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PIB e Política: Dia Para "Lamentar" no Brasil

Publicado 02.09.2021, 08:46
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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Não tem sido fácil para o Brasil trilhar a boa rota da retomada da economia, tentando superar uma pandemia global devastadora, ainda mais com um presidente a estressar as instituições, “esticar a corda”, bater boca diariamente. Presidente da República não pode se valer disso.

Seu papel é ser o “farol da nação”, para frente, para o futuro. Quanto mais ele confronta, mais perde apoio, mais gera reações, mais se isola.

É só observarmos as pesquisas.

Pela da XP/IPESPE de agosto, vemos que as avaliações negativas ao presidente estão numa crescente. Por esta, na avaliação do governo, 54% o acham ruim ou péssimo, contra 52% no mês anterior, com apenas 23% o achando bom ou ótimo (25% na anterior). Cerca de 64% o enxergam no caminho errado da economia, e 63% desaprovam o seu governo, contra 29% que o aprovam. Sobre as eleições de 2022, Lula não se move, fica quieto, faz uma intervenção ou outra. Mesmo assim, só cresce nas pesquisas. Nesta, aparece com 40%, enquanto Bolsonaro estaciona nos 24%. Num segundo turno, Lula teria 51% contra 32% do presidente atual.

Isso bem retrata a estratégia errada do presidente (se é que existe), de gerar polêmicas desnecessárias. Desde sempre, é “hercúleo” o esforço de alguns ministros em manter a governabilidade, assim como é lamentável este presidente, só tumultuar, bater boca, confrontar. Este não é o papel de um chefe de uma nação como o Brasil. E isso tudo só tende a “desacreditar” o presidente junto aos mercados, “de lado”, sem rumo definido. Como dizem, Bolsonaro consegue perder o apoio da Faria Lima.

Segundo a pesquisa Genial/Qaest, mesmo com a redução de temores com a pandemia, a popularidade do presidente só cai, na “bacia das almas”, cada vez mais influenciada pela deterioração da economia.

Nesta quarta-feira (dia 01), o PIB do segundo trimestre veio em recuo de 0,1% contra o anterior, a inflação ameaça passar de 8% ao fim deste ano, dado mais um “tarifaço”, e no Senado, as notícias não foram menos alvissareiras, com a rejeição da MP trabalhista e a mudança nas regras dos planos de saúde, o que deve dificultar na privatização dos Correios. Na Câmara, aprovaram a reforma do IR (398 a 77), mas parece que o setor empresarial não gostou.

Neste novo parecer, Celso Sabino, relator, fez mudanças na redução da alíquota de IRPJ. Queda agora deve ser de 25% para 18%, contra 16,5% na anterior. É previsto também a redução da alíquota da CSLL em até 1%, dependendo, no entanto, da retirada dos subsídios fiscais para o PIS/PASEP e a Cofins, para setores específicos.

Indicadores

O PIB do segundo trimestre veio em leve queda de 0,1% no segundo trimestre contra o anterior, crescendo 12,4% contra o mesmo do ano passado. No primeiro trimestre, crescimento havia sido de 1,2%.

Esta “parada do crescimento” aconteceu, devido à lentidão das vacinações e as cidades reabrindo lentamente suas atividades. Mesmo assim, acreditamos num segundo semestre mais forte. Para 2022, crescimento do PIB estará na dependência do ritmo das reformas e dos investimentos do setor privado.

Nos dados do segundo trimestre, segundo o IBGE, pelo lado da demanda, chamou atenção a retração da Formação Bruta do Capital Fixo, dos investimentos, em 3,6%, uma sinalização preocupante. Já o consumo do governo avançou 0,7% e o das famílias se manteve estável.

Pelo lado da oferta, a agropecuária e a indústria recuaram 2,8% e 0,2%, respectivamente, enquanto os serviços avançaram 0,7%.

Neste contexto, estamos revisando o crescimento do PIB neste ano, passando a 4,8%, e não mais 5,4% como antes, em muito, influenciado pela base de comparação viesada, já que em 2020 o país e o mundo, praticamente, pararam, devido à pandemia. Esta revisão se explica pela forte inflexão no segundo trimestre, pelo atraso na vacinação e piora no clima politico institucional.

Em complemento, a balança comercial de agosto registrou um superávit de US$ 7,7 bilhões, acumulando no ano US$ 52 bilhões, contra US$ 35,7 bilhões no mesmo período do ano passado.

Mercados

No Brasil, no dia 01/09, no fechamento, a moeda norte-americana avançou 0,2% contra o real, cotada a R$ 5,1826. Já o Ibovespa voltou a subir, +0,52%, a 119.395 mil pontos, mais otimista, depois da aprovação da reforma do IR na Câmara. Na avaliação para setembro, observamos como boas opções os papéis ligados a commodities e ao setor financeiro.

Nesta madrugada, na Ásia (05h05), dia 02/09, os mercados operaram mistos. Nikkei avançando 0,33%, a 28.543 pontos; Kospi, na Coréia do Sul, -0,97%, a 3.175 pontos; Shanghai Composite, +0,84%, a 3.597 pontos, e Hang Seng, +0,12%, a 26.060 pontos.

Nesta madrugada do dia 02/09, na Europa (04h05), nos futuros, os mercados operavam em queda. DAX (Alemanha) recuando 0,04%, a 15.818 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), -0,16%, a 7.138 pontos; CAC 40 (França), -0,05%, a 6.755 pontos, e Euro Stoxx 50, -0,08%, a 4.223 pontos.

Nos EUA, as bolsas de NY no mercado futuro, operavam às 05h05, dia 02/09, da seguinte forma: o Dow Jones avançando 0,09%, a 35.323 pontos, o S&P 500, +0,13%, a 4.527 pontos, e o Nasdaq +0,18%, a 15.639 pontos. No mercado de treasuries, US 2Y avançando 0,24%, a 0,2115, US 10Y -0,38%, a 1,297 e US 30Y, -0,19%, a 1,915. No DXY, o dólar recuava 0,01%, a 92,442. Petróleo WTI , a US$ 68,61 (+0,03%) e Petróleo Brent US$ 71,62 (+0,04%).

Na agenda de hoje, sai a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de julho, do IBGE, mostrando se estamos em retomada ou não. No mercado, as estimativas apontam recuo de 0,6% a 1,2% mensalmente, depois da estabilidade de junho. Já contra o mesmo mês do ano passado, a previsão é de avanço de apenas 2%, contra 12% no mês anterior. Em paralelo, saem os dados da Febabrave, de produção de veículos em agosto. Nos EUA, temos a produtividade do Trabalho, pedidos semanais de auxílio desemprego, balança comercial e encomendas à indústria americana de julho.

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