Uma das características mais facilmente observáveis no IPCA-15 levemente acima das nossas projeções ontem, do IPC da Fipe semanal divulgado hoje (1,09%) e o que se observará no IPC-M esta semana é a persistência das pressões de alimentação, num choque muito mais perene do que concluía uma parte dos analistas e a autoridade monetária.
Reiteramos que um câmbio desvalorizado nos níveis atuais incrementa a atratividade dos ativos comerciais brasileiros ao comprador internacional, em especial a China e agora suscita o retorno, junto a outros mercados emergentes, do investidor estrangeiro ao mercado de renda variável.
Um dos pontos que mais impressiona deste cenário, no entanto, é que fluxos menos intensos no passado, tanto financeiro quanto comercial geraram efeitos muito mais fortes na valorização do Real frente ao dólar do que aquele observado juntos aos atuais eventos.
Ou seja, o Real realmente perdeu tração como moeda, até mesmo num cenário de maior fluxo. Ainda que a valorização recente de 7,5% desde o pico de R$ 5,8 pareça impressionante, estamos literalmente dentro da média dos R$ 5,35 observada desde a estabilização pós-pico de março.
Nestes níveis, o fluxo comercial deve continuar intenso e uma série de choques internacionais de oferta, como estiagens, secas e problemas sanitários devem manter o comprador internacional com o Brasil no alvo.
Somente em novembro a China conseguiu aumentar seus estoques de suínos vivos após o problema viral do ano passado e a demanda por grãos se elevou consideravelmente, exatamente em vista à recuperação de diversas matrizes.
Isto, no entanto, não reduziu a demanda por proteína brasileira pela China, além da demanda por uma série bastante intensa de commodities. Resumindo, a pressão de preços tende a continuar, em especial com a chegada do inverno no hemisfério norte.
Para completar, o petróleo não sai da mesma média de preços desde o auge da crise pandêmica, fazendo com que a defasagem e preços da Petrobras (SA:PETR4) continue e a pressão de preços de combustíveis ceda tão somente pontualmente.
Choques globais de ofertas, câmbio instável, aceleração da demanda por commodities e retomada local dos serviços. Estes são os elementos que insistimos há meses que não perderão força tão cedo.
Haja hiato aberto.
Atenção hoje aos dados de setor externo, custos de construçao e no exterior, agenda pesada nos EUA concentrada no PIB.
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ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, após mais um dia de recordes em Wall St..
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, exceção a Shanghai.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto o cobre e a platina.
O petróleo abriu em alta em Londres e Nova York, com esperança renovada pela vacina e apesar dos aumentos dos estoques.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,20%.
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,375 / -1,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,017%
Dólar / Yen : ¥ 104,43 / -0,038%
Libra / Dólar : US$ 1,33 / -0,135%
Dólar Fut. (1 m) : 5381,64 / -1,17 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,36 % aa (1,16%)
DI - Janeiro 23: 5,23 % aa (-0,19%)
DI - Janeiro 25: 7,00 % aa (-0,85%)
DI - Janeiro 27: 7,76 % aa (-0,89%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,2420% / 109.786 pontos
Dow Jones: 1,5375% / 30.046 pontos
Nasdaq: 1,3143% / 12.037 pontos
Nikkei: 0,50% / 26.297 pontos
Hang Seng: 0,31% / 26.670 pontos
ASX 200: 0,59% / 6.683 pontos
ABERTURA
DAX: -0,171% / 13269,75 pontos
CAC 40: 0,086% / 5563,19 pontos
FTSE: -0,324% / 6411,34 pontos
Ibov. Fut.: 2,37% / 109955,00 pontos
S&P Fut.: 0,151% / 3638,20 pontos
Nasdaq Fut.: 0,238% / 12108,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,14% / 74,84 ptos
Petróleo WTI: 0,62% / $45,44
Petróleo Brent: 0,96% / $48,53
Ouro: 0,30% / $1.809,92
Minério de Ferro: 0,40% / ¥ $123,40
Soja: 0,19% / $1.195,50
Milho: -0,18% / $426,00
Café: -1,14% / $113,15
Açúcar: 0,47% / $15,07