Por Scott Kanowsky e Jessica Bahia Melo
Investing.com – Os principais índices futuros das ações dos EUA operavam majoritariamente em baixa antes da abertura das bolsas em Nova York nesta terça-feira, 30, com os investidores se preparando para uma série de balanços, dados e decisões importantes de bancos centrais nesta semana. A inteligência artificial deverá ser um dos principais focos dos últimos relatórios financeiros da Microsoft e da Alphabet hoje. A Boeing descarta um pedido de aceleração da certificação oficial de seu próximo jato 737 Max 7, após forte escrutínio dos legisladores dos EUA. No Brasil, contas públicas fecham ano passado com segundo maior rombo da história.
1. Microsoft e Alphabet divulgam balanços
Os contratos futuros de ações dos EUA operavam em baixa nesta terça-feira, à espera dos balanços de grandes empresas, de indicadores econômicos relevantes e da decisão de política monetária do Federal Reserve.
Às 7h55 (horário de Brasília), o futuro do índice Dow Jones recuava 0,13%, o do S&P 500 cedia 0,08% e o do Nasdaq 100 perdia 0,06%.
Na sessão anterior, os principais índices de Wall Street avançaram, com destaque para o S&P 500, que subiu 0,8% e renovou sua máxima histórica de fechamento. O Nasdaq Composto, de forte peso tecnológico, ganhou 1,12% e o Dow Jones Industrial Average, que reúne 30 ações, valorizou-se 0,6%.
No noticiário corporativo, as ações da iRobot (NASDAQ:IRBT) despencavam 8,8% após a fabricante de robôs domésticos e a Amazon (NASDAQ:AMZN) anunciarem o cancelamento de uma fusão planejada em razão da resistência das autoridades antitruste da União Europeia. Já a SoFi Technologies (NASDAQ:SOFI) disparava 20,2% após a empresa de serviços financeiros online reportar um lucro trimestral acima do esperado.
As gigantes de tecnologia Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Alphabet (NASDAQ:GOOGL), controladora do Google, devem apresentar seus resultados trimestrais após o encerramento do mercado em Nova York nesta terça-feira, na primeira leva de balanços que podem agitar o mercado nesta semana.
Para a Microsoft, os números vêm após a empresa com sede em Redmond, Washington, atingir pela primeira vez na semana passada um valor de mercado de US$ 3 trilhões.
A base dessa valorização expressiva é o investimento da Microsoft na OpenAI, cujo chatbot ChatGPT se tornou um dos focos do recente e crescente interesse pela inteligência artificial gerativa. Os analistas devem acompanhar de perto os comentários dos executivos da empresa sobre como pretendem aplicar essa tecnologia emergente, especialmente em sua divisão estratégica de computação em nuvem Azure.
A Alphabet, por sua vez, lançou recentemente seu próprio projeto de IA avançada, chamado de Gemini. A dona do YouTube elogiou esse modelo como uma ferramenta sofisticada para processar informações heterogêneas, como vídeo, texto e áudio, e o CEO Sundar Pichai o classificou como "um dos maiores esforços de ciência e engenharia que já fizemos".
A IA também estará no centro das atenções da Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) quando a fabricante de chips divulgar os números após o pregão de hoje. Os analistas já aumentaram seu preço-alvo para a empresa de semicondutores no início deste mês, citando os benefícios da alta demanda por chips impulsionados por IA.
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2. Boeing desiste de isenção de segurança para 737 Max 7
A Boeing (NYSE:BA) anunciou que está abandonando seu pedido de isenção de segurança para uma nova versão de seus aviões 737 Max, diante das consequências de uma grave falha na porta durante um voo no início deste mês.
A isenção facilitaria a aprovação dos reguladores dos EUA para o novo 737 Max 7 da Boeing. Os investidores esperavam que ele fosse autorizado no primeiro semestre deste ano.
Agora, há mais incertezas sobre o prazo para a certificação do Max 7 e do Max 10, o maior avião da Boeing. Segundo a Reuters, a empresa pode ter que fazer alterações no design mais cedo do que o planejado.
A decisão da Boeing também vem após pressão dos parlamentares dos EUA na semana passada para que ela retirasse seu pedido de isenção. A senadora e presidente do subcomitê de aviação Tammy Duckworth foi especialmente crítica ao pedido, alegando que ele poderia ter "consequências catastróficas para a segurança dos passageiros".
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3. BYD tem queda nas ações após lucro abaixo do esperado
A BYD (SZ:002594), a empresa apoiada por Warren Buffett que recentemente superou a Tesla (NASDAQ:TSLA) como a maior fabricante de veículos elétricos (VE) do mundo em vendas, projetou um lucro anual que ficou aquém das estimativas dos analistas, levando as ações a caírem na terça-feira.
A montadora chinesa de VE disse que espera um lucro anual entre 29 bilhões e 31 bilhões de yuans, o que representa um aumento de até 86,49% em relação ao ano anterior. Porém, o ritmo seria bem menor do que o crescimento de 446% do lucro líquido em 2022.
Os analistas da Nomura notaram que a projeção estava 4% a 10% abaixo de suas previsões, segundo o Wall Street Journal, que citou um relatório.
A BYD ressaltou que enfrenta uma "concorrência acirrada" no mercado de VE da China, o que levou a uma guerra de preços entre as fabricantes locais, que buscam atrair consumidores sensíveis aos custos. Ainda assim, a empresa com sede em Shenzhen disse que mostrou "forte resiliência" a essas pressões, destacando que foi impulsionada pela "rápida" expansão das vendas internacionais e pela redução de custos em sua cadeia de fornecimento.
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4. Petróleo avança com tensões no Oriente Médio
Os preços do petróleo tinham leve alta na terça-feira, após as quedas da sessão anterior, diante do aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, que geraram temores sobre a oferta.
Às 7h55, o futuro do petróleo dos EUA era negociado com alta de 0,22%, a US$ 76,95 por barril, enquanto o do Brent avançava 0,13%, para US$ 81,94 por barril.
Os mercados de petróleo estão em alerta depois que os EUA prometeram tomar "todas as medidas necessárias" para proteger suas tropas após um ataque fatal de drones na Jordânia por militantes apoiados pelo Irã, que pode causar interrupções no fornecimento de energia na região do Oriente Médio, rica em petróleo.
Os futuros do petróleo bruto recuaram mais de US$ 1 na segunda-feira, em meio às preocupações com a demanda da China, o maior consumidor de petróleo bruto do mundo, devido à crise imobiliária.
5. Contas públicas brasileiras têm segundo pior rombo da história
O governo federal registrou um déficit primário de R$ 230,5 bilhões no ano passado, o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Tesouro Nacional. Esse foi o segundo pior resultado da série histórica, que começou em 1997, atrás apenas de 2020, em plena pandemia de covid-19.
“Caso descontado o gasto extraordinário com precatórios, o déficit primário em dezembro teria sido de R$ 23,8 bilhões e o resultado para o ano de 2023 teria sido negativo em R$ 138,1 bilhões, equivalentes a 1,3% do PIB”, aponta Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter Research, afirma que 2024 pode ser melhor, mas o governo precisaria começar a mostrar essa reversão de tendência nos próximos resultados. “Não é o que tantos anúncios de políticas de mais subsídios e aumento real do salário mínimo indicam, por enquanto”, avalia.
A situação das contas públicas vem sendo observada não somente para o equilíbrio dos gastos, mas também com o receio de que o impulso fiscal possa atrapalhar o processo de desinflação. Nesta terça, inicia reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) que vai definir a taxa de juros brasileira, a Selic, com expectativa de corte de meio ponto percentual.
Às 07h55 (de Brasília), o ETF EWZ (NYSE:EWZ) recuava 0,54% no pré-mercado.
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