As reações desencontradas do mercado ontem mostram um pouco do momento, não raro, de bipolaridade que os investidores passam em meio à enorme serie de eventos que regem os rumos dos ativos nestes dias.
A leitura até recentemente era de que a inação dos bancos centrais era ruim, portanto, ao sinalizarem que poderiam esperar um pouco mais antes de retirar estímulos com mais vigor e subir mais os juros, isso levaria à uma inflação sem controle e demandaria soluções ainda piores.
Bom, esta era a leitura na semana passada, pois ontem, com os PMIs e ISMs mais fortes do que as expectativas e em alguns casos, do que os anteriores, a leitura de que a atividade econômica pode de alguma maneira se tornar inflacionária, agora pelo lado da demanda, agitou os mercados.
Tal bipolaridade também pode ser lida no Livro Bege do Federal Reserve, um compilado da situação econômico dos distritos regidos pela instituição e demonstrando que o mercado de trabalho está em situação “apertada”, com pressões de salários, mas ao mesmo tempo, a atividade industrial dá sinais de perda de ímpeto, assim como o mercado imobiliário.
Neste cenário, há a dificuldade, especialmente dos investidores em países desenvolvidos de precificar quanto a inflação dará os primeiros sinais de arrefecimento, assim como a economia se comportará em meio aos atuais desafios, podendo adentrar em recessão, mesmo antes dos apertos monetários iniciarem mais fortemente.
A leitura da agenda então fica complicada, pois não se sabe mais exatamente como reagir a dados nos EUA, como ADP Employment de hoje, seguido dos custos de mão de obra e produtividade, pedidos às fábricas e de bens duráveis, além da inflação ao atacado na Europa abaixo das projeções aos 1,2% mm e 37,2% aa, este último, o maior número da série histórica pouco mais de 40 anos.
Por aqui, contaremos com a leitura do PIB do primeiro trimestre e o resultado que muitos analistas subestimaram nas estimativas do início deste ano, mostrando uma importante resiliência da economia brasileira aos choques mais recentes.
Na inflação, em São Paulo, a Fipe mostrou alta de 0,42%, um quarto praticamente daqui observado em abril, reforçando regionalmente os sinais do que pode ser o “início do fim” das pressões mais contínuas de preços em nível nacional.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, à medida que os investidores se concentram na saúde da economia.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com queda no preço do petróleo e expectativa de reaberturas mais intensas na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, após relatório indicando que Arábia Saudita poderia intervir se a produção de petróleo da Rússia cair sob as sanções da UE.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,23%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,8158 / 1,71 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,329%
Dólar / Yen : ¥ 129,77 / -0,277%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / 0,473%
Dólar Fut. (1 m) : 4833,69 / 0,81 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,41 % aa (-0,04%)
DI - Janeiro 24: 12,98 % aa (0,70%)
DI - Janeiro 26: 12,25 % aa (0,95%)
DI - Janeiro 27: 12,25 % aa (1,07%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0085% / 111.360 pontos
Dow Jones: -0,5362% / 32.813 pontos
Nasdaq: -0,7195% / 11.994 pontos
Nikkei: -0,16% / 27.414 pontos
Hang Seng: -1,00% / 21.082 pontos
ASX 200: -0,80% / 7.176 pontos
ABERTURA
DAX: 0,578% / 14423,36 pontos
CAC 40: 0,795% / 6469,92 pontos
FTSE: -0,982% / 7532,95 pontos
Ibov. Fut.: 0,13% / 111696,00 pontos
S&P Fut.: 0,35% / 4113,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,448% / 12609,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,02% / 132,78 ptos
Petróleo WTI: -2,33% / $112,57
Petróleo Brent: -2,56% / $113,31
Ouro: 0,55% / $1.856,99
Minério de Ferro: 5,99% / $141,35
Soja: 0,50% / $1.698,75
Milho: 0,51% / $735,00
Café: 3,55% / $239,45
Açúcar: 0,21% / $19,44