Um dos maiores desafios da política monetária americana é a dosagem dos juros, vis-à-vis o cenário de atividade econômica e inflação, com os desafios impostos pelos eventos caudais e o excesso de liquidez.
Quando observamos uma série de dados, o sinal emitido pela economia americana é de pico, ou seja, a maior parte dos dados de atividade deixou para trás seus indicadores mais fortes e começam a sinalizar menor ímpeto ou contração.
Somente ontem observou-se um aumento nos pedidos semanais de auxílio desemprego, piora nos indicadores antecedentes, piora nas perspectivas econômicas da Philadelphia e nas últimas nos dados em geral do mercado imobiliário e produção industrial.
Neste sentido, o Fed fica mais sensibilizado quanto a força do ciclo de aperto monetário e já começa a tentar frear o processo, ao menos tenta evitar sua aceleração, como foi observado nas curvas de juros na semana passada, demandando elevações de 100 bp.
Tentar traduzir o que o Fed quer neste momento não está muito difícil, com diversos membros vindo a público, defendendo uma elevação de 75 bp, o problema é a dosimetria dos juros daqui em diante, pois ao mesmo tempo em que uma serie de dados ajuda o trabalho do Fed, alguns fazem o oposto.
Há uma resiliência por parte dos consumidores ao atual contexto, apesar das agruras da inflação e isso pode ser observado em dados como o Payroll acima das expectativas, mantendo os EUA na zona de pleno emprego e em dados ligados ao consumo.
Para piorar, o Fed deveria acelerar o processo de Quatitative Tightening e na verdade, somente parou de aumentar o balance sheet há 45 dias e desde então, o balanço entrou em um platô, ou seja, não reduziu ainda, como prometido.
No fim, tudo se resume na torcida de que os problemas globais se resolvam, porém, preços de energia e alimentos já estão em níveis pré-invasão da Ucrânia e a China retomou uma enorme parte dos embarques, ou seja, parte dos problemas está se resolvendo, mas a inflação nas economias centrais, não.
Ou seja, a briga por juros maior nem deveria estar sendo travada agora pelas economias centrais e sim, a retirada de liquidez com maior celeridade.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelos resultados da Verizon (NYSE:VZ) e BofA (NYSE:BAC), antes da abertura e PMIs mais fracos na Europa.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com inflação estável no Japão e redução de uma série de PMIs, ainda que na zona expansionista.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto a prata.
O petróleo abre em queda em Londres e alta em Nova York, com temores de demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,82%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4988 / 0,52 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / -0,743%
Dólar / Yen : ¥ 137,37 / 0,022%
Libra / Dólar : US$ 1,19 / -0,534%
Dólar Fut. (1 m) : 5510,00 / 0,75 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,11 % aa (-0,32%)
DI - Janeiro 24: 14,00 % aa (0,79%)
DI - Janeiro 26: 13,40 % aa (0,98%)
DI - Janeiro 27: 13,41 % aa (0,86%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,7593% / 99.033 pontos
Dow Jones: 0,5084% / 32.037 pontos
Nasdaq: 1,3613% / 12.060 pontos
Nikkei: 0,40% / 27.915 pontos
Hang Seng: 0,17% / 20.609 pontos
ASX 200: -0,04% / 6.792 pontos
ABERTURA
DAX: 0,206% / 13273,87 pontos
CAC 40: 0,174% / 6211,89 pontos
FTSE: 0,284% / 7291,15 pontos
Ibov. Fut.: 0,60% / 99718,00 pontos
S&P Fut.: -0,31% / 3988,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,576% / 12564,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,49% / 115,29 ptos
Petróleo WTI: -0,97% / $95,42
Petróleo Brent: -0,85% / $102,98
Ouro: 0,23% / $1.722,70
Minério de Ferro: 5,67% / $103,50
Soja: -0,21% / $1.414,50
Milho: -1,13% / $568,75
Café: -1,81% / $211,75
Açúcar: -1,09% / $18,13