A inflação ao atacado nos EUA em contração e citações de Powell sobre as externalidades causadas pela questão geopolítica desenham cada vez mais um cenário dovish para os juros americanos, com o corte de 25 bp na próxima reunião praticamente contratado.
As incertezas cada vez mais profundas da guerra comercial, com novos capítulos ontem centrados agora na questão da concessão de vistos parece adiar cada vez mais uma solução crível, ainda que os mercados tenham se animado na abertura de hoje.
Isso ocorre, pois após a série de notícias negativas, incluindo a ameaça nada velada de Trump à Turquia, a China disse estar aberta à um acordo comercial parcial, mesmo com a lista negra de tecnologia imposta recentemente por Washington.
Ambas as nações têm já ciência de que o tempo é curto para se chegar a qualquer tipo minimamente decente de acordo, pois para a China, a tendência de perda de ímpeto da atividade econômica é nítida e para Trump, ainda que o desemprego esteja em níveis recordes de queda, a elevação de custos e o achatamento de margens tem levado descontentamento a parte de seu eleitorado.
Portanto, o ideal para ambos os casos seria uma solução ainda em 2019, para dar ímpeto aos indicadores de 2020. O problema é que para os EUA, a China é um dos problemas, porém Trump continua a criar mais, como restrições contra a União Europeia. Com inflação baixa, ao Fed ‘restou’ o resgate através da política monetária, ou seja, queima enorme de cartuchos.
Localmente, a atenção dos investidores se volta ao IPCA, o qual tende a registrar resultado na segunda casa depois da virgula, em partes pelo ‘entupimento’ do canal de transmissão de preços do atacado ao varejo, combinado com um cenário positivo para a oferta de alimentos que vai desde a quantidade correta de pluviosidade nas regiões certas, até a queda nos preços internacionais de commodities ligadas ao setor.
Com o avanço ontem a noite da cessão onerosa no congresso, distribuindo 15% para municípios por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e 15% para estados, sendo ⅓ disso por meio da distribuição da Lei Kandir, atendendo a estados exportadores e ⅔ pelo Fundo de Participação dos Estados (FPE), atendendo a estados do Norte e Nordeste, segundo relatou Richard Back da XP, abre-se espaço para a votação da reforma da Previdência em segundo turno, com possibilidade ainda em aberto de retirada da emenda do abono salarial, retornando à sua forma original.
Deste modo, o espaço para mais um corte de juros por parte do COPOM também está contratado, renovando o recorde agora para 5% aa e elevando as pressões de mercado para outro corte.
Ao COPOM restaria a serenidade de se iniciar a sinalização de fim do ciclo de afrouxamento, até pela defasagem entre as decisões de política monetária e a efetividade na economia real.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com os pretensos avanços na guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi misto, após o fechamento negativo no ocidente.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas generalizadas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta, ainda com o cenário esteja incerto no crescimento global.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -5,13%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0952 / -0,30 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,210%
Dólar / Yen : ¥ 107,30 / -0,177%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / 0,098%
Dólar Fut. (1 m) : 4090,82 / -0,31 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,69 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,82 % aa (-1,23%)
DI - Janeiro 23: 5,97 % aa (-0,83%)
DI - Janeiro 25: 6,61 % aa (-0,45%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5880% / 99.981 pontos
Dow Jones: -1,1858% / 26.164 pontos
Nasdaq: -1,6655% / 7.824 pontos
Nikkei: -0,61% / 21.456 pontos
Hang Seng: -0,81% / 25.683 pontos
ASX 200: -0,71% / 6.547 pontos
ABERTURA
DAX: 0,824% / 12068,81 pontos
CAC 40: 0,575% / 5488,00 pontos
FTSE: 0,473% / 7176,93 pontos
Ibov. Fut.: -0,76% / 99898,00 pontos
S&P Fut.: 0,902% / 2915,60 pontos
Nasdaq Fut.: 0,863% / 7688,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,35% / 78,15 ptos
Petróleo WTI: 0,48% / $53,08
Petróleo Brent:0,58% / $58,76
Ouro: -0,18% / $1.502,64
Minério de Ferro: 1,06% / $93,53
Soja: 0,32% / $15,73
Milho: -0,44% / $394,00
Café: 0,16% / $96,15
Açúcar: 0,24% / $12,51