ferro: 0,13% / $98,72
Soja: 1,56% / $15,63
Milho: -1,20% / $431,00
Café: -1,12% / $101,25
Açúcar: -0,68% / $11,69