A PEC emergencial foi aprovada na Câmara sem destaques, o que em termos fiscais é o cenário de menores danos, em meios ao que se notabilizará como aumentos expressivos de gastos, mesmo dentro do escopo da Lei de Responsabilidade Fiscal.
A PEC tem seus defeitos, pois os gatilhos que ela cria, abrem espaço para que ao fim da emergencial do ano passado, a LC 173, qualquer folga no teto dos gastos pode ser aproveitada pela classe política ou grupos organizados do funcionalismo público para “encaixar” aumentos de salário.
Ainda assim, o ponto positivo é que a PEC não chancela o rompimento do teto dos gastos e nem desvincula despesas pesadas, de forma a dar um ‘passe livre’ de gastos do governo em alguns setores.
O problema é que na falta de uma discussão da tríade de reformas necessárias, como a tributária, do pacto federativo e administrativa, o dinheiro carimbado de saúde e educação continua, mesmo que mal-empregado como é hoje em dia.
A reação do mercado foi positiva, mas rechaçada pela fala de Powell sobre o movimento dos Treasuries e sua volatilidade recente.
Ainda que não tenha dito nenhuma novidade, pois a leniência do Fed com um possível repique inflacionário já foi mais do que deixada clara, os investidores temem novamente a retirada de estímulos por parte do governo americano.
O discurso continuou dovish, continuou a denotar a necessidade de estímulos e liquidez, porém a leitura de uma possível leniência com as oscilações dos Treasuries e os planos de estímulos de Biden assustaram parte dos investidores, que entraram num ciclo bearish, puxando os mercados internacionais.
A agenda é pesada hoje, com a produção industrial no Brasil, na qual projetamos leve crescimento marginal (0,4%), com crescimento anual de 1,6%, terminados em janeiro.
Com isso e contando com dados de varejo possivelmente positivos em fevereiro, o trimestre tende a compensar um março repleto de perspectivas negativas, em meio aos possíveis lockdowns país afora.
Nos EUA, o Payroll chama a atenção, após um ADP pela metade do projetado.
Ainda assim, o ADP adere mais ao Payroll do mês seguinte do que ao atual, portanto, as projeções de 198.000 vagas podem se cumprir.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após o discurso de Powell.
Em Ásia-Pacífico, quedas generalizadas, puxadas por ações de tecnologia.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com sinais da OPEP+ de manutenção da menor produção.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,88%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,6688 / 0,81 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / -0,359%
Dólar / Yen : ¥ 108,49 / 0,435%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / -0,561%
Dólar Fut. (1 m) : 5659,46 / -1,67 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,81 % aa (-1,84%)
DI - Janeiro 23: 5,58 % aa (-6,77%)
DI - Janeiro 25: 7,17 % aa (-7,72%)
DI - Janeiro 27: 7,84 % aa (-6,89%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,3548% / 112.690 pontos
Dow Jones: -1,1063% / 30.924 pontos
Nasdaq: -2,1102% / 12.723 pontos
Nikkei: -0,23% / 28.864 pontos
Hang Seng: -0,47% / 29.098 pontos
ASX 200: -0,74% / 6.711 pontos
ABERTURA
DAX: -0,795% / 13944,61 pontos
CAC 40: -0,561% / 5797,96 pontos
FTSE: -0,215% / 6636,63 pontos
Ibov. Fut.: 1,19% / 112651,00 pontos
S&P Fut.: -1,339% / 3765,60 pontos
Nasdaq Fut.: -0,542% / 12405,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,47% / 85,18 ptos
Petróleo WTI: 2,02% / $65,18
Petróleo Brent: 2,29% / $68,26
Ouro: -0,27% / $1.695,45
Minério de Ferro: -2,15% / ¥ $174,94
Soja: -0,02% / $1.415,00
Milho: 0,82% / $550,75
Café: -2,10% / $128,40
Açúcar: 0,00% / $16,10