Investing.com - O Ibovespa Futuro abriu em queda nesta quarta-feira com os investidores com um olho no desenrolar da política interna com o teste da capacidade do governo em organizar a base aliada para aprovar reformas e outro nos EUA. A expectativa é que o governo Trump anuncie hoje o ‘maciço’ corte de impostos para pessoas físicas e jurídicas.
O índice opera com perdas de 0,5% aos 65.570 pontos, sinalizando uma correção do salto de ontem, quando o Ibovespa avançou 1,18%, retornando aos 65.000 pontos.
Os futuros dos EUA operam mistos em meio a uma bateria de resultados trimestrais que aumentam a volatilidade dos papéis envolvidos. Futuros do Dow 30 e do Nasdaq ganham 0,02%, enquanto o S&P 500 recua 0,05%. A Europa opera majoritariamente no negativo com perdas de 0,15% no DAX, 0,1% no CAC 40 e 0,05% no FTSE 100. A Ásia fechou com ganhos de 1% no Nikkei, 0,7% no S&P/ASX 200 australiano e de 0,1% em Xangai.
Em Brasília
O governo conseguiu avançar no apoio da base aliada ao aparentar ter conseguido rachar o PSB, que decidiu na segunda-feira fechar questão contra a Previdência e estancar movimento semelhante que poderia abranger outros partidos de sustentação. O PMDB deverá fechar questão para aprovar a reforma.
Ontem à noite, Temer teve um resultado misto na Câmara dos Deputados ao aprovar a reforma trabalhista em comissão especial por 27 votos a 10, o movimento que pode ser ofuscado pela derrota na votação da renegociação da dívida dos estados. O governo perdeu em decisão sobre a obrigatoriedade de elevar a contribuição da Previdência estadual aos servidores como contrapartida para o resgate. Após o revés, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encerrou a sessão sem apreciar os demais destaques.
Durante o dia, os investidores deverão permanecer conectados às principais fontes de notícias em busca de indicações, entrevistas e rumores sobre os avanços e reveses nas negociações entre o governo e a base aliada.
Em Washington
Sem grandes dados econômicos no dia de hoje, os mercados ficam aguardando o anúncio da reforma tributária da administração de Donald Trump. A expectativa é que a proposta inclua a redução da alíquota de imposto de renda de empresas de capital aberto de 35% para 15% e da alíquota de repatriação de lucros de multinacionais de 35% para 10%. O secretário do Tesouro Steve Mnuchin e o diretor do Conselho Econômico Gary Cohn devem participar juntos de uma entrevista coletiva por volta das 14h30 para anunciar o plano para os impostos.
Investidores também vão acompanhar os movimentos de guerra de Trump na Coreia do Norte. O governo norte-americano instalou na aliada do sul baterias antimísseis, logo após a chegada de um submarino nuclear na região.
Nas commodities
O petróleo opera com perdas de quase 1% após a API divulgar ontem que os estoques norte-americanos aumentaram 897 mil barris na semana passada, contrariando expectativas de redução de 1,3 milhão de barris. Os dados oficiais dos estoques sairão às 11h30, com previsão de queda de 1,6 milhão de barris.
O minério de ferro avançou 0,8% para a entrega imediata no porto de Qingdao, a US$ 66,62/tonelada. Já na bolsa de futuros de Dalian, o contrato para entrega em setembro subiu 0,2% para 496,5 iuanes por tonelada.
Mundo corporativo
O Santander (SA:SANB11) registrou lucro líquido de R$ 1,87 bilhão, no Brasil, e lucro gerencial de R$ 2,28 bilhões, altas de 50% e 37,3% na comparação anual, resultado acima do esperado pelo mercado.
A Klabin (SA:KLBN4) deverá decidir hoje se confirma o nome de Cristiano Teixeira para comandar a empresa, após Fabio Schvartsman deixar o cargo para assumir a Vale.
A Vale (SA:VALE5) divulgará amanhã, antes da abertura do mercado, seu balanço do primeiro trimestre e a expectativa é de bons números com a recuperação da cotação do minério de ferro. Segundo levantamento do Valor, a média de sete instituições pesquisadas aponta para alta de 52% na receita e 46% no lucro.
A WEG (SA:WEGE3) apresentou lucro de R$ 257 milhões, queda de 8,7%, e Ebitda de R$ 331 milhões, abaixo da expectativa do mercado.
A Fibria (SA:FIBR3) informou lucro líquido de R$ 329 milhões no primeiro trimestre, queda de 66% ante lucro de R$ 978 milhões em igual etapa de 2016, com forte impacto do câmbio.
A JBS (SA:JBSS3) poderá ser penalizada pelo mercado nesta quarta-feira após o TCU indicar que houve favorecimento do BNDES à empresa na compra da Swift. A operação ocorreu em 2007 e movimentou US$ 1,4 bilhão.
O Bradesco BBI acredita que a venda da AdvancePierre Foods à Tyson Foods é positiva para a estratégia da Marfrig (SA:MRFG3) fazer um IPO da subsidiária Keystone nos EUA. Segundo o banco, a operação de US$ 4,2 bilhões, número 15 vezes maior que o Ebitda, o que mostra um mercado aquecido do setor.
As Lojas Renner (SA:LREN3) mostraram mostrou um bom resultado com aumento de 9,1% nas vendas nas mesmas lojas e alta de 14,7% na receita.
A Engie Brasil Energia (SA:EGIE3) fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 450,7 milhões, alta de 29,8%ante mesmo período do ano passado.
A B3 voltou a ser avaliada pelo Itaú BBA, que atribuiu recomendação de ‘outperform’ para o papel.
A Cemig (SA:CMIG4) foi rebaixada de ‘overweight’ para ‘neutra’ pelo JPMorgan.