Terceira queda seguida da nossa Bolsa de Valores, com perspectivas negativas – em muitos casos exagerada – do crescimento econômico para o próximo ano, em que o ministério da economia revisou de 2,5% para 2,1% o PIB de 2022, e os temores dos efeitos de uma política fiscal desastrosa.
O catalisador da piora foi o vencimento de opções do Ibov e o cenário internacional, continuamente preocupado com as consequências de uma inflação que dá poucos sinais de alívio e que pode levar à reversão das políticas monetárias frouxas mundo afora.
Ainda que se precifique um ‘flight to quality’, ou seja, um fluxo de capitais intenso para os EUA ao iniciarem a normalização de juros, muitos acreditam que a maneira como os investimentos se voltaram ao risco na última década traz dúvidas se isso ocorrerá com a mesma intensidade do passado.
Os investidores foram compelidos ao risco e ao retorno dele por um período muito longo, em vista às políticas de elevada liquidez e, ainda que os bancos centrais enxuguem parte do dinheiro em circulação no globo, os ainda baixo retornos dos juros de economias centrais não são necessariamente atraentes como no passado.
Portanto, é difícil precificarmos um movimento como era visto no passado, quando em momentos de elevado risco os investidores se jogavam pesadamente em títulos japoneses, gerando forte valorização do yen frente ao dólar, sendo problemático à economia e às relações comerciais de um país exportador.
Esta busca por ‘Safe Havens’ provavelmente mudou, assim como mudaram muitos dos investidores que buscavam a segurança destes portos, com troca por juros excessivamente baixos.
O ritmo com que os mercados continuam positivos no exterior, apesar de reiterados sinais de retirada dos estímulos, tende a ser evento mais positivo do que se está precificando em média, pois pode significar que os mercados, antes estímulo-dependentes, estão iniciando um gradual ‘rehab’ do dinheiro dos BCs.
Obviamente, isso ainda depende, por exemplo, de uma postura menos dovish na Europa, o que não deve mudar no curto prazo. Ainda assim, a tendência pode ser mais positiva do que se imagina para a renda variável.
Isso tudo não necessariamente ocorrerá aqui.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com os investidores ainda reagindo às inflações e balanços corporativos.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, puxados ações de empresas de tecnologia em Hong Kong e empresas de energia, com petróleo em queda.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com exceção à platina
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, com EUA coordenando com grandes consumidores de petróleo, como China e Japão, uma liberação coordenada de reservas estratégicas para forçar preços mais baixos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,75%.
CÂMBIO
Dólar à vista: R$ 5,5241 / 0,48 %
Euro / Dólar: US$ 1,13 / 0,097%
Dólar / Yen: ¥ 114,18 / 0,079%
Libra / Dólar: US$ 1,35 / 0,148%
Dólar Fut. (1 m): 5542,66 / 0,56 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 11,20 % aa (0,72%)
DI - Janeiro 23: 12,02 % aa (0,25%)
DI - Janeiro 25: 11,99 % aa (1,35%)
DI - Janeiro 27: 11,90 % aa (1,19%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,3939% / 102.949 pontos
Dow Jones: -0,5843% / 35.931 pontos
Nasdaq: -0,3273% / 15.922 pontos
Nikkei: -0,30% / 29.599 pontos
Hang Seng: -1,29% / 25.320 pontos
ASX 200: 0,13% / 7.379 pontos
ABERTURA
DAX: -0,059% / 16241,51 pontos
CAC 40: 0,139% / 7166,76 pontos
FTSE: -0,137% / 7281,23 pontos
Ibov. Fut.: -1,34% / 103522,00 pontos
S&P Fut.: 0,27% / 4698,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,536% / 16388,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,26% / 102,68 ptos
Petróleo WTI: -0,61% / $77,99
Petróleo Brent: -0,14% / $79,93
Ouro: -0,17% / $1.863,79
Minério de Ferro: -1,12% / $92,76
Soja: 0,70% / $1.285,25
Milho: 0,00% / $577,00
Café: 0,75% / $233,60
Açúcar: 0,24% / $20,52