Uma das primeiras reações aguardadas após uma decisão de juros da dimensão da ocorrida na quarta-feira seria de valorização da divisa local, vis-à-vis a divisa preponderante, ou seja, o dólar.
Todavia, nem sequer o caráter hawkish da decisão foi suficiente para superar a quantidade de ruídos políticos em direção a um fiscal desajustado que se avolumam neste momento no Brasil.
Com isso e com os alertas do BC acerca do tema, a questão fiscal e as reformas (de qualidade, obviamente) se tornam mais necessárias do que nunca para estabilizar a situação local e evitar que a inflação ganhe corpo também pela via dos gastos públicos, o que levariam os juros a patamares consideravelmente superiores aos atuais.
A semana termina com as atenções voltadas ao Payroll, indicador do mercado de trabalho dos EUA, após um resultado do setor privado na quarta-feira aquém das expectativas dos analistas, com mais 330.000 vagas, quando o esperado eram 690.000.
Existe obviamente o diferencial de velocidade de coleta, em vista divulgação dos dois índices, sendo o ADP mais coletado e divulgado mais rapidamente, o que o converte quase como um indicador antecedente do Payroll do mês seguinte, portanto, o ADP mais recente não afetaria o Payroll de hoje.
Ainda assim, a coleta que inclui as contratações do governo pode frustrar os investidores no caso de um resultado muito fora da mediana das projeções dos analistas, o que ao mesmo tempo seria “bom”, afinal sinais de uma economia americana não tão aquecida preservam os estímulos por parte do Fed.
Como possui duplo mandato – inflação e emprego – o Fed pode justificar a manutenção por períodos acima do necessário dos estímulos e dos juros baixos na não reação do mercado de trabalho.
Ainda assim, tal “reação” depende também do fim de uma série de estímulos de auxílio desemprego que continuam generosos nos EUA e mantém as pessoas fora do mercado de trabalho por opção e não por falta de vagas.
Como o Payroll deve mostrar hoje, isso tende a elevar o custo de mão de obra e também impactar a inflação que se torna igualmente um problema nos EUA, como no restante do mundo neste momento.
Enfim, parte do Fed sabe disso, porém a decisão atual não é unicamente econômica.
Outra parte, muito mais consciente, já pede o Taper Tantrum.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, à medida que os investidores acompanham os balanços, Covid-19 e dados econômicos.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, na expectativa pelo relatório de trabalho nos EUA hoje.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, mas om a pior queda semana, dadas as preocupações com a queda da demanda pela variante delta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,87%.
Câmbio
Dólar : R$ 5,2487 / 1,53 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / -0,194%
Dólar / Iene : ¥ 109,84 / 0,036%
Libra / Dólar : US$ 1,39 / -0,086%
Dólar Fut. (1 m) : 5234,17 / 0,43 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,67 % aa (3,09%)
DI - Janeiro 23: 8,17 % aa (3,75%)
DI - Janeiro 25: 9,08 % aa (3,42%)
DI - Janeiro 27: 9,39 % aa (3,19%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: -0,1382% / 121.633 pontos
Dow Jones: 0,7806% / 35.064 pontos
Nasdaq: 0,7753% / 14.895 pontos
Nikkei: 0,33% / 27.820 pontos
Hang Seng: -0,10% / 26.179 pontos
ASX 200: 0,36% / 7.538 pontos
Abertura
DAX: 0,185% / 15773,80 pontos
CAC 40: 0,166% / 6792,43 pontos
FTSE: 0,078% / 7125,99 pontos
Ibovespa Futuros: -0,16% / 121738,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,612% / 4421,60 pontos
Nasdaq 100 Futuros: -0,112% / 15147,25 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,25% / 95,54 ptos
Petróleo WTI Futuros: 0,41% / $69,97
Petróleo Brent: 0,49% / $72,00
Ouro: -0,29% / $1.797,88
Minério de Ferro: -0,54% / $171,91
Soja: 0,29% / $1.406,50
Milho: -0,94% / $553,00
Café: -1,10% / $173,65
Açúcar: 0,05% / $18,66