Não foi como preconizou o falso vazamento da inflação ao varejo nos EUA, porém foi acima das expectativas e um péssimo sinal para a economia americana no atual momento.
O CPI aos 1,3%, praticamente o dobro do observado recentemente no Brasil emite o que se pode considerar o pior sinal aos EUA, em especial após tudo o que foi citado no Livro Bege, a compilação dos indicadores e perspectivas econômicas dos distritos regidos pelo Fed.
Diversas regiões indicam flertar com a recessão, enquanto a escalada de preços se firma como uma das preocupações mais intensas dos negócios e da população, fazendo ainda mais difícil o trabalho do Fed de controle da inflação.
Neste sentido, as atenções se voltam à inflação ao atacado a ser divulgada hoje, o PPI e a expectativa de que um número menos pesado tire um pouco o fardo dos cenários até agora preconizados pelo Fed, miseravelmente errados, desde a transitoriedade, passando pelo suposto pico, guerra, China e agora, sabe-se lá o que.
Membros do Fed já reforçam que não sustentam mais a expectativa de que este é o pico inflacionário, ainda que a contração de diversas commodities, em especial agrícolas, levando a descompressão de alguns alimentos, de energia, com o petróleo abaixo de $100 o barril e dos embarques chineses de itens ao atacado possam fazê-los novamente errarem.
Todavia, é bom que o Fed erre para mais, afinal foram cometidos todos os erros exatamente pela torcida de que tudo se resolvesse com através da lei do mínimo esforço que levou à situação atual das economias desenvolvidas, portanto, 100 bp na próxima reunião do FOMC nem de longe está descartado.
Localmente, os investidores aguardam agora os efeitos da PEC aprovada no congresso com o pacote de ‘bondades’, enquanto os analistas fazem as contas do quanto será consumido do bônus fiscal até agora acumulado com a melhora da arrecadação, menores gastos e o crescimento econômico acima das expectativas.
A Europa começa a dar sinais de inflação menos pesada, como o PPI na Alemanha hoje aos 0,1%, o que leva o indica anual de 22,9% para 21,2%, porém existe a preocupação que um cenário temporário de alívio de tais pressões possa fazer LaGarde e o BCE continuarem a leniência com os estímulos e a inflação, piorando ainda mais a situação do bloco europeu.
A disputa das taxas de juros no mundo se torna cada vez mais acirrada e aí vem a grande pergunta: Nosso Bacen vai querer ficar para trás?
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelos dados de inflação nos EUA e no Brasil, ao IBC-BR.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, atentos à elevação de juros nas Filipinas e Singapura, dado ruim de produção industrial no Japão e criação de vagas mais forte na Austrália.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata e ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e alta em Nova York, com temor de recessão.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,50%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3924 / -0,85 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / -0,318%
Dólar / Yen : ¥ 138,90 / 1,092%
Libra / Dólar : US$ 1,18 / -0,345%
Dólar Fut. (1 m) : 5410,40 / -0,94 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,05 % aa (-0,32%)
DI - Janeiro 24: 13,77 % aa (0,51%)
DI - Janeiro 26: 12,91 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 27: 12,92 % aa (0,08%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,3969% / 97.881 pontos
Dow Jones: -0,6731% / 30.773 pontos
Nasdaq: -0,1522% / 11.248 pontos
Nikkei: 0,62% / 26.643 pontos
Hang Seng: -0,22% / 20.751 pontos
ASX 200: 0,44% / 6.651 pontos
ABERTURA
DAX: -0,661% / 12671,99 pontos
CAC 40: -0,673% / 5959,87 pontos
FTSE: -0,622% / 7111,84 pontos
Ibov. Fut.: -0,44% / 98931,00 pontos
S&P Fut.: -1,07% / 3763,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,888% / 11658,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,24% / 112,25 ptos
Petróleo WTI: -2,78% / $93,62
Petróleo Brent: -1,87% / $97,71
Ouro: -1,28% / $1.713,47
Minério de Ferro: -8,20% / $99,85
Soja: 4,50% / $1.659,75
Milho: -0,24% / $738,25
Café: 0,96% / $211,25
Açúcar: -0,37% / $19,07