A realidade que a política impõe ao mercado financeiro brasileiro leva a distorções como observamos ontem, onde os ativos todos registraram números “positivos”: dólar para cima, juros para cima, bolsa para cima.
A “troca das cadeiras” no governo tem medição difícil até entre os analistas políticos, dada a velocidade com que aconteceu e a disparidade entre os membros do governo que foram exonerados no mesmo dia.
Ainda assim, o consenso é que parte das mudanças vem das demandas do Centrão e da cobrança ao apoio que pode ser dado em ambas as casas, após a troca dos comandos legislativos no mês passado.
Ernesto Araújo, substituído por Carlos Alberto França, era a insatisfação mais clara, com demanda por sua saída de diversos setores, dentre eles do produtivo aos legisladores, entre outros pontos, o qual não colecionou grandes vitórias em seu mandato, inclusive a falta de melhores acordos com os EUA durante a gestão Trump.
Flávia Arruda, ligada a Arthur Lira vai para a Secretaria de Governo, no lugar do Luiz Eduardo Ramos, que será deslocado para a Casa Civil e o atual ministro, Walter Braga Netto, irá para Defesa no lugar de Fernando Azevedo e Silva, exonerado por Bolsonaro.
O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, volta para a AGU no lugar de José Levi, também exonerado e para a Justiça, Anderson Torres, delegado da Polícia Federal.
Como se vê, são mais trocas do que exonerações e as análises se dividem entre os que acreditam ser um sinal de fraqueza de Bolsonaro, devendo ceder ao Centrão para se auto preservar, como análises de que assim, o presidente garante a tão disputada governabilidade, que trava o governo desde seu início.
A realidade é que em meio a tal turbulência, continuamos com uma forte volatilidade cambial, a qual continua a afetar a inflação, sem dar alívio às pressões de preços, crescem as incertezas quanto as reformas, tudo isso num cenário sanitário desafiador em diversos aspectos, onde o número diário de mortos, compete com a aceleração recente das vacinações e com uma peça de orçamento bizarra, que pode levar o governo à responsabilidade criminal.
Daí a atenção hoje ao IGP-M de março, o qual deve mais uma vez superar os 30% na medição em 12 meses, aos dados do governo central retornando ao déficit e à criação de postos de trabalho em fevereiro, possivelmente positiva.
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ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, com indicadores de confiança mais fortes na Zona do Euro.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, mesmo após as perdas da Nomura.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção à platina.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com a liberação do Canal de Suez e foco agora na política da OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,87%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,7829 / 0,46 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,153%
Dólar / Iene : ¥ 110,27 / 0,401%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / 0,109%
Dólar Fut. (1 m) : 5783,25 / 0,55 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,83 % aa (2,55%)
DI - Janeiro 23: 6,65 % aa (1,76%)
DI - Janeiro 25: 8,26 % aa (1,85%)
DI - Janeiro 27: 8,83 % aa (1,61%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5559% / 115.419 pontos
Dow Jones: 0,2978% / 33.171 pontos
Nasdaq: -0,6019% / 13.060 pontos
Nikkei: 0,16% / 29.433 pontos
Hang Seng: 0,84% / 28.578 pontos
ASX 200: -0,90% / 6.738 pontos
ABERTURA
DAX: 0,616% / 14908,98 pontos
CAC 40: 0,592% / 6051,11 pontos
FTSE: 0,349% / 6759,66 pontos
Ibovespa Futuros: 0,46% / 115351,00 pontos
S&P 500 Futuros: -0,149% / 3958,90 pontos
Nasdaq Futuros: -0,458% / 12895,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,31% / 83,67 ptos
Petróleo WTI: -0,62% / $61,11
Petróleo Brent: -0,58% / $64,63
Ouro: -0,70% / $1.696,29
Minério de Ferro: -1,17% / ¥ $166,97
Soja: -0,27% / $1.390,25
Milho: 0,00% / $546,50
Café: -0,24% / $126,60
Açúcar: 0,40% / $14,99