O mercado continua pesado, entre perspectivas de recessão nas economias centrais, dúvidas quanto à condução das políticas monetárias e as incertezas do cenário econômico mundial para os próximos anos.
Ontem, o que poderia ser um encontro sem grandes expectativas, acabou por descortinar uma preocupação que alimentamos há muitos anos, dada a condução da política monetária adotada em economias centrais até este momento.
O desconforto vem das declarações dos presidentes dos BCs em Sintra, para o encontro do BCE, onde LaGarde disse que não somente o BCE perdeu a noção real em que ponto a inflação estava e que acha que não vamos voltar ao ambiente de inflação baixa.
Powell se mostrou igualmente perdido, dizendo que não imaginavam que a inflação pudesse ganhar tal força e que erraram o timing da questão do choque de ofertas, como se isso tivesse algum nível de previsibilidade.
A frase mais emblemática talvez tenha sido:” agora entendemos o quão pouco entendemos de inflação”, como se as milhares críticas e alertas no mundo inteiro não tivesse sido o suficiente para indicar o erro crasso do Fed na condução da política monetária, leniente com a inflação e injetando dinheiro na economia.
Por este tipo de declaração que entende-se o quão sensível estão o mercado e seus ativos, dadas as dúvidas quanto ao futuro da economia, sob a batuta destes formuladores de política monetária, ou seja, “estagflacionaremos”.
Na agenda hoje, observam-se o PMI de serviços mais forte na China, 54,0 pontos, resultado do processo gradual de reaberturas, com elevação do índice composto também mais forte, 54,1 pontos, enquanto no PMI industrial sai da zona de contração, aos 50,2 pontos.
A produção industrial no Japão decepciona, com queda de 7,2%, ante projeção de -0,3%, assim como a compra de imóveis que projetava alta anual de 1,6%, com real de -4,3%, enquanto a compra de bons e ações estrangeiras por japoneses cresce, assim como a compra de bons e ações japonesas por estrangeiros também cresce.
Na Alemanha, cresceu o número de desempregados para 133.000, com desemprego aos 5,3%, pesando nas ações europeias, a França tem a pior inflação em 31 anos e na agenda de hoje, desemprego no Brasil, pedidos de auxílio desemprego nos EUA e os desagregados do PIB, especialmente o PCE e seus núcleos mensais.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com persistentes temores de recessão e inflação.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com exceção de Shanghai, devido aos PMI mais fortes na China continental.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao paládio.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com incertezas sobre a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,50%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1826 / -1,65 %
Euro / Dólar : US$ 1,04 / -0,220%
Dólar / Yen : ¥ 136,30 / -0,198%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,058%
Dólar Fut. (1 m) : 5204,91 / -1,34 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,92 % aa (1,32%)
DI - Janeiro 24: 13,57 % aa (-0,07%)
DI - Janeiro 26: 12,75 % aa (-0,04%)
DI - Janeiro 27: 12,78 % aa (-0,35%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,9641% / 99.622 pontos
Dow Jones: 0,2660% / 31.029 pontos
Nasdaq: -0,0326% / 11.178 pontos
Nikkei: -1,54% / 26.393 pontos
Hang Seng: -0,62% / 21.860 pontos
ASX 200: -1,97% / 6.568 pontos
ABERTURA
DAX: -2,263% / 12709,03 pontos
CAC 40: -2,317% / 5891,74 pontos
FTSE: -1,589% / 7196,15 pontos
Ibov. Fut.: -1,07% / 101011,00 pontos
S&P Fut.: -1,28% / 3772,25 pontos
Nasdaq Fut.: -1,608% / 11504,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,43% / 121,75 ptos
Petróleo WTI: -0,12% / $109,65
Petróleo Brent: -0,17% / $116,06
Ouro: -0,34% / $1.811,53
Minério de Ferro: -3,15% / $118,25
Soja: -0,18% / $1.671,25
Milho: -0,91% / $763,25
Café: 4,84% / $232,65
Açúcar: 1,35% / $18,80