A volatilidade observada na última semana do ano no mercado financeiro global tem um tema monótono: Trump.
Como citamos ontem e anteontem, o discurso irresponsável do presidente americano tem alimentado em muito a forte oscilação dos ativos, com efeitos globais.
O alvo renovado são as chinesas Hwawei e ZTE, fabricantes de celulares e componentes, que fornecem partes para Apple (NASDAQ:AAPL) e Samsung, onde Trump quer proibir relações comerciais com empresas americanas.
Resultados, obviamente, desastrosos.
A incerteza continuará a pesar no mercado e isso vai ajudar a impulsionar a volatilidade à medida que avançam as tratativas comerciais, pois não será um caminho fácil para um acordo ou alguma solução.
Une-se este evento a todos os outros notórios em aberto, juntamente à possibilidade de algum pedido crível de impeachment do presidente ainda no primeiro trimestre do próximo ano.
Localmente, as atenções se voltam às constantes deflações, como a demonstrada no IGP-M de hoje, com deflação de -1,08% em dezembro, com 7,54% em 12 meses (Infinity: -1,19% mm; 7,49% aa) e à curva de juros que tem dificuldade em mostrar um fechamento mais expressivo nos vértices mais curtos, dadas as declarações do BC.
Não existem elementos nos curto e médio prazos que justifiquem qualquer sinal de aperto monetário, dando um peso expressivo à manutenção nos níveis atuais de 6,5% aa.
Na atuação cambial, em um misto de dólar internacional em queda e um leilão de linha de US$ 1 bi, o BC teve um bom timing para evitar uma desvalorização acentuada do Real, aproveitando o exterior favorável. Menos um elemento para inflação brasileira.
CENÁRIO POLÍTICO
Temer continua a editar ações positivas e outras discutíveis em seu final de mandato.
O mais discutível talvez seja deixar para Bolsonaro e decisão de cortar os incentivos fiscais da Sudam e Sudene, deixando o ônus para quem certamente não vai renovar este custo fiscal.
Por outro lado, revogou decretos notadamente antigos, com de Deodoro da Fonseca de 1890, que tratava de registro de firmas ou razões comerciais.
No fim, o saldo de Temer pode ser positivo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na sequência dos recordes recentes.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, seguindo o fechamento em queda nas bolsas americanas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, a alta é generalizada, com exceção do ouro.
O petróleo abre em alta, mesmo com grandes elevações de estoque.
O índice VIX de volatilidade abre em queda de -2%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8745 / -1,36 %
Euro / Dólar : US$ 1,15 / 0,289%
Dólar / Yen : ¥ 110,33 / -0,613%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,206%
Dólar Fut. (1 m) : 3889,73 / -0,74 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 19: 6,46 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 20: 6,57 % aa (-0,45%)
DI - Janeiro 21: 7,39 % aa (-0,40%)
DI - Janeiro 25: 9,13 % aa (-0,87%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,38% / 85.460 pontos
Dow Jones: 1,14% / 23.139 pontos
Nasdaq: 0,38% / 6.579 pontos
Nikkei: -0,31% / 20.015 pontos
Hang Seng: 0,10% / 25.504 pontos
ASX 200: 1,02% / 5.654 pontos
ABERTURA
DAX: 1,769% / 10565,17 pontos
CAC 40: 1,748% / 4678,99 pontos
FTSE: 1,663% / 6694,17 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 85877,00 pontos
S&P Fut.: 0,601% / 2509,90 pontos
Nasdaq Fut.: 0,486% / 6354,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,19% / 77,96 ptos
Petróleo WTI: 2,06% / $45,53
Petróleo Brent:2,24% / $53,33
Ouro: 0,20% / $1.278,31
Minério de Ferro: 0,25% / $69,00
Soja: 0,46% / $16,02
Milho: 0,47% / $376,25
Café: 0,49% / $102,25
Açúcar: 0,16% / $12,27