A semana dos bancos centrais trouxe para parte do mercado um sinal amargo de que as políticas monetárias devem sim permanecer contracionistas, apesar dos sinais recentes de arrefecimento de inflação e atividade econômica.
Ontem, o Banco Central Europeu (BCE) elevou sua principal taxa de juros de 1,5% para 2% e cita reduzirá seu balanço patrimonial em cerca de €15 bilhões todos os meses, de março de 2023 até o final do segundo trimestre de 2023 e o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco Nacional Suíço também optaram por aumentar suas taxas de juros em 50 bp.
O BoE citou que a recente elevação mais forte de 75 bp, como resposta ao problema fiscal criado pela ex-primeira-ministra Liz Truss e que a continuidade de tal alta não fazia mais sentido, em meio à alteração das políticas do novo governo.
A coincidência do sinal emitido pelos BCs foi de que a indicação de menor elevação de juros, ainda que compatível com as recentes sinalizações econômicas de inflação mais fraca e atividade econômica díspar, não significam necessariamente o fim do processo de aperto monetário e que a vigilância continua necessária.
Para parte do mercado, a expectativa era exatamente da indicação do fim dos programas de aperto e não foi isso necessariamente o que aconteceu, deixando em aberto e a depender do futuro da inflação o momento de isso acontecer.
A expectativa de recessão é um ponto relevante e também citado por praticamente todos os Bancos Centrais, mas como disse LaGarde no Q&A após a decisão de juros “uma recessão seria relativamente curta e superficial”, projeta o BCE, portanto, a continuidade das atuais políticas ainda faz sentido.
Começamos o dia com uma série de dados de atividade econômica, onde as vendas ao varejo no Reino Unido frustraram as projeções de alta, com quedas nos índices cheios e nos núcleos e a série de PMIs na Alemanha, Zona do Euro e Reino Unido registram melhora marginal, porém quase todos ainda na zona contracionista.
Localmente, o adiamento da PEC de transição e a possibilidade de que tanto ela, quanto a mudança na lei das estatais passe para a próxima legislatura foi vista positivamente, pois além de evitar dar o tal `waiver` de gastos tal almejado pelo governo, força uma discussão mais aprofundada dos temas.
O problema do novo governo é exatamente lidar com o novo congresso.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em reação pelas decisões do BoE, BCE e ao FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com o aumento dos temores de uma recessão em nível global.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque à prata e platina.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, sem grandes perspectivas de mudanças quanto à demanda mundial, devido à tensão com a atividade econômica.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,42%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3134 / 0,45 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,057%
Dólar / Yen : ¥ 137,11 / -0,472%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,394%
Dólar Fut. (1 m) : 5325,11 / -0,02 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,82 % aa (-0,39%)
DI - Janeiro 24: 13,89 % aa (-1,31%)
DI - Janeiro 26: 13,47 % aa (-1,74%)
DI - Janeiro 27: 13,39 % aa (-1,72%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0078% / 103.738 pontos
Dow Jones: -2,2497% / 33.202 pontos
Nasdaq: -3,2259% / 10.811 pontos
Nikkei: -1,87% / 27.527 pontos
Hang Seng: 0,42% / 19.451 pontos
ASX 200: -0,78% / 7.149 pontos
ABERTURA
DAX: -0,695% / 13889,06 pontos
CAC 40: -0,857% / 6466,87 pontos
FTSE: -0,525% / 7387,22 pontos
Ibov. Fut.: -0,07% / 105710,00 pontos
S&P Fut.: -1,06% / 3855,75 pontos
Nasdaq Fut.: -1,102% / 11242,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,09% / 112,55 ptos
Petróleo WTI: -2,40% / $74,28
Petróleo Brent: -2,22% / $79,41
Ouro: -0,04% / $1.781,22
Minério de Ferro: -0,31% / $111,15
Soja: -0,39% / $1.468,50
Milho: -0,23% / $652,00
Café: 1,90% / $171,50
Açúcar: -0,40% / $19,92