Mercado deu uma animada ontem, depois das declarações do candidato Lula da Silva, líder das pesquisas. Correto, em parte. Claro que as sinalizações de Lula de que Alckmin surge como opção para ser seu vice-presidente, que tentará criar uma ampla aliança, além do seu arco, e de que o Bacen é uma instituição do ESTADO e não de governo, soam como música para o mercado. É o que se quer ouvir sempre, estabilidade econômica e política, respeito aos contratos a às regras. No entanto, a crítica ao teto de gastos acaba como contraponto.
Além disso, não são só as declarações do candidato Lula a impulsionarem o mercado, mas também o maior fluxo externo à irrigar os fundos, commodities em alta, com destaque para o petróleo, próximo a US$ 90, assim como dólar acomodando, em queda de 2%, na mínima de R$ 5,45.
Por outro lado, no mercado de Nova York, dia foi de sell-off, com as bolsas tradicionais caindo, assim como a Nasdaq “afundando”, diante da perspectiva de elevação mais forte do Fed Funds em março. Contra o pico de novembro passado a bolsa tech já cai mais de 10%.
Não devemos deixar de lembrar, no entanto, lá nas profundezas da Europa Oriental, os russos ameaçando ir adiante, invadindo a Ucrânia, e a Otan já mobilizada para responder. Será que apenas sanções econômicas e financeiras serão suficientes?
Servidores públicos
A mobilização aviso acabou aquém do esperado, mas novas tensões são esperadas lá na frente. Bolsonaro, em resposta, disse que os reajustes só poderão estar inclusos no Orçamento de 2023, nesse, sem chances.
Sobre a pandemia
Conass disse que o País registrou 204.854 novos casos em 24 horas, 49,4% maior do que no dia anterior (137.103). Neste ritmo, a ocupação dos hospitais privados passou de 40,8% para 58,7%. O que consola é que muitos já consideram este um pico normal, depois com a variante cedendo e o mundo retomando e normalizando.
Já Janet Yellen acha que a economia global deve sofrer algum abalo neste primeiro trimestre, em função da variante Ômicron, mas depois retomar.
Mais tensões geopolíticas
Biden acredita que o Rússia deve invadir a Ucrânia. Caso isso se confirme, a resposta da OTAN acabará inevitável e as sanções econômicas e financeiras bem pesadas, com os bancos russos isolados na comunidade financeira internacional. Vejamos alguns possíveis impactos deste imbróglio geopolítico:
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Teremos a disparada no preço da energia, paralisando a Zona do Euro, muito dependente do gás natural da Rússia;
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A China, principal comprador do minério ucraniano, não deve responder bem a este conflito; e
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Para o Brasil, deve impactar na cotação do dólar, do petróleo, transmitido para a inflação doméstica,
INDICADORES
No Brasil
IGP-M acelerou a 1,95% na segunda prévia de janeiro, depois de 0,43% na mesma prévia de dezembro.
Fluxo cambial de 10 a 14 de janeiro foi negativo em US$ 65 milhões. No financeiro, positivo em US$ 1,661 bilhão, no comercial, negativo em US$ 1,726 bilhões. Em swap cambial foram US$ 17,34 bilhões até o dia 14 e na posição cambial líquida, US$ 244, 11 bilhões.
Na Alemanha
Capital Economic acha que a inflação na Alemanha será “desconfortavelmente” elevada em 2022. A inflação de energia deve zerar,as outros bens ficar mais elevados, acima de 2%, devido aos problemas nas cadeias de suprimento. Em 2021, a inflação foi de 3,1%, maior desde 1993.
Olaf Scholz, chanceler do país, defende a união da Zona do Euro para a superação esta fase de tensões. Sobre a variante Ômicron, chegou ao “pico” nesta semana, superando os 100 mil casos, mas deve começar a ceder nas próximas semanas.
No mercado de treasuries alemães, finalmente as taxas passaram de zero e passaram a operar positivas nesta semana.
MERCADOS
No Brasil, o Ibovespa fechou o pregão do dia 19 em BOA alta de 1,26%, a 108.013 pontos, sustentado por empresas de commodities, com o dólar desvalorizando 1,68%, a R$ 5,467, maior queda em dois anos.
Gráfico mostra o grande volume de ingresso, entre os dias 10 e 14 de janeiro, ajudando a explicar esta alta do Ibovespa. São US$ 7,8 bilhões, na maioria, de offshore. Maior ingresso líquido semanal em um ano. São compradores de fundos, focados em empresas de commodities.
Na madrugada do dia 20/01, na Europa (05h12), os mercados futuros operavam em ALTA: DAX (Alemanha) +0,25%, a 15.849 pontos; FTSE 100 (Reino Unido), +0,37%, a 7.617 pontos; CAC 40 +0,12%, a 7.181 pontos, e EuroStoxx50 +0,22%, a 4.277 pontos.
Na madrugada do dia 20/01, na Ásia (05h11), os mercados operaram em ALTA (maioria): S&P/ASX (Austrália), +0,14%, a 7.342 pontos; Nikkei (Japão) +1,11%, a 27.772 pontos; KOSPI (Coréia), +0,72%, a 2.862 pontos; Shanghai -0,09%, a 3.555, e Hang Seng, +3,27%, a 24.917 pontos.
No futuro nos EUA, as bolsas de NY, NO MERCADO FUTURO, operavam EM ALTA neste dia 20/01 (05h10): Dow Jones, +0,39%, 35.047 pontos; S&P500 +0,43%, 4.543 pontos, e Nasdaq +0,76%, a 15.161 pontos. No VIX S&P500, 23,38 pontos, -2,86%.
No mercado de Treasuries, US 2Y AVANÇANDO 2,19%, a 1,0474, US 10Y +1,19%, a 1,849, e US 30Y, +1,07%, a 2,162. No DXY, o dólar -0,08%, a 95,425, e risco país, CDS 5 ANOS, a 224,9 pontos. Petróleo WTI, a US$ 85,25 (-0,64%) e Petróleo Brent US$ 87,71 (-0,83%). Minério de Ferro, +1,3%, a US$ 742.
Petróleo na maior cotação desde 2014, pelo receio de gargalos de oferta. Os Barrils tipo Brent e West Texas Intermediate (WTI) acumulam alta de 13% neste ano, com WTI a US$ 84,83 e Brent a US$ 86,74. Muitos consideram não descartar chegar a US$ 100 se a Opep+ continuar limitando a oferta. E sem uma solução à vista, os países desenvolvidos e os emergentes convivem com inflação alta. Em 2021, no Reino Unido foi a 5,4%, nos EUA 7,0% e no Brasil, passando de 10%.
Segundo a AIE a demanda global por petróleo em 2022 deve superar o nível pré-covid e atingir 99,7 milhões de barris dia. Em dezembro, a oferta global de petróleo teve alta de 130 mil dia, com a produção da Opep em alta de 250 mil barris dia.
Na agenda desta QUINTA-FEIRA, DESTAQUE para a Sondagem Industrial de dezembro, da CNI, que sinaliza alta da capacidade instalada em novembro. Na Europa, atenções voltadas para o CPI de dezembro. O continente, assustado com a maior inflação dos últimos 25 anos, registrada em novembro, aguarda os novos índices. Nos EUA a sondagem industrial e os pedidos de auxílio-desemprego.