Os temores renovados, agora de ‘recessão’ em nível global em vista à série recente de indicadores de atividade econômica e industrial europeias e a consequente reação das curvas de juros americanas levaram contexto de mercado observado na sexta-feira.
Ainda que os temores se justifiquem em alguns aspectos, existe também uma dose de exagero, quando observamos a fundo os mais recentes relatórios de crédito nos EUA, indicando um problema solúvel no crédito estudantil, mas nenhum sinal de proximidade aos eventos de 2008.
O PMI de manufatura nos EUA teve um pico de 60,8 pontos em agosto do ano passado e está numa descendente neste início de ano, ainda que responda em partes a fatores sazonais e às tarifações de matérias primas ocorridas recentemente.
Na mesma linha seguem os PMI de emprego em manufatura, ainda assim, o desemprego nos EUA supera o piso de pleno emprego e os ganhos por hora trabalhada apresentam resultado acima das expectativas.
Os temores recessivos se avolumam com dados como o PMI Markit da Zona do Euro, abaixo da linha de expansão em manufaturas, mesmo expansivos em serviços e no índice composto.
Em meio a um primeiro trimestre apontando uma economia contraída, nada diferente do cenário que vem sendo apontado recentemente pelos analistas, os temores de que a política, tanto aqui quanto no exterior se tornem catalisadores do problema é o que faz a reação dos investidores algo tão pesado.
Atenção nesta semana ao PIB americano, ata do COPOM, inflações e dados fiscais brasileiros.
CENÁRIO POLÍTICO
A inexperiência de um governo novo, sem o ‘traquejo’ do executivo e a insistência em considerar o presidencialismo de coalizão com um todo negativo tem dado o tom do início do mandato de Bolsonaro.
Como citamos antes, em muitos os casos, o governo está correto no conteúdo, mas ainda erra muito na forma e isso tem elevado o custo da aprovação da tão necessária reforma da previdência.
Aos investidores somente resta reagir às incertezas do atual contexto, apesar da crença imutável de aprovação do texto, ainda que na forma ‘desidratada’ no Congresso.
Há entre os parlamentares a noção da necessidade da reforma e o custo da sua não aprovação.
O tempo é que não está combinando.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com o cenário global desafiador de menor crescimento.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, em reação aos PMIs europeus.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao ouro.
O petróleo abre em queda, com a falta de consenso da OPEP sobre novos cortes.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,6%
CÂMBIO
Dólar à vista: R$ 3,9065 / 2,88 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,142%
Dólar / Iene : ¥ 110,13 / 0,191%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / 0,061%
Dólar Fut. (1 m) : 3888,96 / 2,37 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 20: 6,48 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 7,14 % aa (-0,72%)
DI - Janeiro 23: 7,86 % aa (-1,26%)
DI - Janeiro 25: 8,39 % aa (-1,18%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -3,10% / 93.735 pontos
Dow Jones: -1,77% / 25.502 pontos
Nasdaq: -2,50% / 7.643 pontos
Nikkei: -3,01% / 20.977 pontos
Hang Seng: -2,03% / 28.523 pontos
ASX 200: -1,11% / 6.126 pontos
ABERTURA
DAX: -0,083% / 11354,70 pontos
CAC 40: -0,147% / 5262,16 pontos
FTSE: -0,686% / 7158,14 pontos
Ibovespa Futuros: -3,21% / 92745,00 pontos
S&P 500 Futuros: -0,199% / 2805,10 pontos
Nasdaq Futuros: -0,194% / 7344,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,02% / 81,64 ptos
Petróleo WTI: -0,32% / $58,86
Petróleo Brent:-0,43% / $66,74
Ouro: 0,40% / $1.318,89
Minério de Ferro: 0,28% / $85,89
Soja: -0,99% / $16,05
Milho: 0,20% / $378,75
Café: -0,37% / $92,70
Açúcar: -0,24% / $12,49